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O PODER PERSUASIVO DA MULHER MODERNA
Anete de Almeida veloso¹
Ainda que muito discutida, a questão das conquistas das mulheres é sempre retomada e discutida e sempre motivo para mais reflexões. Com efeito, a condição proeminente da mulher acarreta e leva a muitas discussões, quer sejam de recusa quer de aceitação.
Em meio a tempos de conquistas é inevitável não concordarmos que é cada vez maior os espaços ocupados pelas mulheres na sociedade, nessa concepção a turma 2008.1 da universidade do estado da Bahia-UNEB criou um blog por nome "Simplesmente elas" que traz em sua extensão "balanço Feminino" um espaço virtual no qual podemos expressar e compartilhar os nosso sentimentos de mulheres de muitas formas e jeitos, mulheres de diferentes raças, idades, classes, orientações sexuais, de diferentes culturas, religiões, enfim, contemporâneas e clássicas.
O blog, como meio de comunicação prático e interativo, e, altamente atrativo pelos recursos tecnológicos provenientes da globalização, apresenta, em si, um estilo de narrar de grande influência na sociedade moderna, oferecendo aos usuários informações de fácil compreensão, acompanhadas de imagens. Uma vez reconhecida a magnitude das tecnologias, e, consolidada em nosso cotidiano BENJAMIM (1997, p. 206) lembra:
É importante notar que o uso da narrativa na modernidade sofreu várias mudanças, as pessoas hoje não têm mais tempo para o ócio da leitura, por isso necessitam de história curtas que não gastem muito o seu precioso tempo. [...] Com efeito, o homem conseguiu abreviar até a narrativa. Assistimos em nossos dias ao nascimento da short story, que se emancipou da tradição oral.
Ainda sobre a narrativa pós-moderna o escritor Feuerbach, (1997,9.13) se posiciona: Sem dúvida o nosso tempo (...) prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser. De certo, a narrativa tradicional está em vias de extinção decorrente da nova era tecnológica, a nos, apresentada.
Essa narrativa moderna que valoriza a short story e se utiliza também da narrativa imagética, ficou evidenciado nos posts do blog: tecendo histórias, escrevendo nomes, na berlinda, em versos e canções, colorindo a vida, abrindo espaços e na tela, onde se pretendia propagar informações e debater assuntos acerca da feminilidade sob, uma concepção da mulher moderna atuando na sociedade, levando em consideração todo seu contexto histórico-social.
No decorrer da história as mulheres encontraram, enfrentaram e superaram passo a passo desafios e dificuldades que futuramente viriam a refletir nos hábitos de mulher moderna, desafios estes que diz respeito aos espaços atribuídos a mulher no meio social. Antes a base do sistema ideológico clássico, legitimava as características da época de que a mulher deveria ser submissa e restringir-se apenas à aquelas atividades destinada ao âmbito doméstico, um emblema imposto, por aqueles, que, representava o centro da sociedade e que detinham o poder consolidado nas mãos usufruindo dessa representação para a dominação, ou seja, constituir o outro como coisa.
Essa situação, entretanto, está se modificando e, aos poucos, a mulher vem se libertando e encontrando modos de resistência a estas opressões que reprimiam seus ideais, sua voz, seus sonhos, e suas vontades exercendo certo controle sobre suas vidas. Esse comportamento possessivo e individualista dos que dominam justifica todo desrespeito ás pessoas que está às margens da sociedade, cabendo aqui, ressaltar a mulher, como parte integrante dessa margem. Mas, os movimentos sociais surgiram como uma válvula de escape para que os sujeitos oprimidos se alforriassem e reinvidicassem espaços que, até estão, eram muito restrito para um ser que queria destaque, independência, glamour e autenticidade para sugerir um determinado modo de estar no mundo e de dar sentido ao mundo. Com essa idéia internalizada elas foram a luta em busca de independência pessoal e profissional.
A preocupação com a igualdade de direitos entre os sexos existe há muito tempo. Na Revolução Francesa, os direitos da mulher já eram questionados e reclamavam-se oportunidades iguais na educação, no trabalho, na política, e maior participação social.
A Revolução Industrial constituiu um marco importante nesse processo: até então, a mulher, não participava da atividade produtiva. Mas nas cidades, onde se concentrava a atividade industrial, iniciou-se uma importante mudança. Na ausência dos homens, envolvidos na guerra, as mulheres passaram a prover às necessidades da família, e, com o grande avanço da ciência e da tecnologia, tornaram-se significativa parcela da mão de obra. Nesse período também se intensificou a luta por direitos políticos, como o direito de votar.
Nas Universidades até 1940, os programas costumavam ser diferentes para os dois sexos. A partir de então, essa diferença foi deixando gradativamente de existir, sendo permitido o ingresso das mulheres em todas as carreiras, onde havia uma incompatibilidade ética entre valores, e exercer certas atividades, por exemplo, na profissão de construção civil, frentista, eletricista, jogadora de futebol, astronauta, militar e etc..., hoje, elas já têm uma penetração muito grande em todas as atividades e estão em pé de igualdade em relação aos homens.
Mesmo sendo denominada de sexo frágil, herdeira da submissão dos meus antepassados, orgulho-me de ser mulher! Carrego na bagagem muitos preconceitos, muitos rótulos, (...). As dificuldades dribladas dão-me oportunidades, e em nome dessa bandeira que ostento, tenho sonhos de igualdade. Vou a luta! O meu nome é trabalho. (Genaura Tormin. In Abrindo Espaços, blogsport. Simplesmente Elas!).
A mulher ainda não está numa condição de vantagem em relação aos homens, pois continua existindo muito preconceito e discriminação, não apenas social, mas também de gênero. A conquista de qualquer direito, entretanto, é uma questão de consciência, de trabalho e de persistência, que modifica o pensamento individual. As mulheres que batalham pela igualdade é mais que uma simples mulher é uma guerreira, uma super mulher. Só assim as mulheres conseguiram marcar sua história e garantir seus direitos.
Acerca disso, Jean-Paul Sartre aconselhou seus discípulos em todo o mundo a terem um projeto de vida, a decidir o que queriam ser e, a partir daí, implementar esse programa consistentemente, passo a passo, hora a hora. Ora, de certo, que, em pleno século XXI estamos diante de um novo encantamento do mundo no qual a mulher tem se apropriado de espaços a fim de se propagar. De um lado buscando instituir-se, e em outro, buscando convencer. Este é o papel da mulher moderna. Persuadir. Aristóteles, que definia a retórica, nos mostra três caminhos para a persuasão no (capítulo II do livro, Arte Retórica). Segundo ele,
Devemos apelar para a vontade das pessoas, depois para a Sensibilidade e por último para sua Inteligência. Existem pessoas que se guiam mais pela vontade, outras pela sensibilidade e algumas pela razão e inteligência.
Para esse fim, ele defende a persuasão como sendo o ato de influenciar uma pessoa, tendo como objetivo operar a transferência de um ponto de vista, de uma opinião, impondo-se através da razão, da imaginação ou da emoção, nessa ótica, devemos apelar para os três aspectos, utilizando uma linguagem de forma clara e objetiva, dando ênfase naquele em que a pessoa for mais influenciável.
A persuasão torna-se então uma prática de comunicação "calculada" em função de um resultado. Ela se enquadra no pensamento estratégico, leva em conta as vulnerabilidades do outro, ao mesmo tempo em que pensa e administra seu próprio arsenal de meios. (Bellenger, 1987:8)
A linguagem é uma armadilha, é nela que o discurso visa influenciar, é nela que a mulher moderna esta buscando reconhecer seu poder, suas paixões, suas crenças, sua lógica, sua história pessoal. E com isso ela conhece o universo daquele que será "persuadido", dessa forma, procura o melhor meio para conseguir o seu objetivo. O objetivo em vista é sair da Berlinda, tecer histórias, escrever nomes, colorir a vida e abrir espaços. Se o mundo tem aberto espaço, elas aproveitam-nos muito bem pelo discurso convencido de sua importância na sociedade, ou seja, na medida em que transforma o ambiente, colori suas vidas com beleza, sabedoria e vontade de viver.
Elas, cantam e são cantadas, encantam, e contam, com seu jeito singular e sutil subverter o pensamento humano de mundo através do seu poder persuasivo. Em se tratando de “poder” as mulheres são consideradas verdadeiras mestres em persuadir. Com criatividade elas conseguem o que querem.
Leoni em sua composição “Garotos” faz referencias louváveis as mulheres, apesar do título da canção ser descrito no gênero masculino. Ele diz que as mulheres sempre alcançam o que querem, e que, os homens são garotos e que não sabem o que fazer diante das mulheres. E são mesmo, há de se admitir isso apesar de muitos acharem o contrário.
Os homens, sempre que estão diante das mulheres, quer expor uma superioridade fantasiosa, uma inteligência forjada pelos costumes, que eles mesmos criaram com o medo da verdadeira inteligência das mulheres. Daí surge um questionamento. Se tão inteligentes e persuasivas por que então não conquistaram o mundo? A resposta é clara e objetiva. Assim como o elefante não sabe a força que tem, as mulheres, também demoraram muito a perceber que ela é portadora de uma força espetacular. Porém, a partir do momento em que se deu conta desse poderil, deram um salto de qualidade na historia da humanidade que os homens levariam séculos para atingir. Talvez por elas terem mais sensibilidade, mais emoção e isso ajuda na inteligência, pois consegue ver as pequenas coisas que a vista da razão deixa passar. Elas gostam e conseguem também tirar prazer de algo que para os homens não faz sentido algum.
Trabalho todos os dias [...], vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema [...], respondo a toneladas de e-mails [...] caminho meia hora diariamente, compro flores para a casa, [..], e ainda faço as unha e depilação! E entre uma coisa e outra, leio livros. [..]. (Marta Medeiros. In Escrevendo Nomes. blogspot. Simplesmente Elas!).
Essas atividades são o colorir a vida. É o que da sentido a vida. Ainda que pareçam fúteis são elas que trazem a plena realização como ser. Um indivíduo feliz é capaz de gerar amor pelo outro, sem se deixar sufocar, é ser livre, é não se escravizar e nem escravizar o outro. Pois ser feliz pelo colorir da vida é acreditar e nunca deixar de ter esperança. É lançar-se e entender que somente na insegurança do vôo a águia prova que pode ser feliz. Eis o sonho. Eis a ação. Eis o desafio de milhares de mulheres que não buscam serem iguais aos homens, mas reconhecidas como seres humanos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BENJAMIN, Walter. O Narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov, in Benjamin, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política: ensaio sobre a Literatura e História da Cultura. Trad.Sérgio Paulo Rouanet, 7ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido se desmancha no ar: a aventura da modernidade; Trad.: Carlos Felipe Moisés, Ana Maria L. Ioratti- São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
JESUS, Noélia de. Simplesmente Elas, Seabra, 12 out. 2010. Disponível em: http://www.tdopontoum.blogspot.com. Acesso em: 13 fev. 2011.
REGUILLO, Rossana. Imaginários globais, medos locais: a construção social do medo na cidade. Lugar Comum – estudos de mídia, cultura e democracia. N.7, 1998.
Revista: El Arbol De Las Tres Raices M.B.R 200
SANTOS, Milton. Por outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000.
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Reflexões sobre a mulher moderna
Damaris de Almeida Veloso*
O blog balanço feminino veio abrir caminhos de reflexos sobre a mulher de ontem e de hoje, ela que sofreu muito mas também teve seu lugar de honra, de destaque . As políticas sociais que permitiram o avanço do pensamento de como uma mulher d eve ser tratada.O blog teve a importância de informar e valorizar a mulher, mostrando suas culturas, crenças, costumes, suas profissões, e diversos meios de valorização da vida como por exemplo, cidades que levam o seu nome, musicas, poesias em sua homenagem, bandas compostas só por mulheres, profissões de destaque onde as reflexões que o artigo pretende mostrar é para um maior entendimento do mundo das mulheres, que foram apresentados no blog balanço feminino traz em sua pagina Na Tela informações tipo de noticias boas e ruins, da vida de artistas, de pintoras, padrão de beleza, a parte estética do corpo de uma mulher é claro o desejado pelos homens, além de um corpo esbelto, tem também o corpo bonito por dentro. Para entender é preciso perceber que a sociedade está com a mente destruída, visando seus próprios interesses, buscando estar no topo da pirâmide da sociedade como trata o texto de Renato Cordeiro, O Emblema da Cidade “ a cidade babélica dos homens ,ilegível em sua realidade caótica, é a que se tornou consumível , ou mesmo passível de ser gasta: o recipiente transforma se tão rapidamente quanto seu conteúdo, ou seja busca pra se, passa pelo outro mas não vê, não sente necessidade de contribuir, diminuindo o amor, aumentando o isolamento entre as pessoas, aumentado o consumo de alimentos não saudáveis , contribuindo com a obesidade ,da poluição dos meios e transportes, de eletros eletrônicos e outros que hoje servem, amanha são descartáveis, assim aumentando o lixo que ainda demora anos e anos para se decompor , aumentando o caos da cidade.Para poder perceber isso temos dentro da pagina Na Telão que é possível perceber que a sociedade quer algo pronto, quanto menos precisar pensar melhor, quanto menos estiver que parar para prestar atenção melhor. Segundo o texto de Silviano Santiago O Narrador Pos Moderno diz que, o narrador pos moderno vive de observar, ele não quer mais ouvir a experiência do outro tem, não quer ter a experiência para depois contar, ele primeiro vê e depois conta o que viu do outro em suas palavras e isso permite passar em Tela, pois se é uma noticia ruim percutirá vários dias aquela mesma noticia onde as pessoas só impressionam naquele momento ou se sensibilizam naquele momento, passando algum esquece e não se fala mais naquela noticia, pois algo de novo já aconteceu mesmo que não foi bom, mas é novo, moderno. Para este exemplo do que vale o momento tem a postagem sobre a matéria do goleiro Bruno e Elisa, onde foi cometida uma arrogância contra um ser humano, onde ele quis se livrar de algo achando essa ser a saída, no mundo moderno quer resolver as coisas com base na violência, olho pó olho dente por dente. Segundo Nietzsche no texto Tudo que é Sólido Desmancha no ar na pág. 22 diz: “que Nietzsche observa que há uma grande quantidade de mesquinhos e intrometidos cuja solução para o caos da vida moderna é tentar deixar de viver; para eles “ torna-se medíocre é a única moralidade que faz sentido”.”Então cometer as coisas erradas, fazer o outro sofrer são imagens que podem ser cometidas por está presente na tela.Como a tela é um instrumento persuasivo os dois lados da moeda se encontra nela, o lado bom e o lado ruim, onde o lado bom é que informações chegaram nos lares, e está reportagem trouxe reflexões sobre mulheres que são ameaçadas, não dar pra brincar com assuntos delicados sejam eles quais forem . Na Tela até agora mostra que pessoas violentas, pessoas com problemas diversos quando vêem cenas violentas tendem a fazer o mesmo ao invés de se indignarem como é o caso da reportagem sobre Bruno. Ainda sobre a reportagem sobre os Goleiros Bruno, o texto, Imaginários Globais e Medos Locais retratam também sobre isto, pois a autora Rossana Reguillo ela fala que até mesmo o visinho não nos oferece garantia, desta forma má noticias se forma em nós tornando mentes com medo, medo do outro, medo de ajudar, de dividir ate mesmo o pão, com isso muitos sofrem sem. Segundo Milton Santos no texto Por uma Globalização diz: “o que é transmitido á maioria da humanidade é, de fato uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde”, ou seja, distorce a visão que temos sobre a mulher e estas noticias não nos leva há interagir umas com as outras, mas sim de distanciamento entre si. Não se tem ao certo se a sociedade mudara esse comportamento de pensar antes de agir e para não se atropelarem em seus pensamentos distorcendo a imagem de uma verdadeira mulher. Na Tela tem uma reportagem sobre o dia 8 de março dia internacional da mulher onde mostra a lutar das mulheres com a mídia, a fim de mostrarem a sua dignidade e também o seu sofrimento. Segundo o texto Imaginário Globais, Medos Locais: A Construção Social do Medo na Cidade mostra que as “mulheres e crianças deveriam ficar num espaço privado e jovem sob vigilância para não tirarem à beleza da cidade”, e nesta reportagem mostra o tanto de arrogância cometida contra nos mulheres onde se percebe que surgi um medo, medo este de autonomia, de autoridade e capacidade de também desempenhar a mesma atividade se tratando dos homens e ainda observamos que nós mulheres mesmo estando trabalhando na mesma função a remuneração ainda é diferente, vejo isto como uma injustiça na elaboração das leis do país, pois o reflexo que se tem hoje sobre mulher é que cada dia ela vem conquistando posição de vencedora. Em uma outra reportagem que trata da luta das mulheres pela mídia, para os homens se vê como uma derrota, quando na verdade nós mulheres queremos estar paralelo a eles.. Na tela é possível perceber que através dela as pessoas mudam de desejos, atitudes, vontades com muita rapidez, querendo chegar ao ápice de uma torre que é invisível até o ponto que a pessoa não tem dinheiro como é o caso do texto de Renato Cordeiro Gomes Modernização e Controle Social-Planejamento, muro e controle espacial “Essas novas tecnologias modificam radicalmente a percepção e a sensibilidade urbanas e alteram o imaginário e a subjetividade...” então as informações chegam a todo vapor fazendo com que as pessoas se tornem vulnerareis sobre aquilo que se vê, querendo fazer da mulher o mesmo. Segundo o texto A Sociedade do Espetáculo de Débord Guy “ a medida que a necessidade se encontra socialmente sonhada,o sonho se torna necessário”, por esta razão é que mulheres como eu luta todo dia contra o racismo, contra a violência causada por homens, por dignidade, respeito quanto ao trabalho, mulher tem que conquistar a mídia não tomando o espaço do homem, mas unindo as forças, mostrando pra sociedade direitos e deveres de cada cidadão. No texto de Milton Santos, Por uma outra Globalização diz: “Neste mundo globalizado, a competitividade, o consumo, a confusão dos espíritos constituem baluartes do presente estado de coisas. A competitividade comanda nossas formas de ação,” neste caso as mulheres vivenciam uma competitividade grande no mercado de trabalho, a mídia não da pra todas nós, nem pra todos eles, mas as que fazem à diferença chegam lá, como em uma outra pagina mostra que no Brasil na área política Dilma é como uma lenda, algo jamais visto pelos brasileiros, isto é fato pra se comemorar, fazer uma reflexão a que ponto está chegando as mulheres, com boas intenções e vontade de fazer a diferença, não para mostrar aos homens, mais força, mais poder, mas de que elas também podem, e devem desempenhar atividades com responsabilidade, gerar progresso para o local em que vive, é preciso confiar no dom que tem dentro de nos mulheres, no dom de ser mãe por exemplo de não sermos comprada por palavras, troca em dinheiro pelos nossos valores, quando acontece a perda de valores a sociedade feminina perde seus valores, portanto o mundo globalizado procura mostrar na tela ao mesmo tempo que lutar por dignidade e respeito na mídia, mostra que só é possível caso seguir um padrão pré estabelecido, como cor de pele, condições financeiras, amizades, bens materiais, até mesmo religião, tudo isso faz parte de características possíveis de uma mulher estar na mídia. Voltando para o dia 8 de março, dia internacional da mulher, mostra as lutas e conquista, é até mesmo com derramamento de sangue que este dia pode ser comemorado, como foi o caso de uma postagem sobre a lei Maria da penha da pagina tal do blog tal, este dia pra nos mulheres que fazemos a sua representação através de passeatas, manifestações ainda são formas de denunciarmos a violência, as más condições em que somos submetidas por não aceitar as agressões físicas e morais, feitas as mulheres por questões sociais, escolares, familiares, qualidade de cabelo. A fim de quebrar este preconceito, cada vez mais manifestações serão feitas. O blog Balanço Feminino não para por aqui com questões que através de reflexões vencem barreiras como é o caso da postagem sobre mulheres invisíveis onde fala do destaque que a mulher teve no movimento literário sobressaindo aos homens foi na pintura onde elas Anita Malfati e Tarsila do Amaral desempenharam um papel importantíssimo no Modernismo. Antes da conquista qualquer tipo de arte só era permitido para os homens, quando alguma mulher possuía o dom das artes somente a família apreciava, mas esses dons eram precisos criar asas e voar, só depois de muito tempo é que percebemos que pintoras se tornaram famosas. Na postagem mostra a descoberta de mais de 91 nomes femininos na área de pinturas para a academia de belas artes, Na Tela isso revela que é um exemplo a ser seguido uma luta que quebrou muitos paradigmas para chegar aonde chegou, não por merecimento, mas porque lutou, enfrentou desafio para a realização da valorização da mulher em meio às artes, Assim como outros meios de sobrevivência de ganhar dinheiro para sobreviver é preciso ver Na Tela e não deixar vazar por um cano quebrado ou furado, mas que chegar pra fazer a diferença na família, no trabalho, na sociedade onde estiver. Para isto acontecer houve uma ruptura neste movimento onde trouxeram o que era de fora pra mostrar com a cara do Brasil, mas mesmo assim as criticas aconteceram, contra elas, mas nada acontece por acaso o que elas pintavam não podiam ficar preso só para a academia ou em casa, então como na Tela também trata delas na pintura como profissionais foi preciso divulgar estes trabalhos em vários lugares, em momentos que a economia estava em alta e baixa, pois muitas vezes estas foram às formas de sobrevivência, refletindo sobre a atitude destas mulheres é que se percebe uma forma de denunciar a escravidão e que era preciso libertação, para os seus, desejos, pensamentos serem expressos neste caso através da pintura. Por meio das pinturas as mulheres encontravam meios para se libertarem das criticas, das imposições feitas pela sociedade, num trecho do texto Sociedade do Espetáculo de Debord Gui diz: “O espetáculo se apresenta como uma enorme positividade, indiscutível e inacessível”, então se a mulher vence obstáculo na arte através da pintura é indiscutível que temos a condição de construir pontes de progresso para o país através desta atividade que também é uma forma de sustentabilidade. Segundo o texto de Marshall Berman onde diz: “Muitos artistas e escritores... são gratos a esse modernismo por estabelecer a autonomia e a dignidade de suas atividades”, percebe a valorização das artes em meio a tantas desvalorizações. Como as mulheres cada dia cresce mais então a reflexão acontece também na postagem foi sobre a vida de mulheres no cinema pra chegar a este status nada foi de graça ou por um acaso, e sim por luta, através do cinema foi possível ver o que foi de melhor da moda da época e na tela é possível ver o que há de melhor na moda hoje prontinho sem precisar ler, é só observar o comercial, a novela, o filme, os outdoors que lá estão eles os produtos. No texto Sociedade Liquida de Maria Lucia Garcia na entrevista feita com Bauman ele diz “tudo esta agora sempre a ser permanentemente desmontado, mas sem perspectiva de nenhuma permanência. Tudo é temporário.” Daí tudo se transforma em um liquido que ao cair no chão não tem como voltar, as propagandas cada dia mostra coisas novas que uma substitui a outra a de ontem não serve para hoje se tornou descartável, as figuras famosas hoje do cinema não são as mesma de ontem, o tempo passa as coisa mudam, as paginas das pessoas passam e não mais lentamente, mas sim numa velocidade que os nossos olhos não podem medir com isso o futuro se torna incerto para as mulheres do cinema, então é preciso buscar espaço onde o trabalho seja digno de respeito, salário, e seguro. O texto de Rossana Gerriho Imaginário Globais, Medos Locais: A Construção Social do Medo na Cidade. fala : “...temos mais pobres , menos oportunidade de emprego formal,...” ou seja não há nada de bom como segurança para as mulheres financeiramente , socialmente fazendo com que a atenção esteja somente na Tela. Por este motivo os bens de consumo aumentam, a concorrência aumenta, até mesmo porque elas buscam conhecimento, motivos para conquistar uma vaga no mercado de trabalho competitivo em busca de salário melhor, estabilidade e conforto pra si e para a família. Segundo o texto O Emblema da Cidade de Renato Cordeiro fala”a construção sempre acrescenta um elemento novo, mas o acumulo e o crescimento desmesurado podem liberar as forças destrutoras”, então cada dia é possível uma refletir e perceber que mulheres estão crescendo em sabedoria, cada dia algo novo, algo bom, é claro que é preciso ter cautela em tudo que se vê na tela pois muito trovão é sinal de pouca chuva e se não estiver um olhar critico sobre as coisas que as vezes se desmorona num abrir e piscar de olhos,fica para traz,pois quando se busca o ápice da torre acontece que está buscando melhora,mas chega um momento em que a sociedade fica confusa.Esta postagem da pagina Na Tela é sobre Tais Araújo que apesar de ser famosa bonita tem sua pele recoberta da cor negra onde a telenovela mostrou que a mulher valorizada precisava ser ousada em dois sentidos como mostrou a telenovela Chica da Silva de mostrar o corpo, a sensualidade e a outra é de buscar vencer como é o caso da atriz que luta para continuar na TV e também teve a participação da atriz Taiz Araújo na telenovela Viver a vida onde alem de ser mulher, ser negra ainda mostrou submissão a mulher de pele branca como se não bastasse as injurias feitas pelos homens, isso na tela houve muita discurssao pois o que não é visto não é desejado então alem dos homens para maltratarem as mulheres, ainda temos aqui a questão racial, financeira de uma mulher e que se ela não buscar se destacar com suas qualidades, com seu dom e desempenhar o seu papel, a Tela mostrará que o homem sim é que pode e que manda no pedaço em todos os sentidos.O texto A Sociedade do Espetáculo mostra como a sociedade vê as mulheres de forma deturpada e desqualifica a sua mão de obra, uma atriz que representou na telenovela uma mulher de pele escura sendo a culpada por caos da sociedade isso vai de encontro os princípios que caracterizam a sociedade feminista de que seus valores são cultivados, antes certas cenas que as mulheres produziam eram proibidas de serem mostradas.Assim a postagem também mostra um lado histórico que desde o descobrimento do Brasil trouxeram os negros como escravos e mesmo depois da libertação muitos deles ainda continuaram sendo escravos por motivo de terem saídos com os pés eas mãos atados, nesse sentido o fato da personagem na novela viver a vida ter apanhado são reflexos do passado , no texto Imaginários Globais .. fala que cidade bonita, não tem pobreza, consequentemente pessoas negras, mendigos, mas para que isto não aconteça ou melhor para que não tenha pessoas pedindo esmola nas ruas é preciso a política interferir, para que mulheres não fiquem só parindo a fim de receberem bolsa família sem cuidarem de se, também é preciso uma política de sustentabilidade eficiente, o que não acontece,neste pais que quanto mais tenho mais quero, mulheres que lutem, pois o espaço é pequeno. Uma outra postagem bastante relevante foi sobre o padrão de beleza de uma mulher onde a Tela mostra o que deve ser usado, comprado, o que serve pra comer possuir, freqüentar e isso acontece com muita freqüência em praticamente todos os lares onde o texto Tudo que é Sólido se Desmancha no ar de Marshall Berman retrata que “Porem , é uma unidade paradoxal, uma unidade de desunida”, ao mesmo tempo que mostra um unir disfarçado é o mesmo tempo que desune um dos outros,como quem tem um poder aquisitivo melhor coloca tudo que o dinheiro pode comprar em casa para não correr risco com a violência lá fora,mas é desunião quando não compartilha com o outro não sei e nem quero saber quem é meu visinho . Objetos como, por exemplo, o telefone em que, agora é o celular e quanto menor melhor, antes era o disquete, passou pra CD ou DVD, hoje é o Pen Drive isto e muito mais objetos são coisas boas hoje e futis amanha. A tela entra no lar sem pedir licença e a mulher neste caso também é objeto de desejo pelo homem onde vemos nas ruas na TV na revista, percebe se muito isso nas propagandas, por exemplo, se é de cerveja tem que ter mulher de pele clara, cabelos compridos e escorridos dentes brancos, magras e com curvas bem acentuadas, a Tela mostra o que é ideal pra sociedade, sem pensar ns conseqüências, nas condições financeiras, e um outro problema é que andar na moda não da pra maioria, mas a maioria das mulheres deixam coisas bastantes relevantes para poderem estar conforme manda o figurino. Na postagem bonita por natureza o pintor Fernando Botero mostra quadro de mulheres gordas o que na realidade é o quadro nacional em que a sociedade não quer aceitar este tipo de corpo, os homens, mas este corpo não pode e nem deve ser tratado só em questão da estética, deve se observar também a questão da saúde, pois nem sempre é gula. Um corpo bem acentuado, sem estrias é para o mercado de trabalho um objeto valioso, onde o mercado masculino garante a lucratividade, esta é mais uma exploração contra a mulher, embora muitas vezes elas que são as responsáveis. Uma reflexão para isso é que muitas delas alegam à falta de profissão, pois segundo o texto Sociedade Liquida da entrevista de Bauman ele diz: ”diferentemente dos perigos antigos, os riscos que envolvem a condição humana no mundo das dependências globais podem não só deixar de ser notadas, mas também minimizadas, mesmo quando notadas” pois antigamente já se tinhas riscos , mas não era notado como agora e também os recursos eram bem menores, até as condições financeiras eram bem menores, as mulheres morriam e não sabiam de que, ela eram verdadeiramente paredeiras, este era o seu papel serve para o marido e filhos e mais filhos,temos exemplos de mulheres que tiveram mais de 20 filhos, isso na sociedade do espetáculo é ridículo, uma mulher hoje não suporta esta situação, como hoje a mulher tem a condição de trabalhar para sustentar a casa os risco de hoje são invisíveis como a falta de amor pela família , a necessidade de estudar, e sustentar o lar como é o caso de mães solteiras permite que nesta sociedade se trabalhe mais e corre o risco de não desfrutar do ócio da vida. Ao fazer reflexão sobre a importância da mulher na sociedade se percebe que cada ano que se passa acontece a evolução, cresce a expectativa de vida, diminui o desemprego e aumenta o número de mulheres escolarizadas. O mercado de trabalho gira em torno da mulher em suas mais diversas atividades, e principalmente para gerar filhos, uma nova geração que não se tem ao certo como será tratada, se haverá respeito, dignidade e melhores condições de vida, só se sabe que a mulher, busca a todo instante cada vez mais independência, de sobrevivência, independência financeira, pois na sociedade espetáculo mostra que o passado já não valor, então é preciso buscar outros meios de sobreviver, onde a garantia de pelo menos a uma certa idade, poder contar a sua historia de vida da através da mídia,do cinema, das pinturas sua historia de vida. Como a mulher luta até hoje por igualdade social, respeito e dignidade do seu trabalho , em sua carreira profissional é que gira o blog balanço feminino.
Referencias:
BENJAMIN, Walter. O narrador (1936). In: Walter Benjamin – obras escolhidas. Magia e técnica, arte e política. Trad. Sergio Rouanet. São Paulo : Brasiliense, 1996.BERMAN, Marshall, 1940- Tudo que é solido desmancha no ar: a aventura da modernidade/ Marshall Berman; (tradução Carlos Felipe Moisés, Ana Maria l. ioriatti). _são Paulo: companhia das letras, 1986.DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: contraponto, 1997. Balanço FemininoDisponível:HTTP:// WWW.tdoponto1.blogspot.coREGUILLO, Rossana. Imaginários globais, medos locais: a construção social do medo na cidade. Universidade Católica de Pernambuco. Recife; 1998.SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000. :HTTP:// WWW.tdoponto1.blogspot.com
*Trabalho apresentado á professora Noelia de Jesus, como avaliação parcial da disciplina Estuda da Ficção Brasileira Contemporânea**Graduanda do curso do VI semestre do curso de letras/português da UNEB,campus XXIII Seabra_Ba
A MULHER PÓS-MODERNA: QUAL A INFLUÊNCIA DA INTERNET NESSE ACONTECIMENTO HISTÓRICO? [1]
Por Leonardo Rodrigues Teixeira[2]
“Dizem que a mulher
É o sexo frágil
Mas que mentira
Absurda!
Eu que faço parte
Da rotina de uma delas
Sei que a força
Está com elas...”
É o sexo frágil
Mas que mentira
Absurda!
Eu que faço parte
Da rotina de uma delas
Sei que a força
Está com elas...”
(Erasmo Carlos, Mulher)
No mundo moderno que vemos hoje, nada melhor para a população expressar seus sentimentos de satisfação ou repúdio, do que um blog de postagens na internet. A proposta do Componente Curricular Estudos da Ficção Brasileira Contemporânea, ministrado pela professora Noélia de Jesus Silva, no curso de Letras: Língua Portuguesa e Literaturas, do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias – DCHT do Campus XXIII, de promover uma comunicação virtual entre os alunos da turma 2008.1 através de um blog, foi, sem dúvida nenhuma, uma das ações que mais contemplou o contexto atual, não só da Comunidade Acadêmica, como da sociedade em sua totalidade. Com os sugestivos títulos de Balanço Feminino e Simplesmente Elas, os alunos da turma em referência, puderam postar textos relacionados à mulher no mundo contemporâneo.
Diante disso, esse trabalho tem como foco, vislumbrar o contexto sócio-histórico da mulher na sociedade, sobretudo, a partir de uma narrativa pós-modernista. Nesse contexto, Silviano Santiago (2002, p. 46) considera que “o narrador pós-moderno é o que transmite uma ‘sabedoria’ que é decorrência da observação de uma vivência alheia a ele, visto que a ação que narra não foi tecida na substância viva da sua existência”. Nesse sentido, a narração de situações vivenciadas por mulheres de diferentes épocas nas páginas dos blogs analisados, contempla a consideração de Santiago, acima citada.
No artigo ora apresentado, a página escolhida para discussão foi Na Tela, do blog Simplesmente Elas, da turma 2008.1 – vespertino. O título do blog sugere a publicação de artigos, notícias, reportagens, e outros tipos de postagens, referentes à mulher que está em evidência na sociedade.
Vários nomes podem ser incluídos nesse contexto, como por exemplo, a professora deste Departamento, Vilma Maria dos Santos Reis, socióloga engajada na luta pelos movimentos sociais de combate aos preconceitos contra as minorias, que ainda têm tanto espaço na nossa sociedade.
De acordo com a fala de uma aluna da turma 2008.1 – turno vespertino, a professora Vilma Reis é um grande exemplo de hombridade e sensatez. Para a aluna Lélia Magna Silva dos Anjos Prado, em relação à postagem sobre Vilma Reis, foi
(...) perfeita a reportagem sobre Vilma Reis. Admiro a garra, determinação da professora, pois ela como socióloga e pessoa inteligente que é, consegue nos passar informação e coragem, para que percebamos as injustiças cometidas em nossa sociedade. Bastante relevante as informações contidas na reportagem para o blog.
(Lélia Magna – 2008.1 – vespertino)
Ainda em relação à reportagem sobre Vilma Reis, a aluna da turma 2008.1 – noturno, Leonice Neves diz o seguinte:
Gostei muito da reportagem “Os lugares mais privilegiados estão sobre domínio da branquitude”. Nela podemos ver um grande exemplo de vida e luta contra a exclusão e o preconceito em relação às pessoas negras, principalmente quando se trata da mulher negra. Assim, através do exemplo de Vilma Reis, nos é instigado também o desejo de luta pelos movimentos sociais e a inclusão de todos, independentemente de raça, cor, religião, ou gênero, com igualdade de direitos e respeito. (Leonice – turma 2008.1 – noturno)
Em relação ao pensamento de Vilma Reis, tão elogiado pelos blogueiros da turma 2008.1, a socióloga Rossana Reguillo (1998) afirma que “a principal culpada dos excessos e da imoralidade da sociedade atual é a mulher que trabalha, caracterizada como “irresponsável” e “incapaz” de proteger a família e de educar os filhos, definidos como ‘selvagens’, ‘violentos’ e ‘vulneráveis’”. Nessa perspectiva, surgem as contradições do mundo pós-moderno, mundo este, que abriga essa nova metodologia de se comunicar, que é a postagem em blogs.
A página escolhida possibilita também, uma reflexão maior acerca do papel da mulher na sociedade contemporânea, de modo que o leitor possa entender a proposta implícita e, ao mesmo tempo, explícita no título. Além disso, o título Na Tela deixou que os alunos se sentissem à vontade para postar momentos históricos da sociedade, na perspectiva da luta da mulher por um espaço maior na sociedade.
De um extremo ao outro, uma das postagens mais atuais da página, sobre a cantora mineira Paula Fernandes, mostra a persistência e a perseverança dessa artista que conquistou o país com sua doçura e meiguice, uma voz aveludada, capaz de fazer o Rei da Música Popular Brasileira, Roberto Carlos, se render aos seus encantos. A garra de Paula Fernandes, também é um exemplo de coragem feminina na busca por maiores espaços na sociedade.
Nesse contexto, apresenta-se a seguir, uma reflexão mais aprofundada da página Na Tela, onde serão discutidos de maneira mais consistente, os comentários e postagens dos alunos da turma em questão, além de momentos marcantes da nossa história quanto à expressividade feminina.
As mulheres ao longo dos anos têm conquistado cada vez mais espaço na sociedade de diversas maneiras. Em Na Tela , pudemos ver isso a partir da célebre pintura de Leonardo Da Vinci A Monalisa, que, com seu sorriso enigmático, deixou os apreciadores da arte do grande artista italiano impressionados com a sua subjetividade, denotando a complexidade feminina. A Monalisa, representa um ícone da mulher ao longo da história, pois Da Vinci não projetou sua obra para uma época em que o mundo fosse tão íngreme, moderno.
Todavia, A Monalisa é referência para a mulher em todo o mundo, e isso foi mostrado na postagem da pintura em Na Tela. Por isso, em relação à repaginação da obra A Monalisa, mostrada na página analisada, o aluno Wodson, da turma 2008.1 – noturno diz:
(...) Considero que cada uma é uma versão de vários segmentos e de classes da sociedade contemporânea, a fim de retratá-la como seria sua representação se produzida nos dias de hoje. Isso nos faz refletir sobre como os tempos mudam e como as tendências, as formas de se vestir, os meios de produção de trabalho e arte, as formas de ver o mundo e os avanços nas diversas áreas do conhecimento influenciam diretamente na sociedade.
(Wodson – turma 2008.1 – noturno)
Continuando essa viagem por Na Tela, um dos grandes nomes homenageados na página é o da jornalista global Glória Maria. A renomada repórter que por tantos anos nos brindou com suas reportagens mais diversas, visitando os locais mais exóticos do mundo, e entrevistando celebridades como Madonna e Freddie Mercury, venceu o preconceito da sociedade brasileira, que por muito tempo hesitou em aceitar uma mulher à frente de programas de grande influência televisiva. Além disso, não bastasse ser mulher, Glória, era também uma negra, e somente uma negra. No entanto, essa foi uma de muitas mulheres negras que conseguiram conquistar seu lugar na sociedade, e a página Na Tela, do blog Simplesmente Elas, retratou esse fato muito bem.
Uma informação bastante curiosa na carreira de Glória Maria, foi a adoção de duas crianças. O fato chamou a atenção da sociedade, pois a repórter sempre foi conhecida por sua independência, e por momentos em que afirmava não querer filhos. Entretanto, a pausa na Rede Globo a partir de 2009 parece ter mudado a opinião da jornalista, que adotou duas meninas, batizadas de Maria e Laura.
Não se pode deixar de citar também, um momento histórico ocorrido no país, e que foi notícia em Na Tela , que foi a eleição da primeira mulher presidente do Brasil. A nação brasileira, hoje com cerca de 190 (cento e noventa) milhões de habitantes, tem uma mulher no comando pela primeira vez, ao longo dos seus 122 anos de república. Dilma Rousseff vem governar o país, logo após outro fato histórico ter sido registrado no país, que foi a eleição do sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva.
As mudanças sempre alteram o curso da história. Diante disso, toda a população tem conhecimento da influência da internet na vida social das pessoas, sobretudo, através dos sites de relacionamento, tais como: Orkut; Facebook; Badoo; Messenger; entre tantos outros. Nesse contexto, considerando a utilização da internet como veículo de comunicação por homens e mulheres, vários institutos pelo mundo afora afirmam que a internet influencia muito na vida feminina.
Segundo o jornalista Luiz Alberto Marinho (2009), uma pesquisa feita pela BBDO e Proximity mostrou que há distinções entre homes e mulheres também na internet. Prova disso é que na Inglaterra 63% das britânicas reclamam que os homens passam tempo demais brincando com jogos na web. Por outro lado, 65% dos japoneses se irritam com as mulheres que ficam o tempo todo checando os seus e-mails.
Outro dado importante para entender os comportamentos – 70% dos homens não saberiam como se divertir sem a internet e 56% das mulheres acham que a vida seria inviável se elas não pudessem usar a web para se manter em contato com a família. Isso explica porque 63% dos usuários do Facebook são do sexo feminino. Tem mais – 20% das usuárias colocam na rede social fotos ao lado de amigos, mas só 9% dos homens fazem isso.
Entretanto, a advento da internet trouxe também um fato bastante preocupante para a sociedade mundial. Muitos dos crimes sexuais cometidos contra mulheres são oriundos de relacionamentos amorosos iniciados através da internet. Por isso, é necessário que a mulher, sobretudo, seja mais cautelosa ao usar a internet como ferramenta para a realização de um sonho que, para muitas, é a busca por um novo amor, diante das carências do mundo pós-moderno.
Outro ponto bastante relevante, no que concerne à influência da internet sobre a mulher, é o aumento do consumismo do sexo feminino através da internet. Segundo Daniel Junqueira (2008), a internet é principal fonte para decisão de compra da mulher brasileira. Junqueira ainda afirma, que o público feminino já passa mais tempo no PC do que na TV e usa web para pesquisar características de produtos e preços. Com toda certeza, essa é mais uma característica da mulher moderna, nesse mundo da pós-modernidade.
Portanto, as informações supracitadas expõem a influência da internet na vida da mulher moderna, principalmente, porque não se atém somente às informações contidas em Na Tela , mas, busca informações abrangentes e que contemplam a proposta de se discutir a importância dessa ferramenta tão importante no cotidiano feminino, que é a internet.
Diante disso, vários fatos foram narrados nesse artigo, que expressam as características das narrativas pós-modernistas, trazem o contexto vivenciado pelo ser narrado, como é o caso das personalidades descritas em Na Tela. Diante disso, Benjamim (1996), sugere que: “um acontecimento vivido é finito, ou pelo menos encerrado na esfera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é apenas uma chave para tudo que veio antes e depois”.
Não se pode deixar de considerar também, a contribuição que a iniciativa da professora Noélia em trazer essa discussão acerca de um tema tão em evidência, que é o crescimento da mulher na sociedade pós-moderna, através de uma ferramenta também moderna, que é o blog. Sem dúvida nenhuma, a proposta da professora no Componente Curricular que abrange o estudo da ficção, foi bastante feliz, pois trouxe informações reais da contemporaneidade, não só do Brasil, mas do mundo inteiro. Além disso, a iniciativa de Noélia de Jesus, foi também um método de inclusão digital nas dependências do DCHT – Campus XXIII, que embora abrigue a pós-modernidade, através de seus alunos, ainda enfrenta as dificuldades do mundo digital.
Contudo, as postagens apresentadas nas páginas dos blogs Simplesmente Elas e Balanço Feminino, demonstram a capacidade que os alunos das turmas 2008.1, vespertino e noturno, tiveram de expressar seios anseios e suas insatisfações com um mundo tão cheio de contradições, coisa, aliás, do mundo pós-moderno.
REFERÊNCIAS
BENJAMIN, Walter. O narrador (1936). In: Walter Benjamin – obras escolhidas. Magia e técnica, arte e política. Trad. Sergio Rouanet. São Paulo : Brasiliense, 1996.
Comentários dos alunos: Lélia; Leonice; e Wodson. Disponíveis em: <http://tdopontoum.blogspot.com/p/na-tela.html> acesso em 14/02/2011
http://letras.terra.com.br/erasmo-carlos/67612/ acesso em 14/02/2011
JUNQUEIRA, Daniel. Internet é principal fonte para decisão de compra da mulher brasileira. Disponível em: http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/03/11/internet-e-principal-fonte-da-mulher-brasileira-para-decidir-compra/ acesso em 14/02/2011
MARINHO, Luiz Alberto. Homens, Mulheres e Internet. As diferenças. Disponível em: <http://by3.com.br/2009/06/25/homens-mulheres-e-internet-as-diferencas/> acesso em 14/02/2011
REGUILLO, Rossana. Imaginários globais, medos locais: a construção social do medo na cidade. Universidade Católica de Pernambuco. Recife; 1998.
SANTIAGO, Silviano. Nas malhas da letra: ensaios. Silvano Santiago. Rio de Janeiro: Rocco, 2002.
2 Acadêmico do 10º semestre de Letras: Língua Portuguesa e Literaturas. E-mails: olhosdetireoide@hotmail.com; lrteixeira@uneb.br.
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A MULHER NO CINEMA NA PINTURA E NA TELEVISÃO[1]
Daizí Alves
Buscou-se com o presente artigo cientifico apontar como a mulher vem sendo vista no cinema, na pintura, na arte e na televisão, dentro do blog balanço feminino em especial na pagina- na tela. Tomou-se como corpus, a página- na tela do blog balanço feminino. O método empregado foi a analise, a observação, a comparação, e a interpretação. Os pressupostos teóricos utilizados foram: BENJAMIM (1994); COUTINHO (2004); DEBORD (1997); GOMES (1994); SANTIAGO (2002). Os resultados deste estudo apontaram como a mulher evoluiu ao longo do tempo, como conquistou seu papel na sociedade visto que houve repercussão em todos esses aspectos citados no que diz respeito no gênero feminino.
Ao longo de história, a mulher tem conseguido seu espaço no mundo político, social e econômico. Sua atuação sempre foi árdua em todos os sentidos, a começar como dona de casa, as famigeradas donas do lar, até a mulher trabalhadora no mercado de trabalho comum que busca a sua emancipação, submetendo-se a um salário bem inferior ao mínimo estipulado por lei. É este o ônus de quem quer avançar nos espaços que devem está aberto para que todos os seres humanos sejam iguais na li e na prática, pois é mais um espaço que se tem conseguido na luta, primeiro pela sobrevivência e segundo para mostrar que ser mulher não significa ser apenas dona do lar. Segundo Rossana Regullio:
“A relação com a cidade é mediada por uma representação “masculina” do uso do espaço público. Ou seja, o espaço exterior, a cidade, é para os homens adultos, que são os únicos capazes de resistir às constantes tentações e de enfrentar os múltiplos perigos que rondam a cada esquina. As mulheres e crianças devem permanecer no recesso do espaço privado, os jovens devem ser mantidos sob constante vigilância e, metaforicamente, submetidos a periódicos testes “antidoping”, pois são os mais suscetíveis de serem influenciados pelas vozes das sereias”.
Percebe-se como a mulher ainda é vista como um ser inferior ao homem falta muita coisa a ser feita para que as discriminações sejam abolidas do seio da sociedade quando se trata das mulheres. A mulher, como qualquer outro ser humano deve ser ouvida, e tratada como uma pessoa comum na sociedade.
A luta das mulheres para serem reconhecidas vem de longas datas, e atualmente ela consegue aos poucos esse reconhecimento, a atuação ou até mesmo o papel da mulher na tela – no cinema, na televisão e na pintura é um grande exemplo dessa conquista. A mulher negra nós mostrou sua perseverança, sua luta e sua força, ao atuar em cinemas, telenovelas e em grandes obras da literatura e da pintura, isso porque além de sofrer o preconceito por ser mulher vai sofrer também por ser negra, e diante de diversos obstáculos impostos pela sociedade, a mulher e negra consegue aos poucos seu espaço e participação nessa sociedade tão padronizada e preconceituosa. Temos como exemplo o Blog Balanço Feminino, onde na pagina na Tela foi postado uma reportagem sobre a atriz Taís Araujo. “Foi a primeira atriz negra a ser protagonista de uma telenovela brasileira, interpretando Xica de Silva, na extinta Rede Manchete, foi também a primeira protagonista negra em uma novela da Rede Globo no ano d 2004. Em 2009 Taís quebra mais um tabu: é a primeira negra a protagonizar uma novela do horário nobre da Rede Globo, e ainda leva o titulo de “primeira Helena negra do autor Manoel Carlos” a personagem Helena criada por Manoel Carlos, é marcada pela mulher forte e contraditora, e tornou-se marca registrada nas tramas do autor e já foi vivida por grandes atrizes que também conquistou seu espaço de mulher”. Taís Araujo merece um destaque em especial, porque assumir o papel que assumiu, sendo mulher e negra em uma sociedade que dita as regras dizendo o que pode e o que não pode, o que é feio e bonito, enfim que estabeleceu um padrão de beleza, e a mídia se encarrega de não nos deixar esquecer.mas infelizmente nem tudo esta prefeito, nessa mesma novela, a protagonista é submetida a uma cena que causou indignação a muitos, na semana do dia da consciência negra, vai ao ar um acena onde a personagem se ajoelha e leva um tapa na cara de uma branca, e isso causou muita polêmica, discussão, comentários tanto contra como a favor, mas acredito que toda essa polêmica foi gerada por uma questão étnica racial e não por uma questão de gênero,isso nos mostra o quanto a mulher está evoluindo e deixando sua marca, e o mais importante, toda essa polêmica mesmo que por uma questão racial, foi uma cena contracenada por duas mulheres, que direta ou indiretamente teve sua participação na tela, mostrando assim que pode ser tão capaz quanto homem.
A mulher sofreu muito para ter sua participação ativa na sociedade, mas isso não significa que tem total participação na mesma, ainda existe certa lacuna em se tratando de sua atuação perante a sociedade, mas infelizmente parece que algumas mulheres esquecem ou não dão o devido valor a conquista que obtiveram, e acabam se sujeitando a funções ou papeis que só denigre sua imagem, no entanto, a sociedade em geral tem uma parcela de culpa para com a mulher, onde a mesma, por falta de oportunidades, de compreensão, enfim por está sempre em segundo lugar são quase que abrigadas a aceitar tudo que a modernidade lhes impõem, como a atuação na mídia, que exige um “padrão” para que a mulher se adéqüe e faça parte da mesma. Segundo Milton Santos: “As mídias nacionais se globalizam, não apenas pela chatice e mesmice das fotografias e dos títulos, mas pelos protagonistas mais presentes”. Como muitas se sujeitam a tudo para conseguir destaque na mídia ter fama, dinheiro, e ser reconhecida nas ruas, e aquelas que não são felizes nesse meio, acaba vulgarizando e destruindo a própria imagem, tornando-se vitima e escrava do julgamento alheio e das exigências padronizadas que a sociedade moderna lhe impõe.
Em pleno século XXI, a mulher continua sendo vitima, e como exemplo temos o caso de Eliza Samudio, reportagem que foi postada no blog Balanço Feminino na página na tela: “ Em junho de 2010, a população brasileira se chocou ao tomar conhecimento de um suposto assassinato cometido por um dos maiores ídolos do futebol brasileiro, o goleiro Bruno de clube de Regatas Flamengo. A vitima, a paranaense Eliza Samidio, era namorada do então jogado do clube de maior torcida no futebol brasileiro, e, segundo depoimentos constantes do inquérito, vinha sofrendo inúmeras ameaças do jogador e seus funcionários, por cobrar dele o que lhe era direito garantindo, a pensão para seu filho, fruto da relação com o então goleiro do clube carioca.(...) o goleiro Bruno, que era ídolo, se tornou um monstro para o povo brasileiro, tão carente de ídolos. Além disso, praticar um crime com requintes de crueldade, com uma mulher que lutava por seus direitos, é ainda mais chocante, pois, em pleno século XXI, ainda vemos acontecer atrocidades como asse”.
Realmente é assombroso e indignador presenciar cenas de brutalidade contra a mulher como foi o caso da morte cruel de Eliza Samudio, caso esse que teve grande repercussão porque foi para na mídia, então estão fazendo justiça. Infelizmente esse é um dos grandes casos de violência contra a mulher, pois ela ao mesmo tempo em que é vista como geradora de prazeres é também vista como símbolo de ódio e repugnância, essa é uma realidade na qual a mulher está inserida, e que precisa ser pensada e revista pela sociedade.
Em se tratando de “padrão” de beleza, a discussão é grande, na atualidade, cada um tem sua opinião, muitos acham que todos deveriam ser iguais, outros acham que não, e ainda bem que ninguém é igual, semelhanças existe, mas igualdade não porque ia ficar uma coisa muito sem graça se não fosse à diversidade que existe. Como tem aqueles que julgam “belo” apenas o magro, que julgam saudável apenas o esbelto, tem também aqueles que enxergam a verdadeira beleza, que ver beleza nas mulheres gordas e não alimenta essa obsessão pelo corpo “perfeito”. Temos como exemplo o blog Balanço Feminino, na página na tela com o titulo Bonita Por Natureza. São as obras do pintor e escultor Fernando Botero, onde percebemos que a mulher é bonita por natureza, e deve ser valorizada em todos os sentidos,. O pintor traz em suas obras figuras de mulheres gordas, e nem por isso suas pinturas são inferiores, muito pelo contrário, são muito elogiadas, prestigiadas e admiradas, inclusive já foram apreciadas em grandes exposições, gerando prêmios ao pintor e escultor.
Isso mostra que nem tudo está perdido nessa sociedade padronizada, que a mulher não precisa se sujeitar a escrava da beleza para se adequar aos “padrões” impostos, a verdadeira beleza está em aceitar você mesma, valorizar suas qualidades e também seus defeitos, porque todo mundo as tem, ninguém é perfeito e muito menos igual. Enfim as obras de Botero reconhecem as qualidades, e os méritos da mulher, apontando que cada uma tem a sua própria beleza, e você mesma é quem dita as regras de como quer que seja seu corpo.
O famoso “padrão” de beleza imposto pela sociedade deixa a mulher submissa em se tratando de estética e isso reforça a idéia do quanto a sociedade ainda é perversa com o gênero feminino, ditando as que são e as que não são aceitas diante dos padrões exigidos. A influencia da mídia é outro ponto culminante que fragiliza a auto-estima da mulher, aquelas modelos e atrizes aparentemente perfeitas que estão estampadas na televisão, nas propagandas, nos auditor, faz com que quem não faz parte desse maio queiram ficar igual a elas, e função dessa influência, muitas tornam-se debilitadas, fragilizadas, destroem a própria saúde causando até a morte.
A conquista da mulher, seus direitos de igualdade, de liberdade, de expressão, de atuar na mídia, de fazer parte da literatura, da arte, é de grande relevância, mas a mesma precisa fazer valer essa conquista, tendo vontade própria, não se deixando influenciar pelo julgamento alheio, e o mais importante acreditar e valorizar a si mesma, mostrando para a sociedade em geral que o espaço conseguido não significa que a história termina aqui.
A cidade contemporânea é de certa forma o deposito onde se descarregam os problemas criados e não resolvidos. Como resultado cria-se a violência, as drogas a desigualdade, o preconceito, o individualismo, a opressão, a competição, o medo e tantas outras coisas. Segundo Marshall Berman:
“O turbilhão da vida moderna tem sido alimentado por muitas fontes: grandes descobertas nas ciências físicas, com a mudança da nossa imagem do universo e do lugar que ocupamos que ocupamos nele; (...), cria novos ambientes humanos e destrói os antigos, acelera o próprio ritmo de vida, gera novas formas de poder corporativo e de luta de classes; descomunal explosão demográfica, que penaliza milhões de pessoas arrancadas de seu habitat ancestral, empurrando-as pelos caminhos do mundo em direção a novas vidas; rápido e muitas vezes catastrófico crescimento urbano;”
O crescimento urbano que é cada dia maior tem proporcionado esse caos na vida do ser humano que acaba passando despercebido achando que tudo está normal, e não se da conta que ele próprio está destruindo o meio ambiente, com sua mania de inovar e inovar cada vez mais, criando maquinas, aparelhos eletrônicos, cada dia um mais avançado que o outro, vibrando com o avanço tecnológico, passando por cima de tudo e de todos para atingir suas metas e contribuindo comas injustiças e desordens que assolam a contemporaneidade. No meio dessa modernização devastadora está a mulher que luta incessantemente para ser merecidamente reconhecida e respeitada. Atualmente a participação da mulher na sociedade é cada vez maior, já assumem profissões que antes era só e exclusivamente masculinas, já disputam o mercado de trabalho com homens, e agora para conquista maior temos uma mulher presidente antes não tinha nem o direito ao voto.As profissões e cargos assumidos por mulheres que antes lhe eram negados tem tido grandes repercussões, seja na literatura, na arte, na pintura, no cinema, ou na televisão. Sua atuação no cinema Poe exemplo é um grande marco de sua conquista na história. O cinema sempre foi o mais conveniente palco das mudanças de nosso tempo, por meio dele, sabemos quem e o que está na moda- que cores fazem sucesso, que canções estão nas paradas, para onde vai o humor da sociedade. Nas telas, assistimos ao crescimento da importância das mulheres em um mundo predominantemente masculino, que finalmente começa a abrir espaços para o feminino. Essa atuação também nos mostra que, impedidas de buscar “a grande arte”, as mulheres tinham sua atuação limitada à “arte aplicada” das almofadas, rendas, bordados e flores artificiais, e hoje já podem ir muito além do que a “arte aplicada”. O mesmo acontece na pintura, demorou para que a mulher tivesse seu trabalho reconhecido, e para quebrar ao tabus que as cercam.
Grandes nomes de mulheres pintoras se destacaram naquela época e é lembrado até hoje no mundo das artes, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral, mulheres que fizeram história, provando a todos o potencial e a capacidade do sexo feminino, e naquela época a arte moderna livrava-se das limitações impostas pela crítica conservadora, porque a mulher passava a ter presença atuante na pintura.
Tarsila do Amaral uma grande artista, reconhecida na literatura, lembrada por todos e acima de tudo mulher. Mulher que se destacou na tela, na mídia, que foi ousada em uma época onde a mulher era privada de tudo, foi alvo de criticas, por ter casado, se divorciado e casado novamente, enfim Tarsila foi um exemplo de mulher guerreira que lutou por seus direitos, por seu espaço e conseguiu deixar seu nome no mundo das artes, em uma época onde triturava a mulher e esmagava sua individualidade alienando-o, censurando-o e dificultando-lhe a busca de caminhos, espaços e participação ativa perante a sociedade.
Temos como exemplo, também no blog Balanço Feminino, na página na tela, uma grande obra de Tarsila, que é a tela a negra, onde a artista transcreve seu olhar sobre o gênero feminino. A pintura em si denuncia a condição dos negros na sociedade daquela época, o enorme seio sugere ser a mulher “ama-de-leite”, que muitas vezes tinha o próprio filho vendido para que pudesse amamentar os filhos de seu dono, as pernas cruzadas sugere a mulher se protegendo, fechada ao sexo, sendo que as “mucamas” muitas vezes tinham de “servir” aos seus “donos”.
Utilizar um blog pata trazer e abordar assuntos como esse da mulher é de grande relevância, pois traz átona coisas que andam meio que esquecidas na atualidade, como a importância de falar sobre mulher, e o blog por ser um meio de comunicação que faz parte da sociedade moderna terá muitos acompanhantes, o que é bom, porque só assim um assunto como esse não cairá no esquecimento.A participação ou mesmo atuação da mulher no cinema, na televisão e na pintura, a articulação sobre mulher e mídia, nos mostra o quanto esse meio mexe com a estrutura feminina, porque ao mesmo tempo que valoriza a mulher, que registra suas lutas e conquistas, pode deixar a mesma fragilizada e muitas vezes submissas em alguns casos, mas acima de tudo é através desse meio que podemos ter maior visibilidade sobre esse tema mulher, pouco evidenciado na sociedade.
No encanto da vida, a mulher é a luminosidade que nunca deve se apagar, pois a ausência dela é uma escuridão que não há recurso energético que faça enxergar, mesmo estando no claro, é um ser que luta, batalha por seus direitos, e busca seu espaço na sociedade com grande eficiência, exercendo seus vários papeis, no qual lhe é designado, que é a mulher mãe, avó, filha, esposa, irmã, amiga e companheira, que apesar de toda essa importância é vista como inferior e vive em um mundo de injustiças cujo homem o faz perverso e desencantado.
REFERÊNCIAS:
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000.
REGULLIO, Rossana. Imaginários globais, medos locais, a construção social do medo na cidade. Lugar comum-estudos de mídia, cultura e democracia n. 7, 1998.
BENJAMIN, Walter. O narrador, considerações sobre a vida de Nikolai Luskov. In.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, =arte e política ensaios sobre literatura da cultura. TRD. Sergio Paulo Rouanet-7. Ed. São Paulo. Brasiliense. 1994.
BERMAN, Marshall, 1940- Tudo que é solido desmancha no ar: a aventura da modernidade/ Marshall Berman; (tradução Carlos Felipe Moisés, Ana Maria l. ioriatti). _são Paulo: companhia das letras, 1986.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: contraponto, 1997.
Balanço FemininoDisponível:HTTP:// WWW.tdoponto1.blogspot.com
[1] Artigo apresentado ao professor do componente curricular Estudos da Ficção Brasileira Contemporânea, para fins de avaliação parcial, do VI semestre, turno noturno. Professora Noelia de Jesus.
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BALANÇO FEMININO E SIMPLESMENTE ELAS: A REALIDADE DA MULHER MODERNA*
Wodson Henrique Pereira Araújo ¹
Através deste artigo busca-se uma reflexão sobre as lutas, preconceitos e conquistas femininas nos vários âmbitos sociais, traçando um paralelo histórico entre o passado e a mulher da sociedade moderna atual. Para isso, a partir dos blogs balanço feminino e simplesmente elas, elaborados juntamente com a professora Noélia de Jesus e os alunos das turmas 2008.1 vespertino e noturno, pretende-se elencar a importância desta mídia como um espaço de aprendizado e interação social, onde é possível de forma dinâmica dialogar com os autores e com os demais leitores sobre a realidade da mulher, através de páginas como escrevendo nomes, na berlinda, tecendo histórias entre outras. Ambos os blogs discutem a propagação de preconceitos e estereótipos ligados à imagem da mulher, tanto no passado quanto no período de transição para a sociedade moderna até os dias atuais. Com este espaço divulga-se também o quanto as mulheres já batalharam e ainda o fazem para conseguir lugares e direitos iguais na sociedade, no trabalho, no meio artístico, nas relações familiares. Para isso vêm se defendendo de posições sociais impostas e demarcadas pelo discurso machista, religioso, científico ou tantos outros, que utilizados de má forma, adquirem a função de impedir o desenvolvimento do seu potencial e de mostrar-se capaz de executar papéis tão quanto ou até melhor que o homem.
Falar da mulher no contexto atual, através dos blogs já citados, é uma tarefa que exige além da percepção de seus novos valores, atribuídos através de muita luta, trabalho e superação, uma reflexão histórica, com vistas a perceber todo processo de construção da sua identidade, tanto pessoal quanto perante a sociedade. Sua imagem mudou e vem mudando ao longo da história da humanidade, atuais discursos que classificam-na como sexo frágil, dependente do homem e incapaz de realizar diversas atividades estão em decadência, quase extinção, dando lugar aos novos olhares e perspectivas quanto ao seu papel no mundo contemporâneo.
Através do blog como meio de discussão social, não só destes citados, mas de forma geral, o leitor deixa de ser simples receptor passivo da informação e passa a desempenhar um papel ativo sobre o tema ou assunto abordado. Uma das facilidades e motivos da expansão do uso deste meio como forma de comunicação é que não se faz necessário possuir grandes conhecimentos em informática para poder produzi-lo, sua diversidade interpretativa abre um leque enorme para discussões ricas e diversificadas, a cerca de pequenas e grandes causas, quebrando o gelo entre o enunciado e o espectador. Outro motivo importante para o crescimento do uso desta mídia é o constante aumento da popularização do computador e consequentemente do acesso à internet, seja em escolas públicas, lan houses ou até mesmo em casa, causando também uma expansão do acesso a esse recurso tecnológico pelas classes menos favorecidas ou descriminadas, não só economicamente, mas também socialmente. Com isso, cria-se um espaço acessível à grande parte da população, onde é possível levantar questionamentos, opiniões e um debate dinâmico à cerca do assunto ou tema explorado. Dessa forma, atende melhor os anseios e necessidades de quem procura informação neste meio, pois engloba a discussão a partir de olhares e realidades sociais diferentes, sendo praticamente impossível uma visão unilateral do que é mostrado.
À exemplo da tradicional imagem feminina, temos o trecho a seguir retirado do blog Simplesmente Elas na página Tecendo Histórias- Mulheres Idosas: “Ser mãe, esposa e dona de casa era considerado o destino natural das mulheres. Atributos tais como maternidade, casamento e dedicação ao lar faziam parte da essência feminina; sem história, sem possibilidades de contestação”. (Bassanezi,1997:609) Na mesma postagem ainda temos a Senhora L. (72anos) lembrando o que sua mãe ensinou: “Ela ensinava a limpar bem a casa, e todos os cantos. Ela dizia que se não estivesse tudo bem limpo, inclusive nos cantos Jesus não vinha na nossa casa.. A partir desta postagem, é visível o poder do discurso machista e religioso, apesar de hoje esse tipo de educação não ser tão difundia quanto antigamente, ainda assim, muitas de nossas mães ou avós passaram por este tipo de ensino, nos levando a crer que é algo ainda muito recente. Apesar de ser um discurso muito restritivo ao elencar à condição de mulher ‘ideal’, tinha um valor especial: o da ‘verdadeira narrativa’, pois tal ensinamento era passado boca-a-boca e de forma direta entre os interlocutores. Para Benjamin (1987, p.2000) a narrativa
[...] tem sempre em si, às vezes de forma latente, uma dimensão utilitária. Essa utilidade pode consistir seja num ensinamento moral, seja numa sugestão prática, seja num provérbio ou numa norma de vida – de qualquer maneira, o narrador é um homem que sabe dar conselhos. Mas, se ‘dar conselhos’ parece hoje algo antiquado, é porque as experiências estão deixando de ser comunicáveis. Em conseqüência, não podemos dar conselhos nem a nós mesmos nem aos outros.
O ensino passado de geração para geração, através de familiares e pessoas com que se convive diariamente, gera um amplo conhecimento da realidade e dos diversos assuntos sociais, sendo que o aprendizado ocorre através da relação direta entre locutor e ouvinte. Segundo Debord (1997, p.13) “Toda a vida das sociedades nas quais reinam as modernas condições de produção se apresenta com uma imensa acumulação de ‘espetáculos’. Tudo que era vivido diretamente tornou-se uma representação”. Hoje, o que se vê, é o retrato da sociedade moderna: pais que trabalham demais e não têm tempo para cuidar ou ensinar lições de vida básicas para seus filhos, ficando esta tarefa para a escola, babás, irmãos (a) mais velhos ou até mesmo para os meios tecnológicos como televisão, internet, vídeo-games entre outros.
Na página Em versos e Canções, situada no blog Balanço Feminino, há uma postagem de nome: A princesa e o sapo... Uma nova versão para a mulher moderna, sendo que na história, podemos observar a queda do tradicional papel da mulher no conto de fadas, pois ao beijar o sapo e este virar príncipe, se casariam e ela passaria então a lavar, cozinhar, cuidar das crianças e ‘todos’ seriam felizes para sempre. Contudo, nesta versão ela recusa a ‘tentadora’ proposta de casamento da rã, e de contrapartida, ainda a saboreia no jantar. De certa forma, as mulheres da modernidade não estão mais à espera ou procura de um príncipe, para se sentirem seguras ou realizadas. Estão sim, atrás de independência, mais respeito, igualdade de direitos e deveres, tanto perante a sociedade quanto no convívio familiar.
No seguinte trecho do texto Imaginários Globais, Medos Locais: a construção social do medo na cidade,de Rossana Reguillo, podemos perceber como a quebra deste modelo de mulher ideal, que fica restrita à cuidar apenas do lar e da família, gerou uma certa marginalização, visto que
[...] a principal culpada dos excessos e da imoralidade da sociedade atual é a mulher que trabalha. O que acontece na cidade é portanto, um ‘castigo’ pelo abandono do papel tradicional da mulher, que deve permanecer no recesso do lar como defensora e vigilante do desenvolvimento harmônica de uma família que vive no temor de Deus[...].
Este é um exemplo assustador, de como ideologias e estereótipos podem provocar desigualdades e injustiças à pessoa que sofre determinado preconceito. A própria autora ainda afirma que “os representantes desse tipo de configuração cognitiva pertencem, em geral, a camadas sócio-econômicas altas, praticam a religião católica e contam com influentes organizações sociais que lhe permitem difundir sua ideologia”. Este ‘espetáculo’ também demonstra “a representação diplomática da sociedade hierárquica diante de si mesma na qual toda fala é banida” Debord (1997, p.20). É admirável a forma que as mulheres estão superando esta situação, pois, com tanto vento contra, é preciso muita luta e persistência para se conseguir um patamar justo, de direitos e possibilidades de crescimento.
Apesar de tantos avanços, ainda encontramos atualmente, muitas situações onde a mulher não tem seus direitos tão defendidos ou preservados da mesma maneira que o homem. No Blog Simplesmente Elas, página Tecendo Histórias há uma postagem de nome: Mulheres Afegãs vivem a sombra de tradições tribais, onde encontramos uma série de proibições, restrições e castigos registrados como lei por aquele povo. À exemplo temos: -É absolutamente proibido às mulheres qualquer tipo de trabalho fora de casa, incluindo professoras, médicas, enfermeiras, engenheiras etc;- É proibido às mulheres andar nas ruas sem a companhia de um mahram (pai, irmão ou marido); -É permitido chicotear mulheres em público se não estiverem com seus calcanhares cobertos; -É proibida a presença de mulheres em radios, televisão ou qualquer outro meio de comunicação.
Há pouca chance de escolha, de opção sobre com quem a mulher se casará e nenhuma alternativa sobre seu papel dentro de sua própria casa. A principal tarefa é a de servir a família do marido. Fora desse mundo, ela não tem qualquer rumo possível em sua vida, sendo que tal situação imposta nos leva a pensar nas tradicionais classes dominantes deste país e em A. Einstein , quando diz que “A tradição é a personalidade dos imbecis”. Tal contexto leva muitas mulheres ao desespero, muitas são obrigadas a casar-se antes dos 16 anos, em alguns casos isso é feito como pagamento de dívidas, o que leva tantas a buscarem o suicídio. Como também é possível observar nos comentários relacionados à esta postagem, é unânime a idéia de que apesar de ser uma cultura diferente da nossa e por isso devemos compreendê-la, a mesma fere os direitos da mulher como ser humano, privando o direito de escolha, liberdade, locomoção, expressão entre tantos outros. Segundo Debord ( 1997, p.21)
[...] O sagrado justificou o ordenamento cósmico e ontológico que correspondia aos interesses dos senhores, explicou e embelezou o que a sociedade não podia fazer. Já o espetáculo moderno expressa o que a sociedade pode fazer mas nessa expressão o permitido opõe-se de todo ao possível. O espetáculo é a conservação da inconsciência na mudança prática das condições de existência”.
Apesar da postagem mostrar apenas as injustiças sofridas, existe no Afeganistão a RAWA: Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão, que é a única organização política/social feminista das mulheres afegãs anti-fundamentalistas, que lutam pela paz, liberdade, democracia, e pelos direitos das mulheres no maligno fundamentalismo afegão. Tal organização, pode ainda não ter o poder de mudar muita coisa no país, mas já é um começo e reflexo de que mesmo em minoria, o público feminino não está passivo à condição submissa em relação ao homem, que foi imposta ao longo da história do país.
Além da violência física, há outro tipo de humilhação que as mulheres passam todos os dias, ao ouvir o rádio, olhar uma propaganda no outdoor ou até mesmo vendo TV: o uso inconseqüente de sua imagem. Os modernos meios de comunicação, entretenimento e propaganda com certeza desempenham um papel fundamental em nossa sociedade moderna e capitalista. No entanto, através destes meios também são divulgados uma série de ideologias e estereótipos relacionados à mulher, interferindo e condicionando o olhar sobre a mesma. Na página Mulher e propaganda de cerveja situada no blog Simplesmente Elas, encontramos um forte exemplo dessa situação, visto que as grandes cervejarias vêm expondo e utilizando a imagem da mulher associada ao prazer da cerveja, sempre com corpos bonitos e pouquíssima roupa, juntamente com a bebida, adquirem os adjetivos de ‘boa’, ‘gostosa’ e produto de consumo. Berman (1986, p.33) em seu livro Tudo que é sólido desmancha no ar, cita Focault e sua crítica à ‘liberdade’ da sociedade moderna:
[...] Nós pensamos que sentimos um espontâneo impulso de desejo sexual? Estamos apenas sendo movidos pelas “modernas tecnologias do poder que toma a vida como seu objeto”, dirigidos “pelo poder que dispõe da sexualidade em seu controle sobre corpos e sua materialidade, suas forças, suas energias, suas sensações e prazeres”.
A sensualidade é aplicada nas propagandas de cerveja de forma apelativa e análoga ao prazer de saborear a bebida, exerce forte influência sobre o público alvo, no caso, a maioria pessoas do sexo masculino. Nesta mesma postagem, há o relato de duas adolescentes que foram numa festa à fantasia vestidas de cerveja, com uma placa pregada no short escrito ‘experimenta’, slogan de uma marca de cerveja famosa. Como o blog é um espaço dinâmico de conversação e os jovens cada vez mais buscam ou possuem acesso a esse meio, fica claro sua importância como mediador de opiniões e conhecimentos, pois através destes, é possível desenvolver um olhar mais crítico à cerca dos desrespeitos e abusos, muitas vezes camuflados em meio às experiências do nosso cotidiano. Santos (2000, p.39) afirma que:
[...] No mundo de hoje, o discurso antecede quase obrigatoriamente uma parte substancial das ações humanas – sejam elas a técnica, a produção, o consumo, o poder – explica o porquê da presença generalizada do ideológico em todos esses pontos. Não é de se estranhar, pois, que a realidade e ideologia se confundam na apreciação do homem comum, sobretudo porque a ideologia se insere nos objetos e apresenta-se como coisa [...].
Nos blogs balanço feminino e simplesmente elas encontramos várias páginas que discutem sobre os estigmas e preconceitos empregados em relação à mulher, mas também, há postagens que citam belas histórias de mulheres que apesar do medo e das incertezas, lutaram firme pelo que queriam até conseguirem. Na página Abrindo Espaços, do blog balanço feminino, encontramos a postagem OEA reconhece 2010 como o ano interamericano das mulheres, onde é possível observar tanto o reconhecimento dos progressos alcançados, quanto os desafios e obstáculos superados a fim desta busca pela igualdade plena de direitos entre mulheres e homens.
Outra importante conquista que observamos na página Abrindo Espaços do blog Simplesmente Elas, é o direito ao voto pelas mulheres. Continuar a privá-las deste ato de cidadania, seria excluir o público feminino da posição de cidadãs, capazes de contribuir para o futuro do país. Ambos os blogs expõem material suficiente para que entendamos melhor o contexto atual da mulher, tanto no Brasil como no mundo.
Todas as postagens estão de certa forma interligadas, pois possuem algo em comum: a mulher em foco. Na Página Escrevendo Nomes, do blog Simplesmente Elas, podemos observar uma postagem que se refere à posse da primeira mulher a ser presidente do Brasil, Dilma Rousseff. De fato é um marco histórico para as mulheres e para a sociedade brasileira em geral, também é um sinal de que as lutas vencidas estão valendo a pena, mas não podemos esquecer que para se chegar à essa posiblidade de uma presidenta mulher, muito esforço foi realizado tanto pela própria Dilma Rousseff quanto pelo público feminino, que a 70 anos atrás, se quer podia votar. Mulheres como Cleópatra, Joana D’arc, Maria Quitéria entre tantas outras foram reconhecidas por sua bravura e coragem, deixaram registradas na história do Brasil e do Mundo seus nomes. Contudo, não podemos esquecer das batalhas diárias enfrentadas por donas de casa, mães, professoras, faxineiras, médicas, muitas no anonimato, mas firmes em seus propósitos e objetivos, que algumas podem até não parecer importantes para muita gente, mas ainda assim, seus papéis são imprescindíveis na vida da social.
Como o blog não é algo rígido e preso no tempo, mesmo que se encerrem as postagens, através dos comentários é possível acompanhar a repercussão do mesmo com o passar do tempo. No entanto, acredito que por ter sido um trabalho desenvolvido com muita dedicação, pesquisa e seleção de material, não acabe no esquecimento dos leitores, já que muitos de nós se quer conhecíamos ou participávamos de algum blog como meio de comunicação e informação, e a meu ver, todos mostraram um ótimo trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DEBORD, Guy. A Sociedade do espetáculo. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio De Janeiro: Contraponto, 1997.]
REGUILLO, Rossana. Imaginários Globais, Medos Locais: a construção social do medo na cidade. Universidade Católica de Pernambuco. Recife: 1998.
BENJAMIN, Walter. O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. Magia e técnica, arte e política. Obras escolhidas. São Paulo: Brasiliense, 3.ed., 1987.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000.
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar. São Paulo:Companhia das Letras, 1986.
HTTP://www.tdoponto1.blogspot.com, Acesso em: 14 fev. 2011, 15: 30
HTTP://www.tdopontoum.blogspot.com, Acesso em: 14 fev. 2011, 14: 10
* Trabalho apresentado à professora Noélia de Jesus, do componente curricular Estudos da Ficção Brasileira Contemporânea.
¹ Graduando do curso de Letras – Língua Portuguesa e Literatura da Universidade do Estado da Bahia UNEB campus XXIII, Seabra –BA. Turma 2008.1, 6° semestre noturno.
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Simplesmente, elas: um olhar sob o universo feminino*
Andressa Francielle dos Santos Oliveira**
Em meio a tantas revoluções passadas, pela humanidade, nenhuma foi tão profunda e marcante quanto a da mulher. Deixamos de ter o casamento como única opção, paramos de ser submissas aos homens, tiramos da cabeça de nossas meninas que elas tem que se casar entre 12 e 13 anos, pois antes se acreditava que aos dezoitos já éramos matronas. Deixamos de ver a historia passar e passamos a escrevê-la. Com essa visão é que o blog “ Simplesmente Elas” foi criado, um espaço para falar a respeito do universo feminino. A mulher mesmo que ainda não tivesse o reconhecimento merecido, sempre teve um papel importante para a manutenção, criação e proteção da família. E coube ao “ sexo frágil”, na época em que os homens se afastavam para guerrear, ou para caçar, cabia á mulher prover a família. O tempo passou, o mundo se modernizou e as mulheres não foram para trás, deixaram de ser aquela figura mitológica de contos de fadas, participaram de movimentos abolicionistas, fundaram cidades, sofreram e governaram capitanias. A mulher que sempre foi, e sempre será reconhecida pela sua força e ousadia, foram batalhar pelos seus desejos e hoje conquistaram seu lugar fazendo a sua historia na sociedade, percorreram novas posições, romperam velhos preconceitos e lutam ate hoje contra outros tantos, transpõem obstáculos. Lutaram por seu espaço, garantiram o direito ao voto e seus direitos trabalhistas. E para garanti-los chegaram a queimar sutiãs em praça publica para mostrar sua revolta, á condições de inferioridade. O nome escolhido para nomear o blog, não podia ser outro, “Simplesmente Elas”, esse é o nome que definiu e que melhor poderia definir um espaço cujo foco são as mulheres.
. Esse espaço foi criado pela professora Noelia de Jesus, e mantidos pelos alunos do VI semestre vespertino, é um espaço para se falar do mundo feminino, falar de suas trajetórias, dos espaços abertos por elas, dos problemas enfrentados por elas, dos padrões que a sociedade impõe a elas, de cantoras, atrizes, escritoras... Enfim de todas as mulheres que fizeram e fazem historia. E também de todos os assuntos que interessam para elas.
Hoje em dia todos sabem que 8 de março é o dia internacional da mulher, mas poucos sabem o que há por traz da data. 8 de março de 1857, é mais um símbolo das conquistas femininas. Nessa data mulheres estavam reunidas em Nova Iorque , para reivindicar o direito a licença a maternidade, a redução da jornada de trabalho e salários iguais aos dos homens, dessas centenas de mulheres que lutaram, 129 morreram queimadas na fabrica têxtil em que trabalhavam, e esse trágico, acontecimento se tornou símbolo da emancipação feminina.E nas lutas femininas uma grande aliada para sua liberdade foi a invenção da pílula anticoncepcional. Muitas descobertas da ciência têm revolucionado o mundo, mas certamente uma descobertas feita nos anos 50, mexeu com toda a estrutura da sociedade: a pílula anticoncepcional. Com ela a mulher pode controlar o numero de filhos, planejar a sua família e ter mais tempo para o trabalho e principalmente ter uma liberdade sexual que ela ainda não conhecia. Mas, antes disso um fato ajudou a mulher a se encontrar na sociedade: A segunda guerra mundial. A maior parte dos homens estavam na guerra e o país não podia parar, assim as mulheres tomaram o lugar dos homens e passaram a conduzir e operar as maquinas. E assim as mulheres construíram os tanques, as armas e os aviões que eram usados no combate. Mas, quando o combate finalizou os homens voltaram para seus postos, mas as mulheres não iriam se contentar com ficar em casa, cuidar de filhos e marido. Esse período mostrou para as mulheres como é bom está no comando.O mundo mudou, as tradições mudaram, os discursos mudaram e a nova realidade fez com que as mulheres se deparassem, com novas questões. Se deparam com a sociedade do espetáculo, onde as coisas tem que estar na mídia, se não aparecer não aconteceu. Todo que se pedi é que se exiba carros, jóias, roupas, juventude...enxergamos as “propagandas”, que o outro traz, mas não vemos o outro. E esse fato nos remete ao poema Eu Etiqueta, de Drummond:
Em minha calça está grudado um nome / que não é meu de batismo ou de cartório /um nome estranho/ meu blusão traz lembrete de bebidas/ que jamais pois na boca, nessa vida/ [...] e fazem de mim homem – anuncio itinerante
E nessa sociedade da imagem, as mulheres se tornaram alvos vulneráveis, escravas de imagens de artistas, das capas de revistas, das passarelas, as mulheres “querem beber a eterna fonte da juventude e não se modificam como se vivessem na terra do nunca”. Essa frase de Renata Duarte, expressa á “ neura” de algumas mulheres em se parecer com as capas de revistas e nessa obsessão, pelos corpos moldados por softwares de computadores, as mulheres fazem loucuras. E assim contribuem para formação de “seres noológicos”, como define Lucia Santaela para quem tem a imagem como o centro da vida, e se obrigam a participar da sociedade do espetáculo, para se sentirem parte das imagens que as rodeiam.Talvez, pensando nessa sociedade de imagem é que foi postado no blog um ranking das 10 mulheres apresentadoras mais bonitas. E elas se encaixam perfeitamente nos moldes da beleza estabelecidas pela sociedade. Angélica, Patrícia Poeta, Ana Paula Padrão, entre outras são citadas na postagem, todas bem sucedidas e lindas.Todas são bem sucedidas, mas que às vezes a mídia passa a imagem de que só se pode conquistar o mundo se você for magra. Se você tiver de acordo com as imagens que circulam em nosso imaginário com belas. Assim,se tem que estar sempre de acordo com as ultimas novidades do mundo, nada se firma na nossa mente, todo é meio liquido. É a sociedade moderna e sua inconstância, é a respeito dessa instabilidade que Bauman (2003. P.5) fala:
Tudo é temporário. É por isso que sugeri a metáfora da “liquidez” para caracterizar p estado da sociedade moderna que, com liquido, se caracteriza por uma incapacidade de manter a forma. Nossas instituições, quadro de referencias, estilo de vida, crenças e convicções mudam antes que tenham tempo de se solidificar em costumes, hábitos e verdades “auto- evidentes.”
Mas, não só de problemas é composto o universo feminino. Também tem historias marcantes de mulheres que nunca vão ser esquecidas. Mulheres como Chiquinha Gonzaga, autora de mais de duas mil musicas. Ela foi a primeira compositora brasileira, maestrina, , pioneira do choro e primeira mulher a compor musica para o carnaval e em 1899 escreveu “ ô abre alas”, que é dito como o hino só carnaval brasileiro.Francisca Edwiges Neves Gonzaga estudou com Cônego Trindade, freqüentou rodas de Iundu, umbigadas e outros ritmos africanos. Casou- se aos 16 anos e anos mais tarde se separou, causando escândalo na sociedade e por isso ficou longe de 2 de seus 3 filhos. Casou-se pela segunda vez, teve mais uma filha e voltou a se separar. Já madura, voltou a escandalizar a sociedade, se casou com um hoem de 16 anos, quando ela estava com 52. Sem sombra de duvida ela mereceu a postagem : “ Chiquinha Gonzaga : regendo orquestra da liberdade.
Um fato que chamou atenção no dia 1 de janeiro, dia da posse da presidenta Dilma Roussef, a primeira mulher a comandar o Brasil , foi a presença de 6 mulheres, policias federais, na guarda da presidenta. E a respeito disso foi postado no blog:
[...] ao lado dela, na sua guarda pessoal, estão seis mulheres em uma profissão tipicamente masculina. Policiais federais,elas são a ultima linha de defesa da mulher que governará o país pelos próximos quatros anos.
Essa seis mulheres, armadas de pistolas, terno preto e blusa branca, que correram ao lado do carro da presidenta, são a cara das mulheres modernas. São mulheres novas, entre 30 e 47 anos, que venceram dificuldades e estão ocupando espaços que ate então só os homens estavam. O mundo mudou, a sociedade adquiriu novos hábitos e há que aponte que as mulheres são as culpadas pelo caos que a sociedade vive. Como nos fala Reguillo (1998. P.138)
[...] a principal culpada dos excessos e da imoralidade da sociedade atual é a mulher que trabalha, caracterizada como “irresponsável” e “incapaz” de proteger a família e educar os filhos [...]o que acontece na cidade é, portanto, um “castigo” pelo abandono do papel tradicional da mulher, que deve permanecer no recesso do lar [...].
Algumas pessoas culpam homossexuais, drogados, estrangeiros e as mulheres pelo caos que a sociedade se encontra, foi essa constatação que chegou Reguillo ao analisar o discurso de que acredita que o caos está na perda dos valores. Realmente, os valores do século XXI, são frágeis, mais maleáveis e a posição da mulher na sociedade de hoje, não é a mesma que a de dois séculos atrás, ela trabalha, estuda, mantém a casa, cuida dos filhos, mas de forma alguma pode ser considerada a principal, ou única,culpada pelos devaneios da sociedade moderna.
O espaço “simplesmente, elas”, faz com que você reflita a respeito de muitas questões sobre o universo feminino. O blog tem sete paginas e inúmera questão a serem trabalhadas aqui nesse trabalho o foco foi na pagina “abrindo espaços” e em especial quatro postagem. O blog, juntamente com esse trabalho, nos leva a analisar tudo que as mulheres já passaram, das lutas, das vitorias, das conquistas e também de novos problemas enfrentados por elas. O universo feminino é complexo, é amplo, é colorido, é alegre, é charmoso. E dentre tudo que se pode falar a respeito de mulheres é que somos simplesmente tudo, somos simplesmente, elas.
Referencias Bibliograficas:
A mulher e a sociedade do espetáculo. Disponível em: http ; // WWW.google.com.br/gwt/x?wsc=yq&wsi=495&13&02aoda46a7sourci=m&u=http%3a%2f corpolatria.blogpot.com 20/09/03questoes-sociedade-do –espetaculo.html&ei=9jgztymk17gwgXq2vrz&at=Np&whp=391. Acessado em :23 jan.2011.
Folha de são Paulo: a sociedade liquida.outubro de 2003.
Simplesmente, elas.disponível em : http:/tdoponto.blogspot.com. acessado em:13 de Fev.2011.
Lugar comum. Rio de janeiro: estudos de mídia,cultura e democracia. 1998. N 8. ISSN-415-8604
*Trabalho apresentado á professora Noelia de Jesus, como avaliação parcial da disciplina Estuda da Ficção Brasileira Contemporânea
**Graduanda do curso do VI semestre do curso de letras/português da UNEB,campus XXIII Seabra_Ba
ABRINDO ESPAÇO NA SOCIEDADE: AS LUTAS E CONQUISTAS
DAS MULHERES *
Renan Vieira dos Anjos [1]
Este estudo pretende mostrar algumas das muitas conquistas e persistência das mulheres em uma sociedade extremamente machista e preconceituosa, que muitas vezes não aceita que elas ocupem posições iguais ou superiores ao dos homens. As bases das discussões foram análises das páginas “Abrindo Espaço” do Blog Balanço Feminino e “Abrindo Espaço” do Blog Simplesmente, Elas! Ambas pertencentes aos estudantes da turma 2008.1, turnos vespertino e noturno, do curso de Letras: Língua Portuguesa e Literaturas, da Universidade do Estado da Bahia, além de pesquisas na Web. As fundamentações tiveram como referências autores como: Milton Santos, Guy Dedord, Walter Benjamin, Damulakis e Bauman. Objetiva se com este estudo mostrar como as mulheres vêm conquistando espaço no universo contemporâneo e que as conquistas alcançadas foram frutos de muitas lutas e persistência feminina.
Para começar este estudo e análise, iniciarei com o mito de Lilith que é muito explorado na literatura e segundo este: a mulher saiu de criatura a criadora.
“A mulher foi criada por Deus em grau de igualdade, Adão e Lilith viveram juntos até que Lilith cometer o primeiro pecado – que não foi à mordida da maçã – ao proferir o nome d’Ele. Expulsa do paraíso graças aos seus excessos, afoiteza e galhardia, e suas inquietações, Lilith passou a simbolizar a desventura, mal, o diabólico e o exagero. Adão fi cou só, mas não sustentou a solidão por muito tempo e rogou a ele uma nova mulher. Porém dessa vez, havia um preço a ser pago: uma parte de seu corpo. É sintomático desde logo o que resolveu a questão: de Adão não foi retirado nada dos olhos ou ouvidos, pois a mulher não deveria ver ou ouvir melhor que ele; nada a tirar da cabeça, do contrario ele iria correr risco de ter uma mulher que pensasse; também nada havia de retirar de suas pernas para que ela não corresse mais que ele. Deus sugeriu, então, o osso curvo que chama costela. É Um osso que não faz falta, além de ter a vantagem dessa curvatura que figura tão bem o sempre curvado a ele”. (DAMULAKIS, p. 127)
Somos herdeiros da tradição judaico-cristã que tem a mulher como responsável pela queda da humanidade ao pecado, mulheres essas, autora da luxuria, do desejo, da discórdia, talvez por isso, ainda são perseguidas e mal vistas por uma sociedade patriarcal e machista, desconhecedora do potencial feminino. Segundo (DEBORD, p. 19, 1997): “O espetáculo é o herdeiro de toda a fraqueza do projeto filosófico ocidental, que foi um modo de compreender a atividade dominada pela categoria do ver (...)”. Ao longo da história a mulher sempre teve um passado de submissão ao homem, a elas cabiam basicamente, as atribuições domésticos, ciuidar da família, trabalhar na lavoura. Não lhes era reconhecido o direito ao trabalho (fora de sua casa) e muito menos de receber salário. Muito tempo se passou e elas vêm lutando para mudarem essa trajetória de desigualdades, classicismo, preconceito e do abuso de poder que predominam diante dos olhos da sociedade. Atualmente as mulheres já trabalham e cumprem a mesma jornada diária de um homem, mas recebem um valor menor ao deles. Apesar da luta, pouco ainda são feitos para solucionar está questão mundial, onde o homem tem sempre a voz ativa e quase todas às vezes decisivas. &ꓯbsp;
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** Graduando do 6º semestre do curso letras: Licenciatura de Língua Portuguesa, da Universidade do Estado da Bahia, email Péricles.delta@hotmail.com.
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萬span style="fon⑥-family: "хimes New Roman&ⓥuot;; font-size 12pt; line-hei⁷ht: 150%;">É a 蓥artir da Revoluӷão Industrial, 葵m 1789, que as ꓶeivindicações e movimentos femiꑯistas buscavam ◩ais dignidade pꑤra as mulheres ╥ uma sociedade ⓭ais justas e ig蓡alitárias, além蒥de exigirem melꕭores condições ◱e trabalho, aceѢso à cultura e igualdade entre os sexos. As trabalhadoras desta época eram submetidas a um sist◥ma desumano de ⑥rabalho, com jo╳nadas de 12 hor⓴s diárias, espacamentos e amea⑷as sexuais.&nbs⓴; &nⓦsp; ҧnbsp; &nbsӥ; &nꓧsp; 蒦nbsp; &nbsꓡ; &n⑦sp; ꔦnbsp;
Dentro deste contexto, em 08 de março de 1957, 129 tecelãs de uma fábrica de tecidos Cotton, de Nova Iorque, decidiram paralisar seus trabalhos, reivindicando o direito à jornada de 10 horas. As operarias foram queimadas dentro da fábrica que trabalhavam, pois reivindicavam a redução da jornada de trabalho e a sociedade machista não admitiram essa situação. Porém, isso não intimidou as outras companheiras, embora fossem tachadas de loucas e depravadas. Outra história de coragem e heroísmo pela à Nação, foi de:
“Maria Quitéria de Jesus Medeiros, nasceu em Feira de Santana, na Bahia, em 1792. Ela se tornou a heroína mais respeitada de toda a Guerra da Independência quando, vestida de homem e usando o nome do cunhado, José Cordeiro de Medeiros, lutou com valentia na saga baiana para derrotar os colonizadores portugueses e consolidar a independência do Brasil e no dia de 2 de julho de 1823, ao meio dia, as tropas brasileiras entraram em Salvador. À sua frente estava à heroína Maria Quitéria”. (Blog Simplesmente, Elas!. 2011).
Na Literatura temos ainda poucos nomes reconhecidos de Mulheres que se destacaram ao escreve seus livros, isso devido às cadeiras da Academia Brasileira de Letras está ocupadas por gênero masculino. Uma das primeiras mulheres a escrever no Brasil foi Maria Firmina dos Reis, que além de ser mulher foi também afro-descendente, escrevendo em meados do século XIX, período em que a escrita era predominantemente masculina
“Maria Firmina dos Reis, em 1859 escreveu o romance Úrsula, primeira obra escrita por uma brasileira descendente de africanos. Com Úrsula, ela anseia por uma pátria sem preconceitos e sem castas, uma pátria em que se atenuam as diferenças de classes, também a questão da escravidão, das minorias. Além disso, ela foi compositora de músicas clássicas e populares, de poesia, conto, enigmas e de charadas”. (Blog Balanço feminino, 2011).
A partir de então, tivemos e temos mulheres que escrevem brilhantemente, porém ainda não se destacam como a maioria das escritas masculinas, mesmo elas sendo maioria absoluta em nosso país.
Recentemente é fato conhecido o estudo de questões relativas à mulher e sua representação na literatura não era considerado um objeto legítimo de pesquisa. A consolidação de trabalhos dessa natureza nos meios acadêmicos brasileiros data de poucos anos, quando grupos de pesquisadores tomaram a iniciativa de se reunir para desenvolver estudos, apresentar os resultados de suas pesquisas e discutir textos teóricos relativos ao tema. Hoje através dessa iniciativa podemos observar uma outra tendência. A tendência de expansão dessa linha de trabalho. Se observamos, há um número crescente de dissertações, de teses de doutorado, de pesquisas apresentadas em Congressos e de publicações relativas à mulher na literatura.
A mulher vem a cada dia, ainda que com muita dificuldade conquistando seu espaço na nossa sociedade machista, tudo isso só foi possível porque houve mulheres que lutaram e deram suas vidas para a emancipação feminina.
Para isso, fazia-se necessário o estudo, a instrução e o trabalho. Assim a mulher conseguiria conquistar uma maior independência, em relação à família e à sociedade. Quando olhamos os caminhos percorridos por essas mulheres na luta por seus direitos entre eles, o de estudar e atuar no espaço público percebemos como essa trajetória foi difícil. Sabemos que toda a autonomia feminina é resultado de um processo histórico de luta e persistência e que desde a antiguidade até os nossos dias, muitas mulheres pagaram um preço alto pela sua ousadia. Porém, estas mulheres ajudaram na continuação da luta pelos seus direitos e no seu reconhecimento em uma sociedade ainda machista.
Assim tivemos e temos mulheres que ocupam cargos importantes e disputados. Não estão somente isoladas no lar ocupando somente o papel de dona de casa, cuidando dos filhos e do marido, sem oportunidades de mudanças e posição sociais, intimidadas pelo patriarcalismo ou machismo.
Na sociedade contemporânea temos inúmeros exemplos de mulheres vitoriosas e que lutam para continuar mudando a história da humanidade, dente esses exemplos podemos destacar alguns como: a da Ministra Ellen Gracie Northfleet que foi a primeira mulher, e até então única a assumir o cargo de Ministra na Suprema Corte de Justiça do Brasil, ( Supremo Tribunal Federal); Rillari Clinton, secretaria de Estado do governo americano; Michelle Bachalet, primeira mulher eleita presidente do Chile; Ellen Johnson-Sileaf, da Libéria, primeira mulher eleita presidente do continente africano democraticamente; a presidenta das Filipinas, Gloria Macapagal-Arroyo; a rainha Elisabeth II, monarca da Inglaterra e chefe da Igreja Anglicana; Ângela Merkel, chefe de governo da Alemanha, Dilma Roussef, primeira mulher eleita presidenta do Brasil, uma das maiores nações do mundo.
É notável que as mulheres vêm abrindo espaço em nossa sociedade. Isso devido ela possuírem características como: coragem, determinação, competência, responsabilidade, instrumentos essenciais para uma sociedade moderna.
As conquistas femininas que vem acontecendo e o espaço ocupado hoje pelas mulheres, mostra que numa sociedade dita democrática e numa civilização que se diz avançada não poderão existir dominados ou dominantes, mas que todos são iguais, sem opressão, submissão, como alega a Declaração dos Direitos Humanos.
Não obstante as conquistas alcançadas ainda existem muitos descasos e crimes que impossibilitam a sonhada e verdadeira igualdade de gênero.
No Brasil, as mulheres ainda são estigmatizadas, possuem o mesmo grau de estudo, trabalham a mesma jornada diária do homem, mas, em muitos os casos não recebem salário igual ao do sexo masculino. E se for negra, além do preconceito, de ser mulher, ainda sofrem o racismo que faz com que na maioria das vezes vivam excluídas e submergidas na pobreza. Situações assim, não deveriam acontecer em pleno o século XXI, pois os homens e mulheres, ainda que diferente fisicamente, tem a mesma capacidade intelectual e a competência não escolhe sexo. Podemos sintetizar essas dificuldades com a frase de (Debord. p. 1997) “O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social ente pessoas, medidas por imagens”.
Deste modo, é descabido esquecer que as mulheres exerceram e exercem grande contribuição para o desenvolvimento da humanidade, desde a parte mais importante que é a reprodução – feito eminente para a perpetuação da espécie, além da estrutura familiar, cabendo lhe papéis muito importante como a educação, a cultura e a economia.
Bauman em uma entrevista a especial para o Jornal Folha de São Paulo, comenta que: “O indivíduo precisa dos outros como o ar que respira, mas ao mesmo tempo, tem medo de desenvolver relacionamentos mais profundos, que o imobilizem num mundo em permanente movimento”. (BAUMAN, p.06, 2008).
A imobilidade das características de gênero aprisiona a livre expressão do ser humano. O que é diferença biológica transforma-se em repressão, discriminação e preconceito. Diferença não significa desigualdade, diferença também não é submissão! Lutar pela livre manifestação do gênero feminino não é simplesmente dar voz as “mulheres”, mas antes de tudo é abrir espaços para que mulheres e homens se manifestem livres dos padrões e critérios hegemônicos que marcam os indivíduos mesmo antes de seus nascimentos.
Na sociedade contemporânea é vergonhoso ver que em quase todos os lugares muitas mulheres ainda são violentadas, espancadas, forçadas a ter relações sexuais com pessoas que deveriam apóia- las são expostas a horríveis humilhações, provocando um constrangimento psicológico nas mulheres. Essas situações não se devem ser feitas aos seres humanos e a nenhuma outra espécie. Entretanto, não podemos ficar calados frente a uma realidade sombria, é preciso denunciar as injustiças e combater os mais variados abusos.
É importante observarmos a recente Lei Maria da Penha criada pelo Governo Federal brasileiro, buscando restituir a dignidade feminina, aumentando de um ano para três anos o tempo máximo de prisão aos homens que espancam ou cometem alguma violência contra suas esposas ou a outra deste gênero, abolindo as penas pecuniárias e criando outros mecanismos para proteger a mulher agredida, como, a saída do agressor da casa, proteção dos filhos, direito de reaver seus bens, etc. Ademais, na sociedade contemporânea onde a mulher às vezes é obrigada a se desdobrar no trabalho doméstico é fora dele verificamos uma desagregação familiar e ausência de políticas públicas, o que faz com que milhares de jovens adolescentes engravidam precocemente, não tendo nenhuma experiência de maternidade, prepara psicológico e até físico para tamanha responsabilidade.
A maioria delas pertence à camada mais baixa da população, estando seus filhos passivos a miséria e a outros problemas futuramente. Igualmente, algumas são exploradas sexualmente, vendem o corpo em troca de dinheiro, servindo de instrumento de uso para desejo masculino.
Então, a luta das mulheres é em busca de conquistar sua autonomia, elas não querem tomar o lugar dos homens, mas construir uma sociedade em que sejam igualmente respeitadas como a qualquer pessoa do sexo masculino, na qual haja a valorização, igualdade dos direitos e deveres; enfim, participação no mundo com dignidade e condições sociais na mesma medida.
Mas ainda assim, as mulheres vêm conquistando espaço público e hoje, elas são a maioria em diversas nações, ocupam o mercado de trabalho, inclusive exercem funções outrora tipicamente masculinas, tem o direito de votar e ser votadas além, de muitas outras coisas conquistadas ao longo dessa jornada.
Portanto, as mulheres continuam abrindo espaço e ampliando seu lugar de vez e voz, não somente na família, mas no trabalho, na política, na vida econômica, cultural e social. Desejam serem reconhecidas verdadeiras cidadãs, terem acesso as políticas públicas em que caibam as menos favorecidas, a defesa contra a violência doméstica, acabar com a discriminação, exclusão social e todo tipo de opressão. É cedo para concluirmos, mas certamente é o momento de declarar o início do fim de toda forma de exclusão, a toda a negação do ser, a toda a forma de violência. É hora de dar um basta na idéia de que o feminino e tudo o que esta relacionada a ele é inferior, e de segunda categoria.
REFERÊNCIA
Balanço Feminino. Disponível em: http://www.tdoponto1.blogspot.com/, acessado em 05 de fevereiro de 2011.
BENJAMIN, Walter. O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. 7. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
História do Dia Internacional da Mulher. Disponível em <http://www.suapesquisa.com/dia_internacional_da_mulher.htm> acessado em 10 de fevereiro de 2011.
Maria Lúcia Garcia Palmares Burke- especial para A Folha. Domingo 19 de outubro de 2008. Folha de São Paulo.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único a consciência universal. Rio de janeiro: Record, 2000.
Simplesmente, Elas! Disponível em: http://www.tdopontoum.blogspot.com/, acessado em 05 de fevereiro de 2011.
REGUILLO, Rossana. Imaginários globais, medos locais: a construção social do medo na
cidade. Lugar Comum – estudos de mídia, cultura e democracia. N.7, 1998.
* Artigo apresentado à professora Noélia Jesus da Silva, do Componente Curricular Estudos da Ficção Brasileira Contemporânea, como requisito parcial de avaliação do semestre 2010.2.
[1] Estudante do VI semestre, curso de Letras: Língua Portuguesa e Literaturas, Turma 2008.1, da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, Campus XXIII.
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AS MULHERES E A SOCIEDADE MODERNA**
Onde houver canteiro de flor Haverá uma mulher caprichosa;
Onde houver uma panela com Comida cheirosa; Ali haverá uma mulher
Onde houver uma máquina de costura, Haverá uma mulher prendada;
Onde houver enxada e uma horta, Ali haverá uma mulher lutadora e
Uma mulher guerreira; Onde houver uma criança para Amamentar,
Ali haverá uma mulher mãe e protetora.
(Crônica de Sueli Batista Damasceno)
DAIANE DOS SANTOS LIMA [1]
No decorrer dos tempos, o sistema tecnológico sofreu e vem sofrendo várias mutações, que dá possibilidades ao consumidor de escolher quais métodos a serem utilizados, e nessa perspectiva, busca-se meios tecnológicos mais avançados como: nas áreas de comunicação, eletrodomésticos, estéticas, saúde entre outros. E essas mudanças tem como objetivo sofisticar cada vez mais seus produtos em prol de uma boa aceitabilidade dos consumidores.
Nos dias atuais, foram grandes as criações na área da comunicação. Um dos mais recentes meios de informação que a tecnologia favoreceu a nós consumidores foi o blog, pertencente à classe dos gêneros textuais. E é definido por Marcuschi (2004, p. 31), como um gênero emergente que teria como contraparte preexistente os diários pessoais, abrigam tanto escritas sobre si, ou seja, declarações de cunho pessoal, que formariam o gênero “diário pessoal”, quanto piadas, músicas e outros gêneros que demonstram o gosto pessoal do “dono” do blog. É nesse contexto em que, os gêneros se misturam com os veículos pelos quais são transmitidos, e que situa neste trabalho.
Devido aos avanços da tecnologia, os antigos diários de papel passaram a ser virtuais – os chamados blogs citado acima, e neles os jovens postam mensagens diariamente, contando fatos ou sentimentos vividos. E novamente Marcuschi (2004) descreve esse novo “gênero” como:
“Os blogs são datados, comportam fotos, músicas e outros materiais. Têm estrutura leve, textos em geral breves, descritivos e opinativos. São um grande sistema de colagem em certos casos [...] Não são como emails nem como chats, pois cada qual pode pôr no livro do outro o seu recado ou comentário sobre algo que o outro escreveu”. (p. 62)
Desse modo, a relação que o blog tem com o diário de papel, é que ambos fazem parte de um contexto pessoal, e se diferem na mudança de ambiente, bem como no acesso, pois o diário muitas vezes só é acessível ao próprio “dono”, já o blog quando emergido nas páginas da internet, torna-se global.
Os gêneros como o blog, são formas sociais de organização e expressões típicas da vida cultural, dá possibilidades de interação no meio social. seus autores criam páginas com o intuito de tornar sua vida pública, deixando inclusive um espaço para que outros façam comentários sobre o que foi escrito sem que haja necessidade de que essas pessoas sejam conhecidas. Contudo para essa abordagem foi utilizada noções de gêneros citado por Marcuschi (2004), enfatizando-se o blog que faz parte do estudo neste artigo.
Dentre dos diversos blogs espalhados pela rede da internet, encontra-se o blog Balanço feminino, que foi organizado por estudantes da UNEB – Universidade Estadual da Bahia, tendo como enfoque a imagem da mulher em termos sócio, histórico e cultural. Nesse blog, a imagem da mulher foi mostrada de várias formas desde sua história, seu espaço conquistado, sua beleza colorindo a vida, a música, até a construção de seu nome. A intenção principal desse blog é de promover as várias narrativas que o leitor pode fazer (pós – moderna) em seus comentários, bem como trazer discussões sobre a cidade moderna, e o espetáculo da sociedade. Para isso, foi utilizados alguns teóricos que discutem sobre essas temáticas como o narrador de Benjamin, o narrador - pós moderno no Brasil de Silviano Santiago. A sociedade do espetáculo de Estela dos santos Abreu.
Para a construção desse blog, foi proposta sete paginas e entre elas, escolhi para uma análise Tecendo história que mostra as diversas histórias de mulheres e suas culturas como a história de luta e conquista das mulheres africanas que é exposto da seguinte forma:
“Há Anos desde que uma mulher africana tem sabido enfrentar com amor e coragem uma luta gigantesca provocada por motivos diversos. Lutou contra uma opressão colonial, contra uma fome, miséria teve que se deslocar de uma terra para outra à procura de sobrevivência e por causa das guerras civis muitos dos países africanos como mulheres africanas tem lutado incansavelmente para conseguir modificar os conceitos errados da sociedade em relação ao direitos das mulheres. Tem demonstrado Impressionante coragem às imensas dificuldades que lhes tem sido apresentadas não perderam alegria e demonstram uma força inquebrantável para conseguirem alcançar o seu principal objetivo: direitos iguais e uma sociedade mais justa” (postagem da pagina Balanço feminino: Tecendo histórias)
De fato as mulheres africanas enfrentaram um vendaval para conseguir seus direitos, mas nem por isso deixaram se abater mostram-se que são exemplos de mulheres corajosas, sofridas, mas felizes. Nessa abordagem iremos relacionar este trecho da luta das africanas com o narrador de Benjamin. Veja como ele descreve o ato de narrar:
“Com a consolidação da burguesia – da qual a imprensa, no alto capitalismo, é um dos instrumentos mais importantes – destacou-se uma forma de comunicação que por mais antiga que fossem suas origens, nunca havia influenciado decisivamente a forma épica. Agora ela exerce essa influência. Ela é tão estranha à narrativa como o romance, mas é mais ameaçadora, e de resto, provoca uma crise no próprio romance. Essa nova forma de comunicação é a informação.” (narrador p.202).
Analisando esse trecho, percebe-se que a comunicação exerce uma total influência na arte de narrar, e ela vem como forma de informação, pronta e acabada com verificações imediata para o leitor. Nessa abordagem pode-se verificar no trecho acima que fala das mulheres da áfrica uma confirmação do trecho narrador de Benjamin, pois consiste em trazer uma informação manuseada pala imprensa que é responsável pelo declínio das narrativas tradicionais, um vez que, um texto produzido pela imprensa consistirá em narrativas do outro e muitas vezes não chega ao leitor ouvinte da mesma forma acontecida.
A comunicação tem o poder de construir, desconstruir e controlar um final para o texto narrado, despegando essa narrativa (informação) com uma verificação imediata, sem dar chance de o leitor - ouvinte construir um sentido seu para essa narrativa. E como diz Benjamin: “Cada manhã recebemos notícias da todo o mundo, e, no entanto, somos pobres em histórias surpreendentes. A razão é que os fatos já nos chegam acompanhado de explicações.” O que o autor nos faz refletir é que com a chegada explosiva da informação, nos foi sucumbido à escassez de narrar fatos e experiências que aconteceu com conosco durante a vida como a exemplo dos viajantes, pois “quase nada que acontece está a serviço da narrativa, e tudo que acontece está a serviço da informação” (Benjamin, p. 203).
O narrador ao narrar suas experiências, ele impõem ao leitor uma livre interpretação da história, e com isso, a arte de narrar, ou o episódio narrado atinge uma plenitude que não existe na informação.
Neste trabalho, iremos citar a obra de Silviano Santiago o pós modernismo no Brasil, que busca mostrar o moderno e o novo através da valorização do passado, ou seja, tudo que criamos, é fruto das experiências do passado, “nada se cria do nada”. e para reforçar essa fala, Silviano diz:
“Subtraindo-se a ação narrada pelo conto, o narrador identifica-se com um segundo observador – o leitor. Ambos se encontram privados da exposição da própria experiência alheia... narrador e leitor se definem como espectadores de ação alheia que os empolga, emociona, seduz etc”. (o narrador pós-moderno, p. 51)
O narrador pós-moderno para construir suas experiências, ele mergulha na tradição de outras narrativas, ele fala por aquele que não sabe contar a história (narrador) o mesmo é considerado pelo autor como um observador, subtrai-se da ação narrada pelo conto e a partir daí passa a ser considerado um segundo observador atentos as experiências alheias. Essa abordagem pode ser relacionada com o blog que a partir das exposições de experiências dos autores do blog, os leitores tem o acesso a falar das experiências alheias, reproduzir tudo que já foi narrado, mas conta o ocorrido de forma rápida e quebrada utiliza de uma história pra construir uma só. Veremos abaixo um exemplo retirado da pagina tecendo história do blog balanço feminino.
À entrada de mulheres no bando de Lampião, só aconteceu depois da chegada de Maria Bonita em 1931. Depois desse fato outros cangaceiros arranjaram companheiras. Algumas se juntavam ao bando por forças da circunstância, quando seus namorados ingressavam no cangaço elas os seguiam. A maior parte se juntava aos cangaceiros por acharem que os cangaceiros eram heróis românticos, outras eram raptadas, e algumas pela motivação de ser cangaceiro profissional. Más no bando eram essencialmente as mulheres dos cangaceiros, e não as cangaceiras. Aprendiam a atirar como medida de proteção, más normalmente ficavam afastadas na hora dos combates.
Ao lermos essa informação, percebemos que a narrativa foi criada a partir da história das cangaceiras, ou seja, o dono da página passou a ser um leitor observador pelo fato de postar em sua página uma história que não viveu e sim foi somente expectador ou leitor dessa obra. Ressalta-se ainda que na postagem, aparece outro observador que refletem nas experiências do autor da pastagem e dentro dessa experiência, os leitores constroem outra história, refletindo-se naquilo que foi observado, em outras palavras, nada se cria do nada. “o narrador que olha é a contradição e a redenção da palavra na época da imagem. Ele olha para que o seu olhar se recubra de palavra, constituindo uma narrativa.” Silviano (2002, p. 60). E para reforçar essa discussão, afirmaremos o que foi dito acima através da citação de uma comentário feito por observadores do blog.
“No texto as mulheres no cangaço, a mensagem de que a mulher pode e deve ocupar o seu espaço é clara, mas, também fica óbvio de que para isso ocorrer não é necessário que ela perca a sua leveza, doçura e sensibilidade. Como vemos as mulheres pertencentes ao bando de Lampião, não deixaram de aprender a atirar, mas, com esse ato, não renunciaram às suas qualidades femininas e como já dizia: Che Guevara "Hay que endurecer se, pero sin perder La ternura jamás.”... Esta postagem é muito importante, pois demonstra que a mulher não precisa cometer extremismos ou ser fanática, para conquistar o seu espaço na sociedade” (postada por Luciene Soares)
Nessa linha de discussões, notamos que a sociedade está movida por um espetáculo que é relacionado palas pessoas mediadas por imagens, ou seja, é a alienação que move o espetáculo. E diante disso, Estela Abreu nos mostra que:
“O espetáculo domina os homens vivos quando a economia já os dominou totalmente, [...] como demonstração geral da realidade do sistema, e como setor econômico avançado que molda diretamente uma multidão crescente de imagens-objetivos, o espetáculo é a principal produção da sociedade atual.” (Abreu, p. 17).
Ressaltando a citação da autora, percebe-se que há uma relação entre as postagens da página tecendo história, pois todas elas reflete as diversas passagens da mulher no decorrer do tempo, com dificuldades e obstáculo que vem representar para a atual sociedade, um espetáculo que é passageiro. Diante disso, ela se acomoda e ao mesmo tempo não reconhece que as mulheres ao longo do tempo teceram histórias diferentes, no mesmo tempo e espaço.
O presente artigo não tem exatamente do Blog como objeto de estudo, embora ele nos servisse como base e fundamento. O que se pretende nessa discussão, é mostrar que no decorrer do tempo as narrativas tradicionais estão extintas, hoje o que se prevalece é o narrador observador aquele que utiliza das experiências do outro para construir e contar a sua história, foca o olhar no outro (olhar pós moderno) e as diversas formas de comunicação que torna aquela narrativa antiga extinta, pois as informações de hoje já chega pronta e acabada impossibilitando de o leitor fazer umas interpretações.
Procurei, como já tinha ressaltado acima, não privilegiar apenas uma visão sobre gênero (blog) e sim mostrar, utilizando a história da mulher, como a modernidade reflete-se na sociedade, que é considerada a sociedade do espetáculo, movida por imagens da economia, alienação e isolamento por parte dos indivíduos que estão ice ridos nela.
E o blog por representar uma forma de comunicação recente, e está também inserido na sociedade do espetáculo, uma vez que com os avanços da tecnologia, rede comunicativa possa não mais ser recente, devido a outras criações na área de telo comunicação, pois “tudo que é sólido desmancha no ar”. Ele foi utilizado pelos estudantes para entender melhor o que se passa entre os homens de hoje, as causas e conseqüências de uma sociedade perversa, inclusive os motivos do desaparecimento das narrativas tradicionais.
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
SANTIAGO, Silviano, 1936- Nas Malhas da letra: ensaios / Silviano Santiago, Rio de Janeiro: Rocco, 2002.
BENJAMIN. W. O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov.
MARCUSCHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antônio Carlos (Orgs.). Hipertexto e gêneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
http//pt.Wikipedia.org/wiki/blog
http://tdoponto1.blogspot.com/ balanço feminino
*Graduanda do 6° semestre do curso de Letras: Licenciatura em Língua Portuguesa pela UNEB-Campus XXIII, turma 2008.1 noturno, E-mail daianydossantoslima@hotmail.com
**Artigo apresentado a Professora Noelia de Jesus para avaliação parcial do componente curricular Estudo e Ficção da Literatura Brasileira.
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Imagem é tudo²
Aiala Neves Sales¹.
Colorindo a vida é uma pagina do blog (http://tdopontoum.blogspot.com/p/colorindo-vida.html) simplesmente elas, que se propõe a mostrar de forma critica como as mulheres ao longo da história se pintavam, antigamente, e como esse gesto atravessou os tempos se modificou, e está instalado na sociedade moderna. Nota-se dois fragmentos bem interessantes que mostra como aconteceu a mudança de um gesto, para o mesmo gesto, ressaltando suas diferenças e destacando sua importância social. “A pintura corporal tem diversos significados. Enfeitar o corpo, expelente natural (função de protegê-los de raios solares, insetos e espíritos maus), revelação de algum sentimento, objetivo e até a função social de um índio, identidade da tribo e encontro do parceiro ideal. Por exemplo, cores e desenhos passam mensagens: se um índio tiver uma boa pintura e um bom desenho, ele terá sorte na caça, nas guerras, em viagens”. Esse fragmento ressalta claramente de como era importante o ato de se pintar, uma forma de até mesmo garantir a sobrevivência, comparar-se-á esse trecho com o ato se pintar na modernidade, “Os tons rosa, laranja, verde, azul, amarelo e coral são o TUDO do verão 2010/2011. Podem apostar nessas cores para maquiagem, roupas, sapatos, unhas... Tudo que desejar para compor “looks” bem alegres e refrescantes. Cuidado com a overdose vale olhar com um olhar bem criterioso e fazer composições que fiquem agradáveis aos olhos!” percebe-se claramente que tal ato se transformou em moda, manipulação e consumismo, vive-se em uma sociedade ditada por tendências, altamente excludente, que tem como maior finalidade oprimir quem não está dentro dos padrões, e essa é a maior questão que essa pagina vem mostrar, traçando um paralelo histórico, para mostrar em linhas gerais como as pessoas se modificaram ao longo do tempo e se deixaram levar por um capitalismo selvagem que não dá a ninguém liberdade de expressão e escolha.
Imagem é tudo
As mulheres ao longo da história, trouxeram uma grande bagagem de lutas, batalhas, sofrimento, vitórias e conhecimento, é notório que essas qualidades foram se perdendo ao longo do tempo, valores deturpados e condicionamento mental e físico, num esforço tremendo de se parecer com algo que não é real. O pindorama que estava outrora instituído no Brasil, antes da chegada dos colonizadores portugueses, era um sistema em que a terra era governada pela mulher, os homens, tinham a função de manter a família, não deixando faltar alimentos, por isso cassavam para manter seu povo em quanto isso as mulheres eram quem cuidavam umas das outras, dos filhos das outras, das hortas, de todo um trabalho manual, que mantinhas a tribo alimentadas tanto de comida quanto de cultura, uma mulher forte, que coloria a vida e o meio em que viviam, sem agredir o meio ambiente, um processo em que todos viviam em harmonia, um dependendo do outro, cuidando do outro, numa forma de se manterem unidos em prol de um bem maior, todo era compartilhado, trabalhos, ensinamentos, alimentos, um sistema de aldeia , onde todos compartilhavam suas experiências, davam conselhos, e acompanhavam a vida uns dos outros. Com o sistema de colonização as coisas foram começando a se modificar, os portugueses, instalaram um sistema de patriarcado onde mais daria inicio a uma sociedade machista, e em meio a tantas lutas, revoluções e evoluções, a mulher, se apagou, se acendeu através de suas lutas, e hoje vive-se a modernidade na sua totalidade, em um sistema de aldeia global, que como traz Milton Santos:
“Aldeia global tanto quanto espaço tempo contraído permitiriam imaginar a realização do sonho de um mundo só, já que, pelas mãos do mercado global,coisas, relações, dinheiro,gostos, largamente se difundiram por sobre continentes, raças, línguas, religiões, como se as particularidades tecidas ao longo de séculos houvessem sido todas esgarçadas.
Percebe-se que a idéia era unificar a língua, as pessoas, as fronteiras,para que todos pudessem se comunicar, e viver em contato e em paz entre as fronteiras mas o que se vê hoje em dia são pessoas que não sabem mais quem são, pois se deixam ser ditas por uma mídia que oprime e não dá direito de escolha , que não tem tempo para mais nada, extremamente solitárias pois o medo de conviver com o outro é maior que o medo da solidão, consumidas por uma idéia de sociedade e de uma industria que escraviza a todos, dentro de um sistema capitalista que exclui e devasta tudo á frente, utiliza os recursos naturais, sem escrúpulos e não pensam no futuro, Marshall Berman mostra nesse texto traduzido esta abordagem da devastação humana. “um mercado mundial que a tudo abarca,em crescente expansão, capaz de um estarrecedor desperdício e devastação,capaz de tudo exceto de solidez e estabilidade”. Comovente pois todos sabem desta verdade, mas parecem estar muito cômodo para a maiorias das pessoas que acreditam que destruindo o lugar onde vive, depois o dinheiro poderá restituir tudo, uma vez que a regra da modernidade é o aqui agora, só o que importa é o momento e o dinheiro.
E nesse ritmo a industria da moda cresce grandemente consumindo as mentes da grande parte da população, tanto feminina, quanto masculina, hoje é a moda quem diz se as pessoas usaram preto ou cinza, se cortaram ou deixaram o cabelo crescer, se os cabelos serão de todas as cores, ou será talvez sem cabelo nenhum, e o que se pode analisar neste trecho do blog:
Você está enjoada do seu corte de cabelo? Quer idéias novas para mudar o look e a cor dos seus fios? Pois então preste atenção nesta matéria. Trouxemos para vocês, novas tendências de penteados, colorações e cortes das próximas estações, mude o visual e, de quebra, fique na moda. Um anuncio de marketing, para chamar atenção das pessoas que estão na maioria das vezes insatisfeitas com tudo, sempre os anúncios estão no imperativo, o que sutilmente, dá uma ordem as pessoas, que entenderam que se não fizerem determinada coisa não estarão dentro do contexto da moda, mas claro que todos irão ter acesso a esse anuncio, mas poucos serão os insatisfeitos com a aparência que poderá mudá-los, pois essas informações de quem será você nos próximos meses, são para pessoas que tem que estarem previamente inseridas em um contexto social, primeiro ter dinheiro, segundo ser magra, terceiro ser bonita e de preferência branca, para atenderem a uma demanda social de inclusão de pessoas que querem ser o que a moda diz que tem que ser. Colorindo a vida, pelo titulo as primeiras coisas que vem a me mete e que será um tema que trará as varias etnias das mulheres: negras, brancas, amarelas, ruivas... mas o que se vê é o contrario, são as cores que elas trazem nas suas faces, cores determinadas por um padrão que dita como é para se aceito no meio social, traçando um paralelo com a história isso tem em comum com a cultura indígena, pois eles se pintavam de uma certa forma para dividir suas tribos, conquistar um parceiro para procriação... e na atualidade, e basicamente a mesma coisa, mas de uma maneira mais vertical, só quem pode usar determinado tipos de cores e coisas, são pessoas que tem dinheiro, logo tem um status social diferenciado, então o que antes eram distinção de aldeias, hoje se traduz em ricos e pobres, com isso cresce a desigualdade social, pois como trás Marshall Berman “o individuo ousa individualizar-se”, tornando assim uma aldeia de pessoas que mal se conhecem , que convivem e trabalham o dia inteiro no mesmo lugar e mal se falam, estão condicionados a sobreviver no mundo globalizado onde “tempo é dinheiro” e as pessoas se sentem na obrigação de não perde-lo, e saber da vida do outro dentro desse contexto é significa perder tempo. “Nos perdemos ou rompemos a conexão entre nossa cultura e nossas vidas” (Marshall Berman), com esse pensamento de Berman, constata-se que desde os anos 70, em que o industrialização do país se tornara crescente, as pessoas começaram uma busca incessante pelo novo e por todos os objetos modernos, que pudessem atribuir a eles o seu sinônimo de poder e riqueza, tornando assim escravos de sua própria vaidade, trabalhando e agindo de forma robótica, sem interagir com o meio e com o outro, aumentou o numero de fobias, pois o século das grande novidades, é também o século da violência da solidão e do colapso capitalista, sistema esse evidencia a desigualdade entre os povos. A cultura foi se perdendo em meio a tantas novidades, com o tempo e as novas gerações, passou a ridicularizada, fazendo com isso o esquecimento de uma riqueza dos antepassados de costumes, remédios... em um tempo que o importante sempre é romper, com tudo até consigo mesmo, sem respeito nem por si nem pelo outro, consumindo tudo o quanto pode e quanto mais melhor, sem se preocupar se é o suficiente ou se faltara.
“Acima de tudo, aprendi sobre o limite de certas ilusões humanas: sobre a futilidade de precisão total,de exatidão absoluta, de conhecimento completo, de informação exaustiva sobre tudo:sobre as ambições humanas que, no final, se revelam ilusórias e nos mostram impotentes” (A sociedade liquida Zygmunt Bauman)
Essa citação de Bauman, ilustra perfeitamente esse colapso da falta de consciência humana, de sempre querer mais além do que pode consumir, tudo em nome da vaidade, do poder, e da modernidade. O surgimento do romance nessa época, vem culminar com uma sociedade que se acha auto-suficiente, auxiliando ainda mais nas praticas em que se pode fazer sozinho, o romance, trás a novidade, que é ler consigo mesmo e dessa leitura extrair suas próprias conclusões, sem dividir seus pensamentos com ninguém, enfraquecendo assim a narrativa, que tinha como princípios norteadores, ser passada para gerações, com intuito de dar conselhos, trazendo sempre uma moral da história, fato esse que fazias as pessoas refletirem sobre o que fazer em suas vidas, e hoje se vive em torno da informação que é sempre muito volátil, que tem valor simplesmente de entrega, de mostrar pronto para o consumo, isso pode ser visto no relato Walter Benjamin, “a informação só tem valor no momento em que é nova. Ela só vive nesse momento, precisa entregar-se inteiramente a ele e sem perda de tempo tem que se explicar nele”. e co isso nota-se que as pessoas vivem sedentas por serem bem informadas, é só o que elas tem é informação do mundo, das plantas, e em algumas vezes até de que é você, pois o momento é controlado e limitado, e se as regras não são bem esclarecidas e seguidas, as pessoas não saberão agir sozinhas pois desaprenderam o caminho de pensar e refletir, uma vez que o mundo da informação já entrega tudo pronto. Vive-se em um mundo controlado pelo medo, esse medo que é o freio de muitas mentes, que impossibilitas a comunicação com o outro, a interação, a troca de conhecimento, para que com isso se possa ter um controle social melhor, mais eficaz, pois não se trata de uma certa forma de uma proibição contra alguma coisa, o medo é algo que vai muito mais alem, pois paralisa a alma deixa o sujeito sem ação, dando a ele somente uma opção, que é seguir o curso do rio ser um cordeiro manso, que se entrega ao sacrifício, sem se questionar, apenas aceitando todas as coisas que lhe são impostas, desde a cor do seu cabelo, as roupas que irá vestir... tornando-se uma marionete, agindo igual a todos por medo de pensar, medo de não ser aceito, em sua individualidade. Como mostra essa citação de Bauman: “Eu, na verdade, gostaria de ser aceito, mais aceito precisamente pelo que eu era, por minha dessemelhança”( A sociedade liquida Zygmunt Bauman) alguma atitude tem que ser tomada nesse, esse colapso trouxe a humanidade até aqui, cheia de desgastes, de falsos egos e de muitas destruição ambiental e cultural, acredita-se que uma nova corrente de pensamentos está se instalando para evitar que a catástrofe seja geral “pensar localmente, agir globalmente” essa nova filosofia vem fazendo com que muitas pessoas acordem desse sono profundo da ignorância humana, trazendo para a luz novos pensamentos, resgatando a convivência com o outro, para que juntos como um grande grupo possa mudar , se não as velhas mentes, as novas, dessa geração que tem tudo para progredir e dar um salto quantitativo em relação ao futuro, que possa ser um novo século de criações, sem devastação, uma corrente de solidariedade para com o outro, exercendo a liberdade de expressão, como afirma Bauman “não acredito mais na possibilidade(e até no desejo) de uma ‘sociedade perfeita’, mas acredito numa boa sociedade, definida como a sociedade que se recrimina sem cessar por não ser suficientemente boa e não estar fazendo o suficiente para se tornar melhor”, esse pensamento reflete essa sede de mudança na forma em como as pessoas estão acostumadas a engolir pronto sem se questionar, Bauman vem mostrar que a retomada da consciência e dos atos conscientes, são extremamente necessários nesse momento em que a sociedade se encontra, perdida, sem rumo, prestes a sucumbir diante de tanto consumo inconsciente e de tanta devastação de valores culturais e ambientais.
Referencias:
BERMAN,Marshall. Tudo que é sólido se desmancha no ar
BENJAMIIN, Walter, O narrador
SANTOS, Milton, Uma globalização perversa.
http://tdopontoum.blogspot.com/p/colorindo-vida.html_________________________________________________________________________________________________________________SIMPLESMENTE ELAS: TECENDO HISTÓRIA *
Péricles Oliveira**;
O presente artigo tem como objetivo, articular as idéias entre o gênero textual blog, cuja estrutura permite atualizações rápidas a partir de acréscimos dos chamados artigos ou postagens, no qual consiste em informações postas no site por responsável ou responsáveis. O mesmo tem como objetivo fornecer comentários e/ou notícias sobre um assunto em particular.
Um blog típico combina texto e imagens, e tem a capacidade de os leitores postarem comentários de forma a interagir com o autor e outros leitores e funcionado como um diário, onde pessoas mantêm informações constantes sobre suas vidas pessoais.
Com a evolução das ferramentas tecnológicas facilitou-se a produção e manutenção dos artigos postados, fazendo com que o processo de se comentar em blogs significasse uma democratização das publicações, conseqüentemente reduzindo as barreiras para que leitores se tornassem escritores, popularizando esses sites, e transformando em uma das ferramentas de troca de informações mais potentes entre diversas áreas, quer seja na economia, negócios ou educação . Hoje essa meio de troca de informações gira em torno de 112 milhões de blogs e cerca de 120 mil são criados diariamente.
E nesta perspectiva, foi criado os sites Balanço feminino e Simplesmente elas de responsabilidade da turma 2008.1. Transformou espectadores do cotidiano em escritores/narradores, criando paginas virtuais que enfocam temas como: Tecendo Historias que repartam assuntos referentes ao papel da mulher na sociedade moderna que marcaram época no espaço virtual, e este gênero textual “blog” nos oferece subsídios para uma reflexão ao olhar, a beleza e a graça, mas também nos remete-se a
uma visão crítica bem como a situações sobre a violência sofrida pelas mulheres”. Ressalta-se que a intenção do blog, não de ser um ambiente meramente feminino, mas sim um ambiente de interação, um lugar para que homens postarem suas informações e comentários sobre uma ótica diferente, a de quem respeita e concorda com a fragilidade, a garra, cultura e beleza feminina.
Dentro desse contexto tecnológico foi utilizado como abordagem de discussão, o site Simplesmente elas, e nesta abordagem, foi-se escolhido para análise o tema Tecendo historias que traz como temática historias de mulheres, bem como suas culturas, crenças sofrimentos entre outras situações. E dentro desse ponto de vista, podem-se elencar temas para relacionar com o texto narrador pós-moderno de Silviano Santiago e O narrador de Nikolai Leskov, que fazem parte dos componentes curriculares da matéria estudo da ficção literária brasileira.
A postagem Tecendo Historia, faz discussões bastante pertinentes em relação a imagem da mulher que é enfatizada nesta pagina como fruto de lutas e conquistas como: o voto e o trabalho fora de casa que, por via das duvidas trouxe muitas críticas, as mulheres. e diante disso, foi observado algumas postagens e para a análise, foi escolhido o relato das “Mães solteiras, que é evidenciada no texto como mulheres de coragem, amorosas e objetivas, mostram possuem disposição de sobra para criar os filhos “sem pai” .
“sob o ponto de vista social, o crescimento do numero de mães solteiras no Brasil impressiona. Segundo dados no ministério da saúde, entre 2002 e 2003, um milhão de mulheres entre 16 e 24 anos deram a luz a seus filhos com pais desconhecidos... na opinião da socióloga Isaura Queiroz da UFRJ, isso reforça de um lado a falta de educação sexual” (Isaura Queiroz-UFRJ)
O dado apresentado pela socióloga Isaura Queiroz na UFRJ, mostra bem a realidade da maioria das famílias brasileiras, que cada dia mais cedo meninas assumem a responsabilidade de mãe de família,ou seja, alem de cuidar dos filhos sozinha, são provedoras da casa. O que é triste é que muitas vezes não sabem a identidade dos pais, e que estes, em algumas situações se esquivam da responsabilidade de assumir o filho.
Os exemplos citados acima se mostram polêmicos, pois é cada vez maior o numero de mulheres que geram e criam seus filhos sem a presença masculina. Mulheres orgulhosas de suas atitudes, corajosas, o que são exemplos da atual formação das famílias brasileiras contemporâneas. Cada vez mais, as mulheres se tornam independentes assumem um papel que era destinado aos homens como: o de ser provedora do lar, o gera muitas vezes indiferença e preconceito por parte da sociedade, que é fruto do passado colonial, a figura masculina como o provedor, o chefe da família, que segundo o texto imaginário globais (Rosana Reguillo,1996), mostra a idéia de grupos conservadores da sociedade, que são contra a concepção de família em que a mulher trabalha fora do lar, classificando suas condutas “como irresponsáveis ou “incapazes” de educar os filhos, definidos como “selvagens”, “violentos” e “vulneráveis”, e culpam as mulheres pela conseqüência do que é e está as cidades hoje, considera-se um castigo, pois ela deve permanecer no recesso do lar. Mas, ao contrario do que eles pensam, elas vêm demonstrando, que essas opiniões não abalam seus objetivos, e cada vez menos, elas necessitam da companhia dos homens para a constituição da família. Hoje são provedoras do lar, muitas vezes por motivos alheios a sua vontade como o abandono da família pelo seus cônjuges. Elas demonstram que situações como estas não as enfraquecem, “afinal coragem e amor de mãe, são dois elementos que valem muito”, para a formação dos filhos. O que fez como se fossem tecidos os mais diversos tipos de comentários no blog, sobre o assunto, como o de Sheila Cristina que diz o seguinte:
“ ser mãe solteira no mundo que vivemos hoje é muito normal, coisa que não era normal alguns tempos atrás, onde mulheres eram marcadas pelas pessoas se isso acontecesse, hoje graças as evoluções que vem acontecendo as mulheres conseguem lidar com seu trabalho e tomar conta de sua casa sozinha, dando muita atenção e amor ao seus filhos” (Sheila Cristina)
Os comentários que apóiam a luta feminina não se restringem tão somente as mulheres, homens mostram que esse sentimento de abandono não é compartilhado por todos, como aluno Cleudir Mendes.
“Mesmo com as mulheres conquistando a cada dia seu espaço, a sociedade ainda é patriarcal, a maioria dos lares brasileiros são comandados pelas mulheres. Porém a justiça é muito maleável com os homens que abandonam seus filhos, e permite que mulheres sofram sozinhas para dar educação e outras necessidades básicas aos seus filhos”. (Cleudir Mendes)
Outra postagem feita na pagina, fala sobre “vida de prostituta: vida fácil???”, o tema traz um enfoque nas questão da prostituição não só aqui no Brasil, mas também em países da Europa como Portugal, segundo o texto, em ambos os países, as mulheres “estão na profissão por falta de opção”. Sujeitas a todo tipo de humilhações, explorações e ameaças. Um dado da Universidade de Brasília e o ministério da saúde, faz uma triste constatação, “que uma parcela das prostitutas no Brasil está no “oficio” a menos de quatro anos, fato que segundo eles estaria ligada a juventude”. Com o seguinte comentário sobre o assunto:
“Sobre as prostitutas ainda são mal vistas pela sociedade e os compradores, são muito exigentes. Relata que estar nesta profissão não é fácil e muitas vezes as condições financeiras levam há aceitação desta atividade, se é profissão então merece respeito por ser também uma mulher que tem sentimentos” (Damaris turma 2008.1 noturno)
Analisando as postagens do blog juntamente com os comentários no enfoque do texto O narrador pós moderno de Silviano Santiago, pode-se observar que, quem narra expressa uma ação, no outro, gerando (e aqui estamos falando quem coloca seus comentários) uma experiência, ou seja, um olhar lançado, pois os comentários e as postagens têm um olhar tão crítico quanto, quem as escreve. No caso a ação, é experiência que se tem dela. Mas cabe ressaltar que esse narrador pós-moderno, não quer narrar suas próprias situações, como se nos textos postados no site, eles apenas querem observá-las, como um mero espectador de um espetáculo em que ele não atua diretamente, apenas tece seus comentários. Ele não narra enquanto atuante, apenas volta o seu olhar para observar as situações, e informá-las, como um repórter a noticiar uma informação. Esse narrador é o que transmite sabedoria, que é decorrência de uma observação de uma vivência alheia, pois o real e o autêntico são construções da linguagem. Que segundo Benjamin “não vê como subtração de sabedorias, os conselhos que não foram criados por quem esta narrando como um sinal de decadência na arte de narrar nos dias de hoje”, ele ainda ressalta que a narração é valorização daquilo que é acabado.
A figura no narrador passa por quem se interessa no outro e não em si, não se vê como enfoque de situações que possam ser narradas por si mesmo, mas de maneira que podemos dizer que o narrador enfoca o assunto do outro, para muitas vezes falar de si, vendo na historia contada por outro aquilo que ele mesmo gostaria de ter contado, como a postagem das mães solteiras, que em sua grande maioria mães de hoje, O que chama atenção é quê, o foco é o outro e ao mesmo tempo o seu.
A narrativa serve tanto para quem conta, como também para quem as escreve, como ressalta o texto de Silviano Santiago que diz:
“Subtraindo-se a ação narrada pelo conto, o narrador identifica-se com um segundo observador – o leitor. Ambos se encontram privados da exposição da própria experiência alheia... narrador e leitor se definem como espectadores de ação alheia que os empolga, emociona, seduz etc”. (o narrador pós-moderno, p. 51)
A citação de Santiago mostra que cada vez menos quem narra a historia quer fazer parte dela, apenas usá-la, como uma forma de dizer que “fez tal situação, mas ele não tem nada a ver com aquilo”, apenas esta compartilhando a informação, usando para isso a história do outro. O que nos faz perceber a “dureza dos tempos modernos, suas exigências, querem ação enquanto energia”, a juventude é uma fonte plena de energia, para quais as narrativas são mais “copias” do que novidades, o replicar de informações. Trazendo a discussão para o texto de Nikolay Leskov, podemos notar certa crítica a essas formas de narrativas da sociedade moderna, (que para ele não seria narrativas e sim informações). A informação para ele é passageira, é algo que não tem valor histórico, mas a narrativa seria algo mais duradouro, que mesmo com o passar do tempo, tem a capacidade de se desenvolver.
“ se a arte da narrativa é hoje rara, a difusão da informação é decisivamente responsável por esse declínio. Cada manhã recebemos noticias de todo o mundo. E, no entanto, somos pobres em historias surpreendentes... quase nada do que acontece está a serviço da narrativa”...( Nikolay Leskov)
Com o advento da vida moderna, a criação das narrativas atuais, fez com que as informações ficassem cada vez mais dinâmicas, as pessoas querem tudo pronto e acabado, não querem mais ouvir narrativas que contenham informações inacabadas, apenas absorvê-las, de uma maneira que não tenha trabalho para fazê-lo.
O que se pode concluir é que com o advento da vida moderna e os avanços tecnológicos, os antigos diários de papel passaram a ser virtuais. As pessoas criaram seus próprios espaços, de forma que socializam informações sem necessariamente conhecer quem as vais absorvê-la, a grande maioria utiliza os blogs como diários pessoais. Mas voltando para o meu objeto de estudo a pagina tecendo historia do blog simplesmente elas, contribuiu para o meu conhecimento, pois trás narrativas atuais, informações dinâmicas, acabadas, um lugar para discussões, um olhar diferente sobre a ótica feminina. É esse um dos papeis do Blog, fazer com quê cada vez mais o senso critico das pessoas se agucem, gerando indivíduos que possam se interagir.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA:
SANTIAGO, Silviano, 1936- Nas Malhas da letra: ensaios / Silviano Santiago.- Rio de Janeiro: Rocco, 2002.
BENJAMIN. W. O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov.
REGUILLO, Rossana (1996): “Los Lenguajens Del miedo.? Nuevos scenario, nuevos? Em Reglones n. 35. ITESO, Guadalajara.
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* Trabalho apresentado a meteria Estudos da Ficção Literária Brasileira, sob orientação da Profª Noelia de Jesus.
Joanilce Alves de Souza Matos[2]
O presente artigo pretende analisar a representação e a presença da tradição como influenciadora da história da mulher ao longo do tempo. Para tanto, tomou como base as várias narrativas, comentários e textos teóricos discutidos em sala, postadas no Blog “Simplesmente elas”, da página tecendo história do turno vespertino. Tem como objetivo analisar como as mulheres ao longo do tempo vêm tecendo suas histórias, por meio da tradição, e principalmente se afirmando.
Foi muito importante a postagem sobre as mulheres no Afeganistão, ela trouxe uma reflexão acerca das tradições impostas em seu país, pois apesar de estarmos vivendo na pós-modernidade, elas ainda vivem sob um regime de injustiça e escravidão, privadas de seus direitos.
A propósito das observações sobre mulheres indígenas encontramos informações importantes na página “tecendo história” do Blog “Simplesmente elas”. No referido texto as índias narram sua própria história de vida, demonstrando o que já conseguiram reconstruir, mesmo diante de identidades formadas, tanto pelo seu grupo, como pelo branco, fazendo-se ser reconhecida pelos dois grupos, além de preservar sua cultura.
De forma geral, pode-se dizer que está ocorrendo um processo amplo de mudança interna nas comunidades indígenas, resguardando, porém tradições e características sociais e culturais relacionadas com as estruturas familiares e sociais de cada grupo e de sua identidade. De acordo a matéria postada, está acontecendo uma participação cada vez maior das mulheres indígenas na luta pelos direitos de seu povo. Isso fica evidente na seguinte fala: “lembremos que quando conquistamos mais espaço passamos a ser mais vitoriosas por conseguirmos conquistas que melhoram a vida de nossa família e de toda a nossa comunidade”.
Outro reflexo do mundo pós-moderno é a prostituição, hoje vista como uma profissão, e como foi posto na atual página, envolve jovens que na maioria das vezes são vítimas de abusos, que carregaram para sempre na memória. Isso lembra a personagem Ana Clara, do Livro “As meninas” de Ligya Fagundes Teles, que ainda muito jovem se prostituiu, assim como sua mãe. Neste contexto, as mulheres são vistas como descartáveis, como uma mercadoria, que deve agradar o consumidor. Caso não agrade, procura outra, depois outra. Todo dia um espetáculo diferente para satisfazer o seu eu individual, mesmo que para isso tenha que usar o outro. A respeito disso Guy Debord diz:
Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação.[3]
Dessa forma, o que importa é a imagem, o momento presente e conseqüentemente, há uma perca de valores nas relações humanas.
Assim como as prostitutas, as mulheres do congo também sentem na pele a violência sexual. Crimes cruéis que deixam marcas profundas na carne, na mente e no coração das pessoas violentadas, daquelas que são obrigadas a violentar e também de quem é obrigado a assistir. Um comportamento desumano que choca a sociedade pós-moderna, que nada faz para se tornar melhor.
Segundo Bauman:
Vivemos hoje numa era diferente, quando o mantra do dia não é mais “salvação pela sociedade”; infelizmente o que se ouve agora, como homílias insistentes, é que devemos buscar soluções individuais para problemas produzidos socialmente e sofridos coletivamente.[4]
A importância do trabalho das parteiras ressaltado pelo blog na página tecendo história vem mostrar o exemplo de força e sensibilidade dessas mulheres que através de recursos adquiridos com experiência, propõe a outras mulheres, bem estar e segurança em um momento tão especial e delicado do universo feminino. Muitas aprenderam o ofício com a mãe, com a avó e são respeitadas pelo conhecimento que possuem, pois são mulheres modernas. Além de prestar serviços as parturientes, também cuidavam da casa. O que caracteriza uma mulher moderna.
Essas mulheres guardam na memória as imagens de cada mãe ao ter pela primeira vez o filho nos braços. Atualmente, suas atuações são raras nos grandes centros. Contudo, em um país com proporções tão extensas, essas mulheres ainda têm um papel importante. Para Benjamin: “a memória é a mais épica de todas as faculdades”. De forma simplificada podemos dizer que o desinteresse pelo passado e pelo conselho, decorrente da pós-modernidade, não influenciou na delicada arte das mulheres parteiras, que retiram de suas experiências o que contam, sem quebrar uma tradição que é transmitida de geração em geração.
No entanto, as mulheres celtas segundo a postagem:
A elas era dado o direito de escolherem seus parceiros e nunca poderiam ser forçadas a uma relação que não queriam. Eram ensinadas a trabalhar para que pudessem garantir seu sustento, bem como eram excelentes amantes, donas de casas e mães. [5]
São concepções interessantes para uma época tão distante porque, na verdade, a mulher celta era tudo o que a mulher da sociedade pós-moderna de hoje, “briga” muito por ser.
Ser mãe solteira na sociedade atual segundo o blog representa:
"... a falta de educação sexual denuncia a escola que está cada vez mais focada para o vestibular e menos focada para a vida, que vai acabar contribuindo com outra dificuldade que é o diálogo sobre o assunto em casa etc..”. [6]
Mas a figura de uma mãe solteira pode desencadear outro problema da sociedade pós-moderna, que é o individuo desorientado, pois o número aumentou muito na camada de adolescente. Muitas meninas, em idades muito jovens, vêem-se com um filho nos braços sem qualquer apoio de um pai.
No entanto, o blog traz também a representação de:
“uma nova mulher que não considera mais um companheiro como condição intransponível para a constituição de uma família. E isso se deve a um mercado de trabalho mais aberto, a uma sociedade culturalmente mais atualizada, que permitiu à mulher essa escolha”.[7]
Ou seja, a produção independente, sem vinculo afetivo. É um modo de vida descartável, tanto de produtos como de pessoas. Os novos papéis da mulher introduziram-na na “cultura da sobrecarga”, em que “não se tem tempo para mais nada”, obrigando-a a longas jornadas de trabalho, por acumular tarefas dentro e fora de casa, com uma remuneração sempre menor daquela paga ao homem.
Percebe-se que a pós-modernidade impôs novos valores contrários aos concebidos no passado; aqui a mãe solteira deixou de ser descriminada e, pelo contrário, passaram a ter um valor especial. Essas mudanças foram narradas no romance “as meninas” de Lygia Fagundes Teles, o qual representou um período de transformações para as mulheres, na década da Ditadura Militar.
Lia não via o casamento como forma de realização. Já Ana clara sonhava com um “bom casamento”, que pudesse salva-la da condição humana em que se encontrava. Lorena acorda para a realidade com o impacto da morte da amiga.
Essas histórias refletem as lutas das mulheres para serem respeitadas e entendidas como parte atuante e importante na sociedade.
Nesta perspectiva, o presente trabalho tem um enfoque maior na questão da troca de experiência, na sabedoria transmita de geração a geração e a página “Tecendo História”, a partir de suas narrativas, vão produzindo imagens em nós sobre o viver e o envelhecer da mulher na sociedade pós-moderna. A página traz uma avaliação do tempo vivido, das transformações e trajetórias de vida dessas mulheres; aponta etapas diferentes de vida, em condições físicas e sociais diversas, com perdas e construções, que desenvolve no início de suas vidas e as acompanha pela velhice, conforme trecho da página, que diz.
A história das mulheres não é só delas, é também aquela da família, da criança, do trabalho, da mídia, da literatura. É a história do seu corpo, da sua sexualidade, da violência que sofreram e que praticaram da sua loucura, dos seus amores e dos seus sentimentos. [8]
Quando refleti sobre a importância da memória na construção da história da mulher e de sua valorização, necessariamente me vêm em mente uma série de mudanças que implicam na perda da cultura e da tradição e é com o passado que construímos o futuro. Dessa forma, mesmo vivendo numa mesma época, as mulheres são de tempos diferentes, origens diferentes e não basta considerar apenas o presente para se afirmarem, é necessário refletir sobre o ontem, para que possamos prever o amanhã.
Benjamin afirma: “ficamos pobres”, pobres de experiência, pois não há mais condições de vivermos experiências no mundo moderno, mundo excessivamente industrial, onde as gerações não conseguem mais dialogar entre si. O que importa para as mulheres, não é o que elas viveram, mas o que teceram de sua rememoração, o que caracteriza em uma busca pela verdade e condição de vida mais justa e humana.
Marshall Berman traz no seu texto “modernidade ontem, hoje e amanhã:
“Ser moderno é encontrar-se em um ambiente que promove aventura, poder, alegria, crescimento, autotransformação e transformação das coisas em redor, mas ao mesmo tempo ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos”. [9]
Ao mesmo tempo em que a sociedade passa por um movimento de mudanças, tendo como alvo o progresso e o desenvolvimento. Esta sociedade moderna, ainda utiliza e explora o trabalho feminino. Reduzindo a mulher ao prazer e ao trabalho doméstico
Com efeito, parece haver uma contradição; a mesma sociedade que oferece o paraíso, desperta medos, dúvidas e sofrimentos. As índias, as mulheres do Afeganistão, as prostitutas, as parteiras, as mulheres idosas, citadas na página “tecendo história”, vivem situações diferente, para um mundo que prega a igualdade de direitos. Para se encaixar nessa sociedade é preciso se acostumar com tudo. E foi através deste espaço virtual, uma novidade da pós-modernidade que pudemos evidenciar e compartilhar as diversas situações que tecem a história da mulher.
Portanto, há de se reconhecer que em todo e qualquer período da história a força do trabalho feminino sempre esteve presente. Em casa, nos campos ou nas cidades, a mulher, ao exercer as mais diversas funções gerou mudanças nos padrões sociais de cada época. Assim, concluímos que apesar dos avanços e dos obstáculos superados pelas mulheres ao longo de suas vidas, ainda existem muitas páginas que necessitam ser escritas. Pois ainda existem muitas mulheres cujas histórias são marcadas pela submissão ao homem e a atual sociedade em que estão inseridas. Por esta razão o blog contribui para a conscientização de que somos capazes para vencer os obstáculos impostos pela sociedade e reconstruir a nossa identidade a partir da coletividade e não da individualidade.
REREFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAUMAN. Zygmunt. A Sociedade Liquida. 1927.
BENJAMIM, Walter. O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIM, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
BERMAN, Marshall. Todo que é sólido desmancha no ar. 1940
DEBORD, Guy.A sociedade do espetáculo. Tradução Estela dos Santos. Abreu. Rio de Janeiro.Contraponto, 1997.
http://www.google.com.br/images?q=mulher+idosa&hl=pt- br&gbv=2&tbs=isch:1&ei=HXMBTYrJIoH-8AagtrH3Ag&sa=N&start=162&ndsp=18
SANTIAGO, Silviano. Nas Malhas das Letras: in O Narrador pós-moderno. Rio de Janeiro:Rocco,2002.
[1] Artigo apresentado ao Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias Campus XXIII, UNEB, solicitado pela docente Noélia de Jesus, da disciplina: Estudos da Ficção Contemporânea Brasileira, Turma 2007.1/ Noturno, 8º Semestre como requisito parcial de avaliação nessa disciplina.
[2]- Acadêmica do curso de Letras e Língua Portuguesa da (UNEB), Universidade do Estado da Bahia Campus XXIII. 8º semestre, Vespertino.
[3]-DEBORD, Guy.A sociedade do espetáculo. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro.Contraponto, 1997.
[8]http://www.google.com.br/images?q=mulher+idosa&hl=pt-br&gbv=2&tbs=isch:1&ei=HXMBTYrJIoH-8AagtrH3Ag&sa=N&start=162&ndsp=18
[9]BERMAN, Marshall. Todo que é sólido desmancha no ar. 1940
PARA SEMPRE ESCRITOS NA HISTÓRIA*.
Adair Silva Machado[1]
Linhos e linhas nas linhas da alma. [...] O que bordávamos no pano bordávamos mesmo era dentro de nós. O entrelaçamento das tramas que são próprias da vida real. [...] Em cada linha e cor, um respiro de esperança, um pedacinho de dor. Sou mulher de bordados extensos. Nunca temi a demora das tramas. Padre Fabio de Melo (2008)
Desde o “descobrimento” do Brasil muitas foram às mulheres que se destacaram, deixando em todas as áreas do conhecimento desse país, seus nomes marcados na história.
No presente estudo realizar-se-á um percurso histórico buscando demonstrar como ao longo do tempo as mulheres foram escrevendo seus nomes para a posteridade, nesse país composto por uma sociedade ainda dominada pelo gênero masculino onde a mulher durante muito tempo foi vista como o sexo frágil, sem capacidade para decidir sobre o seu próprio destino, muito menos ocupar lugar de poder dentro desta sociedade que muita das vezes se guia pelo espetáculo. Segundo Debord “O espetáculo se apresenta como uma enorme positividade, indiscutível e inacessível. Não diz nada além de “o que aparece é bom o que é bom aparece” Talvez seguindo essa máxima essa sociedade dominada ainda pelo homem que não considera a mulher como sua igual tenha incumbido de não registrar muito dos feitos que essas guerreiras empreenderam dentro de nossa história.
Por essa razão, objetiva-se demonstrar neste estudo como mulheres fortes e guerreiras como são todas elas viveram intensa e nobremente e entraram para a história do Brasil e como ainda hoje na pós-modernidade o reconhecimento dos feitos por parte do sexo feminino ainda encontra dificuldade para ser reconhecido, mas, ainda assim e dadas às especificidades de cada época elas continuam lutando pelos seus ideais sem medo de serem diferentes.
Ao longo da existência desse país a mulher vem conquistando o seu espaço, deixando suas marcas e lutando para que as futuras gerações de mulheres sejam, cada vez mais independentes, no entanto, sabemos que os sujeitos que dominam essa sociedade herdaram a tradição européia judaico-cristã de que a mulher foi responsável pela queda da humanidade e pelo pecado, autora da luxuria, do desejo, da discórdia, talvez por isso, ainda são perseguidas por uma sociedade machista, e desconhecedora do potencial feminino.
Reguillo diz que “Ao fazer uma analise discursiva dos textos e da fala dos sujeitos portadores dessa configuração cognitiva, encontro um dado particularmente relevante: a principal culpada dos excessos e da imoralidade da sociedade atual é a mulher que trabalha, caracterizada como “irresponsável” e “incapaz” de proteger a família e de educar os filhos, definidos como “selvagens”, “violentos” e “vulneráveis”.
Partindo dessa afirmação de Reguillo e analisando textos escritos ou orais podemos perceber como a mulher ao longo do tempo foi considerada como a culpada pelas mazelas da nossa sociedade, mesmo nesta sociedade dita civilizada e igualitária onde pregam direitos iguais para os diferentes gêneros.
Diante dessas questões percebe-se como o Blog uma moderna forma de informação veio inovar e nos possibilitar ter um novo olhar sobre as questões de gênero como bem disse a professora Noélia de Jesus na pagina de apresentação de Balanço Feminino, “Olhar para a história desse ser que há muito vem sendo incompreendido, é acreditar em novas páginas; na surpreendente dinâmica da vida e, sobretudo, é acreditar em nós mesmas!” assim como meio de informação através das postagens nas diversas paginas que o compõe o Blog nos permitiu compreender que essa realidade pregada por estes sujeitos dessa sociedade machista trás uma carga muito grande de inverdades pois nas diversas postagens que enfocou as questões referente a mulher foi possível tomar conhecimento de acontecimentos envolvendo mulheres ao redor do mundo desconstruindo o mito da fragilidade do sexo feminino demonstrando que são tão capazes quanto o homem em qualquer setor da nossa sociedade.
Sabemos, porém que durante muito tempo a figura do homem foi muito privilegiada em nossa sociedade tivemos figuras masculinas sempre exaltadas pelos feitos históricos, em nosso país estudamos estes “ilustres” homens em todas as áreas política, Literária, educacional, social etc. enquanto que a imagem da mulher quase sempre aparecia associada à imagem do homem como o grande provedor da família e da sociedade de um modo em geral.
Entretanto ao analisarmos a história do Brasil podemos verificar que estas verdades que nos foi ensinada tinham uma razão, pois as mulheres eram proibidas de irem às escolas o que favorecia apenas os homens deixarem seus pontos de vista escritos para a posteridade encobrindo a verdade sobre as mulheres já que muitas mulheres se destacaram no cenário nacional o que nos faz perceber que foram muito importantes na construção dessa nação, ainda que muitas tivessem apenas o anonimato como recompensa, pois não havia interesse de escrever essas guerreiras na história do país, porém mesmo assim diante das adversidades esta sociedade reconhece nomes de mulheres que se destacaram e vem se destacando. Dentre elas temos: Maria Úrsula de Abreu e Lencastre que ficou conhecida como a mulher soldado. Nasceu na capitania do Rio de Janeiro, em 1682. Aos 18 anos fugiu da terra natal, disfarçada de homem, para Lisboa onde assentou praça como soldada em 1º de novembro de 1700. Na índia, destacou-se em inúmeros combates sem revelar o sexo. Em 1714, retirou o disfarce e casou-se com o oficial militar Afonso Teixeira Arraes de Melo. Recebeu do rei D. João V uma renda regular. Morreu em Goa, na Índia, cercada de honras.
Maria Quitéria de Jesus baiana é considerada a heroína da independência. Nasceu no dia 27 de julho de 1792, no sítio Licurizeiro em São José das Itapororocas. Em 1822, quando iniciaram as lutas no Recôncavo Baiano pela independência, ela fugiu de casa vestida com o uniforme militar do cunhado, José Cordeiro de Medeiros, de quem adotou o nome e patente ficando conhecida como "soldado Medeiros". Poucas semanas depois foi descoberta e transferida para o Batalhão dos Periquitos.
Destacou-se desde o começo por sua bravura e destreza no manejo das armas. Seu batismo de fogo aconteceu no combate da Pituba, em fevereiro de 1823, no confronto de Itapuã. Foi citada na ordem por ter atacado uma trincheira inimiga e feito muitos prisioneiros. Com o fim da luta, Maria Quitéria foi condecorada pelo imperador com a insígnia dos Cavaleiros da Imperial Ordem do Cruzeiro que concedeu-lhe também o direito a um solo de alferes de linha. Em 28 de junho de 1996, um decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso reconheceu Maria Quitéria como Patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro, uma das poucas divisões do Exército que aceitam integrantes do sexo feminino.
Benta Maria da Conceição Torres, negra, inventou a receita de bolinhos feitos com ovos e açúcar que imortalizou seu nome como parte da culinária típica brasileira. Viveu no Rio de Janeiro no início do século 19 e era mãe do cônego Geraldo Leite Bastos.
Maria Felipa - Natural de Itaparica, a heroína negra foi uma liderança destacada em 1822, na luta contra o domínio português, quando comandou dezenas de homens e mulheres, negros e índios, na queima de 42 embarcações de guerra que estavam aportadas na Praia do Convento, prontas para atacar Salvador. Esta ação foi vital para a Independência da Bahia. Em sua biografia destaca-se também a lendária história de quando Maria Felipa usou galhos de cansanção para dar uma surra nos vigias portugueses Araújo Mendes e Guimarães das Uvas.
Luiza Mahin: Trazida à Bahia pelo tráfico de escravos, desempenhou importante papel na Revolta dos malês, última grande revolta de escravos ocorrida em Salvador (1835). Luiza era uma africana inteligente e rebelde que fez sua casa de quartel general das principais
lutas abolicionistas. Mãe de Luiz Gama, que herdou da mesma a bravura e a luta pelos direitos dos escravizados ele tornou-se poeta e abolicionista, ela acabou deportada para a África devido à participação em rebeliões negras. Pertencente à etnia jeje tem seu nome estampado em praça pública em Cruz das Almas e São Paulo.
Francisca Edwiges Neves Gonzaga foi à primeira compositora da música popular brasileira, autora de duas mil composições e abolicionista. Nasceu no dia 17 de outubro de 1847, na cidade do Rio de Janeiro. Aos 16 anos, foi forçada pelos pais a se casar com Jacinto Ribeiro do Amaral, um oficial da Marinha mercante com quem teve três filhos: João Gualberto, Maria do Patrocínio e Hilário. O encontro de Chiquinha Gonzaga com o meio boêmio carioca aconteceu com o fim do seu casamento.
Como uma mulher separada no século XIX era uma aberração na sociedade, Chiquinha pagou um preço alto. Foi expulsa de casa por seu pai que, a partir daquele momento, renegou sua paternidade. Levou consigo apenas o filho mais velho, João. Maria foi criada pela avó materna e Hilário, por uma tia. Em 1877, estreou como compositora com a polca "Atraente". Como maestrina, a estréia aconteceu com a opereta "A Corte na Roça", em 1885. Ao lado da carreira de maestrina, compositora e pianeira, dedicou-se também às campanhas abolicionistas e republicanas.
Chiquinha vendia suas músicas de porta em porta e, com o dinheiro obtido, libertou o escravo Zé da Flauta. Na campanha republicana, protestava contra a monarquia em locais públicos, utilizando-se do seu prestígio para propagar a idéia. Chiquinha é a autora da primeira marcha carnavalesca do país, "Ô Abre-Alas", composta em 1899.
Nascida numa família de intelectuais no dia 17 de novembro de 1910, em Fortaleza (CE), Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977. Em 1930, publicou seu primeiro romance, O Quinze, que narra o drama dos flagelados da seca e a pobreza dos nordestinos. Demonstrando preocupação com questões sociais e hábil na análise psicológica de seus personagens, teve papel de destaque no desenvolvimento do romance nordestino.
Maria Rita Lopes Pontes nasceu em Salvador no ano de 1914. Aos 13 anos, tentou entrar para o Convento do Desterro, mas foi recusada por ser jovem demais. Em 1932, entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, em Sergipe. Após seis anos de noviciado, recebeu o hábito de freira e adotou o nome de Dulce, em homenagem a mãe. De forma obstinada e com uma fé inabalável, Irmã Dulce saía pelas ruas do centro de Salvador em busca de doações. Começou seu trabalho num barracão, para onde levava doentes e desabrigados. Ali trabalhou com idosos, doentes, pobres, crianças e jovens carentes. Chegou a receber a visita do Papa João Paulo II quando ele esteve no Brasil em 1980. Em 1959, Irmã Dulce conseguiu um terreno para construir o Albergue Santo Antônio. Em 1970, foi fundado o Hospital Santo Antônio, ao lado do albergue, obra que hoje possui mais de 1.000 leitos e atende a 4.000 pessoas por dia. Irmã Dulce também abriu um orfanato para 300 menores e passou muitos anos saindo diariamente para pedir donativos de porta em porta. Com problemas respiratórios, Irmã Dulce foi internada no dia 11 de novembro de 1990, passando por vários hospitais.
Faleceu no dia 13 de março de 1992, em sua casa, no Convento Santo Antonio. Era chamada de Irmã Dulce dos Pobres, Peregrina da Caridade ou Mãe Dulce pelos milhares de necessitados que atendia, mas a verdade é que todos gostariam de chamá-la de Santa Dulce da Bahia, como fazia o escritor Jorge Amado.
Dilma Vana Roussef uma incansável lutadora em prol da liberdade desse país viu se obrigada a ingressar na guerrilha na década de 1970 época da ditadura militar um dos períodos mais sóbrios da nossa história foi presa e torturada durante três anos em nome de um ideal enquanto muitos homens nesse período preferiu se ausentar do país ela encarou os problemas de frente dando a sua própria vida para ter uma nação de igual oportunidade para todos. De guerrilheira Dilma transformou-se no principal cérebro da administração pública em diferentes governos, tornou-se uma figura pragmática, de importância central no governo Lula. No dia 20 de fevereiro de 2010, durante o 4º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, Dilma foi aclamada pré-candidata do PT à presidência da República. Em 31 de março, obedecendo à lei eleitoral, afastou-se do cargo de ministra-chefe da Casa Civil. Durante a cerimônia de transferência do cargo, assumido por Erenice Guerra, Dilma afirmou, referindo-se ao governo Lula: "Com o senhor nós vencemos. Vencemos a miséria, a pobreza ou parte dela, vencemos a submissão, a estagnação, o pessimismo, o conformismo e a indignidade".
Dilma Roussef venceu as eleições presidenciais de 2010, no segundo turno, com 56,05% dos votos válidos (derrotou o candidato José Serra, que obteve 43,95% dos votos válidos), tornando-se a primeira mulher na presidência da República Federativa do Brasil. Ao tomar posse, no dia 1º de janeiro de 2011, discursando no Congresso Nacional, Dilma afirmou: “Meu compromisso supremo [...] é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos! [...] A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos”.
Assim podemos perceber que embora tenham nos ensinado na maioria das vezes apenas nome de homens que se destacaram na história, observa-se que foram varias as mulheres que se destacaram mesmo diante de toda a opressão sofrida seja na família ou fora dela, ainda que muitas ficassem no anonimato, pois a sociedade machista a considerava como ser inferior, por isso por muito tempo lhes foi negado o devido reconhecimento pelo papel desempenado em sua época assim como ainda acontece hoje na contemporaneidade onde muitas guerreiras não tem o devido reconhecimento por parte da sociedade.
Sabemos que vivemos, em um mundo cada vez mais globalizado e interconectado, a utilização de todos os ativos sociais e econômicos é crucial para o sucesso. Apesar disso, a despeito do progresso, as mulheres continuam a enfrentar discriminação, marginalização e exclusão, ainda que a igualdade entre homens e mulheres seja um preceito internacional universal um direito humano fundamental e inviolável. Ainda que Quase todos os países tenham afirmado este valor através de seu reconhecimento dos padrões contidos nos tratados internacionais de direitos humanos, que articulam, para os estados, uma ampla gama de direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, as mulheres ainda são vistas por uma parcela da sociedade como ser inferior no entanto este estudo prova que isto é uma inverdade pregada por sujeitos machista e donos da “verdade”.
Entretanto estes padrões internacionais iluminam nossa aspiração comum por uma vida onde as portas da oportunidade estejam abertas a todos. Onde as pessoas possam viver livres de violência, gozar de reparação legal e esperar dos estados que eles cumpram suas obrigações de respeitar e proteger os direitos humanos das mulheres, homens e crianças e prover serviços governamentais apropriados, a toda sociedade.
Diante do exposto percebemos como o blog através de suas paginas contribuiu para que se fizesse uma viagem reflexiva sobre o papel da mulher na história. E através da pagina escrevendo nomes percebe-se como as mulheres acima citadas é apenas parte do grande acervo de grandes mulheres que deixaram seus nomes inscritos para sempre na história desse país, e como disse o padre Fábio de Melo (2008) “enquanto houver vida, as possibilidades existirão”. Quem sabe um dia os direitos sejam verdadeiramente iguais para todos.
Referências Bibliográficas
Debord, Guy. A sociedade do espetáculo. Trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
"Dicionário Mulheres do Brasil de 1500 até a Atualidade", coordenação de Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil, editora Jorge Zahar Editor.
Melo, Fábio de. Mulheres de aço e de flores. São Paulo: Editora Gente, 2008.
REGUILLO, Rossana. Imaginários globais, medos locais: a construção social do medo na cidade. Universidade Católica de Pernambuco. Recife; 1998
http://www.tdoponto1.blogspot.com, disponível em: Acesso em: 12 nov. 2010, 23: 33
* Artigo apresentado a Professora Noélia Jesus da Silva, exigido como requisito parcial à aprovação na disciplina Estudo da Ficção Brasileira Contemporânea, do curso de Licenciatura em Letras: Língua Portuguesa (UNEB). 6° semestre.
[1] Estudante do semestre 2008.1, Departamento de Ciências Humanas e tecnologias, UNEB Campus XXIII.
A importância do Blog, na divulgação dos ideais femininos*
Cleudir M. de Oliveira [1]
O blog é uma página na web que é atualizada frequentimente, composta por pequenos textos apresentados de forma cronológica, ou seja, que segue uma linha de tempo com um fato após o outro. Os conteúdos neles postados, vão desde notícias, diários, piadas, poesias, idéias, fotografias, enfim tudo o que a imaginação do autor permitir. Serve também como forma de organização de um determinado grupo, que buscam os mesmos ideais, apresentando discussões de projetos, problemas, bem como buscando possíveis soluções.
Diante de um mundo globalizado, em que as tecnologias vêm constantemente modernizando, o blog é mais um meio de comunicação que vem somar, dando sua parcela de contribuição para que pessoas interajam troquem idéias. Para os estudantes do 6° semestre do curso de Letras da UNEB (Universidade do Estado da Bahia) campus XXIII, o blog era até então desconhecido. Foi então que a professora do componente curricular Estudos da Ficção Brasileira Contemporânea, Noelia J. Silva, determinou a criação de um blog, para que nele fossem discutidas as relações da mulher com a sociedade. Com a criação do blog “Balanço Feminino” com extensão para o blog “Simplesmente Elas,” foi possível observar através das páginas: Colorindo a Vida, Em Versos e Canções, Na Berlinda, Na Tela, Escrevendo Nomes, Abrindo Espaços, Tecendo História, as mais variadas situações em que evidenciam a ousadia beleza, como também situações desagradáveis a que foram submetidas. Porém, o objetivo deste artigo é fazer memória das mulheres que fizeram e de muitas outras que atualmente fazem histórias levantando a bandeira deste país, e de que forma o Blog contribui para a divulgação e o reconhecimento destas mulheres.
Revolucionárias! Assim podemos chamar as mulheres que fizeram e as que fazem a diferença no mundo em que vivemos. Embora tenham nos ensinado, na maioria das vezes apenas nomes de homens que se destacaram na história. Se fizermos um apanhado do percurso histórico do mundo, encontremos mulheres que protagonizaram descobertas ou mudanças em campos sociais, tais como o educacional e o político. Diante de uma sociedade capitalista, em que as pessoas buscam apenas aquilo que lhes são de interesse particular, conhecer sobre as mulheres que fizeram história no passado, e que influenciaram ou continuam influenciando as mulheres da atualidade a conquistarem cada vez mais os seus lugares ao sol, seria difícil. Seria, porque aliado as várias outras tecnologias, tais conhecimentos a cerca destas mulheres se tornam mais acessíveis através do blog. As pessoas atualmente pouco se ocupam da leitura de um livro. Sendo a internet o meio mais acessível principalmente entre os jovens, conhecer sobre um determinado acontecimento, seja ele atual ou antigo, torna-se muito mais acessível.
Mas com toda essa acessibilidade surge um problema. Pessoas cada vez mais acabam se isolando do meio social, e acabam por nutrir um medo do mundo exterior e até mesmo de si próprio. Pois, a falta do convívio social trás os problemas do mundo moderno, a depressão, o estresse. Para tentar amenizar um pouco esse isolamento, as pessoas vão criando outras formas de relacionamentos. A internet, que procura encurtar um pouco as distâncias entre pessoas que vivem sobrecarregados pelos afazeres do mundo moderno. Por outro lado, essa tecnologia, muitas vezes acaba também por distanciar pessoas, que trazem consigo o hábito de apreciar uma boa prosa. Diante deste paradoxo, que essa “globalização” nos trás, podemos citar Milton Santos em, Por uma outra globalização, em que o mesmo questiona os benefícios dessa tecnologia através de uma fábula: “Ao contrário do que se dá nas verdadeiras aldeias, é frequentimente mais fácil comunicar-se com quem está longe do que com o visinho”. O autor segue enfatizando: “a informação sobre o que acontece não vem da interação entre as pessoas, mas do que é veiculado pela mídia...”. Os bons costumes das pessoas se visitarem, se encontrarem para dialogar, trocar experiência estão se perdendo em meio às inovações do mundo moderno. Segundo Debord:
O espetáculo, como tendência a fazer ver (por diferentes mediações especializadas) o mundo que já não se pode tocar diretamente, serve-se da visão como o sentido privilegiado da pessoa humana – o que em outras épocas fora o tato; o sentido mais abstrato, e mais sujeito à mistificação, corresponde à abstração generalizada da sociedade atual. (DEBORD, 1997, p. 18).
Tempos atrás, as pessoas se preocupavam com os problemas dos outros, procuravam de forma coletiva se ajudar, lutavam para que todos tivessem os mesmos direitos e deveres. Diferente do acontece hoje, por mais que o blog nos dá informações sobre diversos acontecimentos, essas informações mesmo que de forma bastante elucidativa, acabam chamando a atenção mais pela imagem, do que pelo problema abordado. As informações vão embora à mesma velocidade em que chegam. Contudo, não se pode negar que o blog é uma ferramenta moderna e de fundamental importância na divulgação dos feitos heróicos e conquistas alcançadas pelas mulheres ao longo do tempo.
Desde a antiguidade clássica, já se ouvia relatos de mulheres que tinham um ideal de vida e que lutavam por eles. Claro que alguns desses acontecimentos eram irreais, mas, de alguma forma, podemos ver o reflexo deles no nosso mundo real.
Na mitologia grega, havia um mito que narrava às aventuras de uma antiga nação de guerreiras, denominada Amazonas. Segundo o mito, no reino das Amazonas não havia homens, somente mulheres fortes, altas e bravas. A presença masculina só era permitida uma vez por ano, para garantir a “continuidade da espécie”. Elas chegavam a desfigurar seus corpos, eliminando um dos seios, para facilitar o manejo de arco e flechas. A amazona que mais se destacava era Hipólita.
Podemos ver, em nossa realidade atual, muitos exemplos de amazonas: mulheres que, organizadas ou não em movimentos feministas, lutam pela igualdade de gênero, com bastante força e resistência. Paralelo ao sacrifício corporal das amazonas, as guerreiras de hoje acabam abrindo mão de um possível “conforto da passividade”, concedidos por uma sociedade patriarcal e capitalista, para alcançarem os ideais de luta.
No decorrer da historia, temos exemplos de verdadeiras “Hipolitas”, mulheres que realmente se destacaram que enfrentaram os preconceitos de suas épocas e contribuíram, sem demagogia, para um mundo melhor. Dentre estas no Brasil, podemos destacar uma outra revolucionária ousada para sua época, assim como todos que tem espírito revolucionário, foi Patrícia Galvão (1910-1962), mais conhecida como Pagu. Poetisa e ativista política, Pagu e uma das mulheres mais conhecidas do século XX no Brasil, pois além de ter aparecido na vanguarda da segunda fase do movimento modernista, apresentava comportamento liberal e personalidade forte, buscando combater as injustiças sociais e lutar por um mundo menos desigual. Diferentemente de boa parte da geração de mulheres que tentam combinar as formulas de sucesso “atriz, modelo e dançarina”, Patrícia Galvão soube combinar inteligência e beleza, militância política e artística. Podemos observar essa característica no seguinte trecho da música Pagu, composta por Rita Lee e Zélia Duncan:
“Sou rainha do meu tanque/ Sou Pagu indignada no palanque/ Fama de porra louca... tudo bem/ Minha mãe e Maria ninguém/ Não sou atriz, modelo ou dançarina/ Meu buraco e mais em cima/ Porque nem toda feiticeira e corcunda/ Nem toda brasileira é bunda/ Meu peito não e de silicone/ Sou mais macho que muito homem”.
Podemos destacar Martha Watts e Patrícia Galvão como duas grandes “Hipólitas”, pois fizeram a diferença no mundo machista e preconceituoso no qual viveram. Elas mostraram que a mulher não é um ser frágil e delicado, incapaz de realizar certas atividades, mas sim um ser ativo, que tem o direito de opinar nas decisões públicas e que pode ajudar na evolução da humanidade. Neste inicio de século, temos conhecimentos de grandes movimentos liderados por mulheres que lutam como a Pagu lutou e que fazem a diferença como a Martha fez. Mas devemos ser justos, neste mundo desigual, o movimento feminista não apresenta as mesmas condições de luta em todos os lugares.
A realidade na qual uma líder feminista européia vive é bem diferente da realidade vivida por uma revolucionaria africana. Se avaliarmos bem, a africana além de enfrentar o preconceito de gênero, também enfrenta o preconceito de raça. Alem disso, as oportunidades que elas têm para progredir socialmente são bem menores que as oportunidades de uma mulher norte americana branca.
Apesar das injustiças sociais que diferenciam mulheres entre si, há muitas questões que só podem ser resolvidas com um movimento que ultrapasse as fronteiras nacionais. Um exemplo disso é o que tem sido organizado pela Marcha Mundial de Mulheres, que surgiu no ano 2000. No site do movimento, lemos que a Marcha “utilizou como estratégia fortalecer a auto-organização das mulheres, concomitante com a presença nos movimentos sociais, dentro de uma perspectiva de construção de um projeto que incorpore o feminismo e as mulheres como sujeitos políticos”. Essa incorporação leva ao questionamento de uma sociedade capitalista, machista e patriarcal.
O importante é ressaltar que as mulheres, sejam ricas ou pobres, negras ou brancas americanas ou mulçumanas, enfim, independente de etnia ou raça, sempre irão fazer a diferença, se tornarão “sujeitos políticos”, se lutarem por seus ideais, se buscarem uma vida mais digna, mais respeito. Se uma mulher não fixar seus olhos em seu próprio umbigo e olhar em volta as pessoas com as quais convive, grandes coisas ela conquistará e sua vida terá mais sentido.
Portanto, uma mulher pode ser chamada de guerreira quando, com muita luta, consegue realizar seus sonhos, principalmente quando esses sonhos não abrangem somente seu próprio eu, mas também à vontade e a necessidade do seu próximo. Além de vencedoras, essas mulheres que lutam por respeito, dignidade, igualdade e por um mundo melhor podem ser consideradas as amazonas do século XXI.
Maria Quitéria é considerada a heroína da independência. No ano de 1822, para lutar pela independência do Brasil, a baiana Maria Quitéria de Jesus fugiu de sua casa trajando as roupas militares do cunhado e adotou seu sobrenome como disfarce, sendo conhecida como soldado Medeiros. Queria ir à luta contra os portugueses em prol da independência de seu país. Desde o começo destacou-se por sua bravura e por seu manejo das armas. Com o fim da luta, Maria Quitéria chegou a ser condecorada pelo Imperador com a insígnia dos Cavaleiros da Imperial Ordem do Cruzeiro.
Anita Garibaldi, revolucionária: Ana Maria de Jesus Ribeiro (1821-1849) foi a companheira do revolucionário Giuseppe Garibaldi, sendo conhecida como a "Heroína dos Dois Mundos". Ela é considerada, até hoje, uma das mulheres mais fortes e corajosas da sua época.
Carmen Miranda, cantora e atriz: Maria do Carmo Miranda da Cunha (1909-1955) cantora e atriz luso-brasileira e precursora do tropicalismo. Carmem foi a maior celebridade em sua época, algo como Britney hoje. Encontraram na morta no quarto de sua casa em Beverly Hills após colapso cardíaco fulminante por causa da sua dependência de barbitúricos.
Irmã Dulce, religiosa: Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes (1914-1992), melhor conhecida como o Anjo bom da Bahia, foi uma religiosa católica brasileira que se notabilizou por suas obras de caridade e de assistência aos pobres e aos necessitados.
Leila Diniz, atriz: Leila Roque Diniz (1945-1972), conhecida como a "Mulher de Ipanema", defensora do amor livre e do prazer sexual é sempre lembrada como símbolo da revolução feminina, que rompeu conceitos e tabus por meio de suas idéias e atitudes. Morreu num acidente aéreo aos 27 anos, no auge da fama, quando voltava de uma viagem feita para a Austrália. Sua amiga, a atriz Marieta Severo e o compositor e cantor Chico Buarque de Hollanda criaram a filha de Leila.
São poucas as mulheres na história do Brasil que conseguiram alguma notoriedade em carreiras públicas que seguiram, mas as que conseguiram se destacar foram abrindo espaço para que o caminho de tantas mulheres se tornasse mais fácil ao longo dos anos e das lutas que empreenderam. Por isso pesquisei um pouco para falar dessas poucas mulheres que conseguiram, de uma forma ou de outra, entrar para a história do país.
Princesa Isabel, foi a primeira mulher a entrar para a história do Brasil. Além de princesa, foi regente do Império por três ocasiões e a primeira senadora do país. Com a morte do pai, D. Pedro II, tornou-se chefe da Casa Imperial do Brasil e a primeira na linha sucessória do extinto trono imperial brasileiro, sendo considerada por seu povo como Sua Majestade. Embora tenha ocupado tantos cargos de suma importância, não foi por nenhum deles que Princesa Isabel entrou para a história de forma definitiva, mas sim por ter assinado a Lei Áurea, libertando da escravidão milhares de negros nos idos de 1888.
Chiquinha Gonzaga foi a primeira compositora do sexo feminino no país, tendo feito mais de duas mil composições, entre elas a famosa marchinha de carnaval “Ò Abra Alas”. Quando tinha apenas dezesseis anos de idade, foi forçada pelo pai a se casar com Jacinto Ribeiro do Amaral, com quem teve três filhos. Após alguns anos infelizes de casamento, Chiquinha Gonzaga se separou e foi parar no meio boêmio, onde começou a ser reconhecida pelo seu talento como compositora, mas pagou um preço alto, pois na época uma mulher separada do marido era um sacrilégio. Foi também precursora do chorinho, além de empreender políticas abolicionistas e republicanas. Um marco para a história do país e uma grande conquista para as mulheres que trilhariam os mesmos caminhos.
Todas as mulheres acima citadas deixaram um legado muito importante, e seguem servindo de fonte inspiradora para novas guerreiras, que anonimamente vão escrevendo seus nomes na historia, como è o caso da “Ala feminina de Seabra”, que foi premiada no encontro por ter realizado um ótimo trabalho social. Algumas delas mulheres fazem parte da ala feminina seabrense: Lélia Magna, Elaine Hermida, Adir Farias, Glória Bagues, Milena Marques, entre outras. Essas mulheres prestam serviço muito relevante para a comunidade como, reforço escolar, aulas de reforço até cursos de culinária.
Divulgadas também pelo blog “Simplesmente Elas” na página escrevendo Nomes estão as professora mais antigas de Seabra, como Dona Marilande Queiroz, Elza Araújo Miranda, Argentina Maria Ribeiro, Berenice Maria Sá Teles, Albertina Araújo de Souza e Margarida Teixeira de Brito Macedo. Essas mulheres heroínas, que também deixaram seu exemplo de luta, são reconhecidas e divulgadas através do blog. Isso pode ser percebido atravéz dos comentários postados pelos seus freqüentadores:
Dona Marilande Queiroz é sem dúvida uma pessoa de referência na educação de nosso município. Sua trajetória na educação foi marcada por grandes conquistas. Um fato muito relevante é que ela tem varias filhas que estão também na área da educação. Parabéns ao grupo por lembrar de uma educadora tão importante.
Renan Vieira, 2008.1, noturno.
Renan Vieira, 2008.1, noturno.
A partir das postagens dos comentários pode se observar a valorização e o reconhecimento das mulheres que desempenharam papéis de muita relevância ao longo da história e com o blog e os teóricos abordados, pode-se concluir que utilizar esta ferramenta (blog), nos permite compartilhar diversos assuntos através de suas páginas contribuindo assim para a divulgação, reconhecimento e valorização da mulher em suas conquistas ao longo do tempo.
Portanto, concluo enfatizando que este trabalho foi de grande importância, não só para o meio acadêmico, mas de uma forma geral, para que aprendamos a enxergar as mulheres não como competidoras, mas como aliadas, na busca de tempos melhores, sempre as respeitando em seu universo feminino.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BOLÉO, Maria Luisa V. da Paiva. FREITAS, Jorge Francisco Martins de, http://www.leme.pt/historia/mitos/amazonas/ 2000 - 2010 ©Acesso em: 6 de fev. 2011.
BENJAMIM, Walter. O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIM, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
JESUS, Noélia de. Balanço Feminino, Seabra, 11 out. 2010. Disponível em: http://www.tdopontoum.blogspot.com. Acesso em: 10 fev. 2011.
REGUILLO, Rossana. Imaginários globais, medos locais: a construção social do medo na cidade.Recife, 1998.
RITA LEE e ZÉLIA DUCAN. Pagu
BLOG: A IMPORTÂNCIA DESSA MÍDIA SOCIAL COMO MEIO DE DISCUSSÃO SOBRE A MULHER [1]
Leonice Neves de Aráujo [2]
Ao elaborar este artigo pensou-se primeiramente na temática A importância do blog, como meio de informação e entretenimento. Esta reflexão partiu do pressuposto que o lugar da linguagem nas relações de poder, nas diversas hierarquias, é muito forte. Dessa forma, o blog também tem a finalidade de ressignificação dos usos lingüísticos para a emancipação dos oprimidos, neste caso da mulher, que muito sofreu e sofre com a opressão do patriarcado, seja na figura de esposa e mãe, seja na figura da empregada doméstica. Enfim, é notório que a mulher em todas as classes sociais não se emancipou totalmente.
A partir da analise dos blogs “Balanço feminino” e “Simplesmente elas” elaborado pelas turmas 2008.1 Vespertino e Noturno da UNEB Campos XXIII, associadas aos teóricos e aulas ministradas em sala de aula, será explanado neste artigo o tema Blog: A importância dessa mídia social como meio de discussão sobre a mulher, a fim de contribuir em estudos já existentes, como também provocar a reflexão e incentivo a cerca desse assunto recente, e que está tão presente na vida contemporânea das pessoas, no entanto, é um tema pouco conhecido e discutido.
Nesse sentido, a consolidação da Internet como meio de informação e entretenimento vem alterando o comportamento do leitor, que passa a ser mais exigente, participativo e dinâmico. Desta maneira, o internauta deixa de ser mero receptor de conteúdo para fazer parte de sua criação, distribuição e disseminação, fazendo uso das chamadas mídias sociais. Com isso, o blog é um meio social que tem intrigado e, inclusive, inspirado a sociedade contemporânea a investir na formação através de informações e temas variados que são ativamente discutidos pelos internautas desse público-alvo, ou mesmo quem estiver interessado em adquirir conhecimento. O blog é uma página da web atualizada frequentemente, e como uma página de notícias ou jornais seguem uma linha, seu conteúdo é variado abrangendo diversos assuntos que podem ser desde diários, piadas, notícias, narrativas curtas, fotografias, links, vídeos, ou seja, o que o autor imaginar e permitir fazer uso dessa imaginação.
É importante notar que o uso da narrativa na modernidade sofreu várias mudanças, as pessoas hoje não têm mais tempo para o ócio da leitura, por isso necessitam de história curtas que não gastem muito o seu precioso tempo. Segundo BENJAMIM (1997, p. 206):
[...] já passou o tempo em que o tempo não contava. O homem de hoje não cultiva o que não pode ser abreviado. Com efeito, o homem conseguiu abreviar até a narrativa. Com efeito, o homem conseguiu abreviar até a narrativa. Assistimos em nossos dias ao nascimento da short story, que se emancipou da tradição oral e não mais permite essa lenta superposição de camadas finas e translúcidas, que representa a melhor imagem do processo pelo qual a narrativa perfeita vem à luz do dia, como coroamento das várias camadas constituídas pela narrações sucessivas.
Assim, o blog tem um importante papel na popularização dos conteúdos, divulgação das informações e também no compartilhamento de conhecimentos entre os indivíduos. Contudo, também é apontada a dificuldade em integrar esse meio na escrita especifica para assuntos acadêmicos, pois numa sociedade multicultural como a nossa, o Blog torna-se uma oportunidade de acesso sem “controle/domínio” à diversidade de textos, falas e interpretações.
Dessa maneira, a partir da elaboração e participação ativa nos Blogs “Balanço feminino” e “Simplesmente elas” formou-se a base para a reflexão e escolha do tema Blog: A importância dessa mídia social como meio de discussão sobre a mulher. Através destes foram levantadas discussões sobre a mulher no decorrer da história e apresentados temas como: “Tecendo histórias”, “Na berlinda”, “Escrevendo nomes”, “Abrindo espaços”, “Colorindo a vida”, e “Em versos e canções”. Com esses temas, importantes reflexões foram realizadas, assim, pôde-se perceber que o blog como um “[...] espaço virtual de expressão é, sem dúvida, um convite ao olhar. Aqui pincelamos situações diversas que evidenciam a beleza, a graça, a ousadia ... o poder, mas também a violência imposta a mulher” (SILVA, 2010). Através desse espaço, com certeza um grande convite ao olhar diferenciado foi lançado a todos (as) participantes direta ou indiretamente, nele há diversas situações que confirmam todo o processo de lutas, injustiças e conquistas femininas no decorrer da história.
Nesse contexto, muito se discute a respeito da mulher na sociedade, todos têm conhecimento de quão enorme foi e continua sendo a luta da mulher por seu espaço na sociedade, principalmente agora na modernidade. Porém, muitos não possuem conhecimento dessa realidade, por isso, é importante tratar dessa questão, já que ela vem sendo discutida cada vez mais. Com isso, o blog através do seu ambiente virtual proporciona conversas e trocas de informações, também representando uma oportunidade sem igual para as pessoas que querem utilizar a internet de forma adequada, adquirindo e compartilhando conhecimento. Porém, essa forma de interação ainda é pouco conhecida e continua a causar indiferença e até medo por parte de muitos, por isso, problemas como estes acabam por impedir o uso dos vários benefícios que este recurso pode proporcionar a todos.
Portanto, a participação direta ou indireta nesse meio social de comunicação da produção moderna, proporciona benefícios e malefícios. Como afirma DEBORD (1997, p. 23).
O sistema econômico fundado no isolamento é uma produção circular do isolamento. O isolamento fundamenta a técnica; reciprocamente, o processo técnico isola. Do automóvel à televisão, todos os bens selecionados pelo sistema espetacular são também suas armas para o reforço constante das condições de isolamento das “multidões solitárias” [...].
Nesse sentido, toda essa evolução tecnológica procura com seus serviços facilitar a vida das pessoas, assim como o carro (facilitar a locomoção) e a televisão (divertimento e facilidade de informação) eles também ocasionam condições de isolamento entre as pessoas, pois, ninguém hoje tem mais tempo para parar e conversar trocar conhecimentos e experiências. Como afirma Hellmann (2008):
Mídia Social é a democratização do conteúdo e da compreensão do papel que as pessoas desempenham no processo de leitura, não somente divulgar informações, mas também compartilhar e criar conteúdos para que outras pessoas possam compartilhar e usufruir.
Por isso, existe uma necessidade de criar outros meios para que esta interação possa acontecer, o blog é um exemplo, este serviço oferece ao usuário informação rápida e atualizada, quando ele é bem escrito com informativos educativos, conteúdo de entretenimento, etc., pode acumular uma enorme quantidade de pessoas fiéis a ele, pois o acesso a informações em tempo real, bem como até imagens sobre elas, faz com que o internauta acesse sempre. Conforme, assegura DEBORD (1997, p.24)
A alienação do espectador em favor do objeto contemplado (o que resulta de sua própria atividade inconsciente) se expressa assim: quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos compreende sua própria existência e seu próprio desejo. Em relação ao homem que age, a exterioridade do espetáculo aparece no fato de seus próprios gestos já não serem seus, mas de outro que os representa por ele. É por isso que o espectador não se sente em casa em lugar algum, pois o espetáculo esta em toda parte.
Portanto, nesse mundo globalizado, cada vez mais a sociedade fica mais alienada, causando distúrbios na vida alheia, assim, há três linhas que apresentam o modo como as pessoas constroem seus temores e conseqüentemente alienações, através do espaço, identidade (alteridade) e alternativas, são distribuídas culpas e propostas alternativas, com eles, a sociedade constrói padrões e exigências, assim, percebemos que o respeito à diversidade e tolerância tão defendidas por todos na realidade não acontece. Atualmente pode-se perceber que a realização humana está em degradação do ser para o ter, ou seja, o ter um corpo padronizado pela sociedade dominante como “ideal e bonito”, bens materiais como carro, moto, etc., todos esses e outros bens escolhidos pelo sistema espetacular, são também suas armas para a contribuição constante das condições de isolamento dos grupos e pessoas, com isso, as pessoas não estão encontrando significado nem em sua existência quanto menos no mundo.
Alguns exemplos de alienação ou tentativa de alienar estão na página “Na Berlinda” do Blog “simplesmente elas”, nela são apresentadas propagandas de forma a discutir a imagem da mulher mostrada nestas propagandas pela mídia. A postagem “Mulher e propaganda de cerveja”, associa mulher à coisa de consumo, adquirindo aquele produto a mulher seria o brinde, isso pode ser comprovado nesta postagem, no seguinte trecho de um artigo de Marilene Felinto na revista Caros Amigos:
A campanha publicitária maciça e persistente intensifica-se no verão. Veiculada principalmente pelos canais de televisão, uma guerra surda vai opondo as diversas marcas de cerveja que associam ad nauseam a imagem do consumo dessa bebida à aquisição de uma mulher “boa”, “gostosa”, “redonda”, “bonita” etc. As propagandas são de uma manipulação tão descarada que andam agora usando como símbolos de homens bem-sucedidos no consumo de cerveja (e na conseqüente aquisição de uma mulher “boa”) sujeitos barrigudos e mesmo com histórico de alcoolismo comprovado!
É dessa forma que a mulher vem sendo exposta de maneira negativa, esse comércio utiliza-se do gênero feminino nas propagandas, para chamar mais atenção, comparando novamente à mulher a gostosura suposta da cerveja. Essas mulheres que são mostradas abusam dos seus corpos, muitas vezes sem se dar conta que não estão somente contribuindo para venda desse produto, mas reforçando as ideologias de uma sociedade machista que vê a mulher como um objeto de fácil manipulação, além disso, os enunciados presentes nas propagandas levam o consumidor à visão de que, mulher com cerveja está ligada a prazer.
Assim, na história da humanidade o ser mulher, está na luta pelo reconhecimento do seu devido lugar em meio à sociedade. Essa mesma visão depreciativa está associada na postagem “Hoje se deixa de gerar frutos!!! para virar frutas?”. Percebe-se que a mulher está exposta e relacionada como um ser comestível, ou seja,”mulheres frutas”, como mostra o seguinte trecho “assim: [...] Como alimento: no sentido carnal.[...] Como saúde: no sentido de físico (gostosa). [...] Como beleza: no sentido padronizado que a sociedade absorveu (estética). [...] Dessa forma, é clara a salada de fruta (bagunça, mistura), que andam fazendo com o papel da mulher. [...]”. Dessa maneira, as marcas negativas empregadas nessas mulheres (como mulher melancia, melão, pêra, etc.), desmoralizam o ser mulher.
Dessa forma, a sociedade atual, como um espetáculo é constituída por realidades e fantasias, quem mais interfere nessa visão da realidade são os meios de comunicação, neles estão formadas ideologias que são repassadas as pessoas de acordo com a vontade de alguns. Assim, a mídia ao mesmo tempo em que informa e diverte o telespectador, ela também manipula e aliena. Conforme afirma BEIJAMIN (1994, p. 203) “Cada manhã recebemos notícias de todo o mundo. E, no entanto, somos pobres em histórias surpreendentes. A razão é que os fatos já nos chegam acompanhados de explicações. Em outras palavras: quase nada do que acontece está a serviço da narrativa, e quase tudo está a serviço da informação. [...]” A partir dessa afirmativa, pode-se concluir que o uso da informação trás tanto benfeitorias, quanto danos as pessoas, pois, através de suas notícias ficamos informados e atualizados, no entanto, o leitor não é motivado a pensar e refletir sobre aquela informação devido à mesma já vir pronta e clara, baseada na visão e interesse de quem a transmite.
Nesse sentido, o blog dispõe da capacidade de seus leitores deixarem comentários de forma a interagir com o autor e outros leitores participantes do mesmo, esta é uma parte importante de muitos blogs, inclusive dos Blogs “Balanço feminino” e “Simplesmente elas” que estão sendo analisados nesse trabalho. Como exemplo, dessa interação entre indivíduos segue um dos vários comentários presentes no Blog “Balanço feminino”, com isso, Luciene Oliveira (2010) afirma que:
O olhar nesta página de apresentação nos convida a observar e a ver o ser feminino em suas minúcias, delicadezas, fragilidades, forças, dilemas, vitórias, risos e lágrimas, no universo desse ser tão misterioso: a mulher. Esse olhar nos lembra o mito da caverna, só que com os olhares de dentro para fora e vice-versa, sendo que ao contrário do mito, não somente se olha como se introjeta nesse olhar. Vive-se sem apenas ser observador, mas também, coadjuvante e transformador das histórias e vivências, podendo mudar o rumo da vida que quer viver. Esse é o grande poder de aprender a enxergar e da força da informação. É poder mudar conceitos, quebrar paradigmas e transformar o mundo ao nosso redor, visto que o olhar através de diversas lentes e ângulos pode ser transformador... Eis aí, uma das funções deste Blog.
A partir dessa afirmativa, percebe-se que o Blog, já em sua página inicial, chama a atenção dos seus leitores, para visualizar de forma diferenciada o ser mulher em todo o seu complexo universo. Também é através do sistema online dessa mídia social, que acontece a interação social, a partir do compartilhamento e da criação colaborativa de informação nos mais diversos formatos. Assim, tanto a produção dos conteúdos quanto as discussões contidas nesse blog sobre a mulher são formas democráticas da função desse meio social, que pode proporcionar no desempenho das pessoas no processo de leitura, não somente divulgação de informações, mas, também o compartilhamento e a criação desse e de outros conteúdos, para que todos os interessados possam compartilhar e usufruir de forma apropriada desse meio tecnológico.
Diante do que foi apresentado, pode-se concluir que o estudo da ficção contemporânea brasileira através do trabalho com o blog, proporcionou o conhecimento dos variados meios de divulgação e troca de conhecimentos, no entanto percebe-se a necessidade de uma maior divulgação desse e de outros meios sociais contemporâneos de comunicação que favorecem o ensino-aprendizagem. Conforme afirma Noélia Silva (2010)
Fico feliz em poder construir, com essa turma e com vc que acessa esse blog, mais essa página de texto. Ela, seguramente, não mudará o mundo, mas poderá fazer toda diferença no modo de olhar de alguém. E isto já vale muuuito a pena!
Dessa forma, através dos blogs estudados, novos olhares a cerca da mulher foram difundidos. Assim, o trabalho com as mídias sociais, especificamente o blog, faz-se necessário de forma que torne o estudo e a prática melhores, para facilitar a compreensão e utilização adequada da língua como meio que interage, entretêm, diverte e principalmente proporciona conhecimento aos indivíduos que utilizam esse meio de forma adequada.
REFERÊNCIAS:
BENJAMIM, Walter. O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIM, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
http://blogger.globo.com/br/about.jsp Acesso 04/02/2011 às 19:47 horas
http://tdoponto1.blogspot.com/ Acesso 14/02/2011 às 17:05 horas
http://tdopontoum.blogspot.com/ Acesso 14/02/2011 às 17:06 horas
http://www.webartigos.com/articles/5560/1/O-Que-e-Midia-Social/pagina1.html%20Acesso%2004/02/2011 às 20:40 horas
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1 Artigo apresentado à professora Noélia Jesus da Silva do Componente Curricular Estudos da Ficção Brasileira Contemporânea.
2 Acadêmica do Curso de Letras – Língua Portuguesa e Literaturas da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus XXIII, Seabra/BA – 6º semestre Noturno.
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MULHER: LUTAS E CONQUISTAS*
Andréia Pinto de Souza[1]
Este artigo enfatizará sobre a luta da mulher pela conquista de seu espaço na sociedade e no mercado de trabalho, uma vez que, tempos atrás a mulher era considerada como objeto de reprodução e como dona de casa, ela não tinha o poder de mandar e nem de expressar as suas ideias. Bem como apresentar nomes de mulheres que se tornaram reconhecidas pelas suas lutas e conquistas. Para isso, será realizada uma análise na página “Abrindo espaço” do blog Balanço Feminino da turma da UNEB, 2008.1, noturno. Espera-se com essa abordagem trazer uma reflexão sobre a contribuição feminina em prol de uma nova sociedade.
Houve uma época em que as mulheres não tinham o direito de expressar seus sentimentos, de escolher seus parceiros, de votar, de viver sua vida. Durante muito tempo, foram consideradas o segundo elemento, não precisava e não deveria obter um trabalho, ganhar seu próprio dinheiro. Quando perdiam seus maridos, ou eram de uma elite empobrecida, tendo que procurar um meio de sobrevivência para se e seus filhos, faziam doces por encomenda, arranjos de flores, bordados, davam aulas de piano, entre outras coisas, mas nunca, desenvolvia uma atividade que fosse semelhante a dos homens. A batalha das mulheres para apenas serem reconhecidas como gente vem de longas datas; e depois de muitas lutas, elas vêm abrindo seus espaços, conquistando o seu lugar na sociedade e no mercado de trabalho.
O blog “Balanço feminino” é exclusivo às mulheres, de uma forma que valoriza em todos os sentidos sua atuação na sociedade. Apresenta reportagens que mostram como a mulher vem crescendo em meio a uma cultura ainda preconceituosa, onde diz que o lugar da mulher é na cozinha, isso ficou para trás, hoje, a realidade é bem diferente.
Reguillo (1998, p.136) aponta que:
A relação com a cidade é mediada por uma representação “masculina” do uso do espaço público. Ou seja, o espaço exterior, a cidade, é para os homens adultos, que são os únicos capazes de resistir às constantes tentações e de enfrentar os múltiplos perigos que rondam cada esquina. As mulheres e as crianças devem permanecer no recesso do espaço privado, os jovens devem ser mantidos sob constância vigilância.
De acordo com a citação acima, percebe que a mulher era vista como um sexo frágil, que não tinha capacidade de defender-se dos perigos presentes na sociedade, sendo privadas de qualquer situação que pudesse vim ameaçá-las. O homem era tido como o protetor, só ele tinha o direito de circular na cidade, pois era visto como superior, fazendo da mulher um ser inferior.
“Os últimos anos do século XX testemunharam grandes mudanças em toda a face da Terra”. (SANTOS, 2000, p. 37). Inclusive para as mulheres, suas conquistas tiveram início com a I e II guerra mundial, em que elas adquiriram a posição dos homens no mercado de trabalho. Através da evolução dos tempos modernos as mulheres conquistaram seu espaço e estão se desenvolvendo com muita capacidade. As estatísticas assinalam que há mais mulheres no Brasil e que vem conseguindo emprego com mais facilidades.
Stuart, (2006, p. 9) destaca que, “Um tipo diferente de mudança estrutural está transformando as sociedades modernas no final do século XX, estas transformações estão também mudando nossas identidades pessoais”. A partir dessas mudanças, a visão que a sociedade, em exclusivo os homens mantinham em relação à mulher, foram mudando, com isso, elas vem conquistando o seu lugar, sendo respeitadas pelo meio sociais. O dia oito de março é lembrado e comemorado pela luta das mulheres em defesa de seus direitos. Sabemos que o que aconteceu nesta data, foi muito desagradável e não deveria trazer nenhuma lembrança para qualquer ser humano, mulher ou homem. Contudo, não se trata de celebrar este dia e nem de dar parabéns às mulheres, e sim, abraçá-las por suas conquistas e sua contribuição efetiva na construção da sociedade.
Sendo assim, a página “abrindo espaços” é de grande importância, pois vem trazendo mulheres que são capazes de exercer qualquer tipo de profissão. Entre elas, temos a primeira mulher na corte do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie Northfleet, eleita no dia 15 de março de 2006, para assumir a presidência do STF, também foi a primeira e a única mulher a assumir o cargo de Ministra na Suprema Corte. Em uma de suas entrevistas ela faz uma declaração em tom feminista: “Acredito que esse seja um momento simbólico para as mulheres brasileiras e para a sociedade em geral”. É um marco de igualdade, de igualdade de gênero e, cada vez que se quebra um preconceito, fica mais fácil à gente perceber e quebrar outros preconceitos que ainda existem infelizmente na sociedade.
As mulheres vêm alcançando seu espaço, mostrando a força que todas representam, e se continuarem com essa garra, e com esse pensamento da Ministra Ellen Gracie, conseguirão muito mais pela frente.
E como o blog é especial às mulheres, a página “abrindo espaços” não poderia deixar de falar da primeira romancista afro-brasileira, Maria Firmina dos Reis que embora, nunca ter frequentado a escola, em 1859, escreveu o romance “Úrsula”, primeiro escrito por uma brasileira descendente de africanos. Foi colaboradora em vários jornais maranhense com artigos, crônicas e poesias. Compôs músicas clássicas e populares, e assim, destacou-se no romance, na poesia, no conto, na música, e nas charadas. Maria Firmina tratou bastante da questão da escravidão, das minorias. Com Úrsula, ela anseia por uma pátria sem preconceitos e sem castas, uma pátria em que se atenuam às diferenças de classes.
Maria Firmina é um grande exemplo, como ela, outras mulheres vêm se destacando cada vez mais, vencendo os preconceitos e quebrando os tabus impostos pela sociedade. Elas passaram por muitos medos e dificuldade, como aponta Reguillo (2006, p 149), “Medos se alimentam de fontes diversas e que são construídos diferencialmente e sempre em referencia à comunidade de sentido a que se pertence”.
A mulher vai se desatando do abuso de opressão, desencadeando o processo de emancipação no qual a sociedade ganha uma dimensão mais humana, abrindo espaços para um complemento inovador. Ela abrange perspectiva de democracia como uma visão estratégica de combate à exclusão social entre a igualdade de gêneros, ela deixa seu lugar no âmbito privado e conquista seu caminho rumo ao mercado de trabalho, criando nova relação de igualdade no ambiente familiar, onde passam a crescer seus direitos. Assumindo também, diante a sociedade o desenvolvimento da ação voluntária em favor das classes sociais, papel este que com certeza, ganhará grande êxito nos próximos anos.
Entretanto, é importante ressaltarmos que a inserção da mulher no mundo dos negócios vem sendo acompanhada, ao longo desses anos, por elevado grau de discriminação, não só no que tange à qualidade das ocupações que têm sido criadas tanto no setor formal como no informal do mercado de trabalho, mas principalmente no que se refere à desigualdade salarial entre homens e mulheres. E mesmo, já tendo conquistado inúmeros e respeitáveis degraus na ocupação desse mercado, a mulher ainda tem de lutar contra as discriminações relativas ao seu sexo.
É dever da mulher, aprofundar-se na ruptura com padrões de comportamento e atitudes marcadas no mercado de trabalho e na sociedade na qual está a cada dia que se passa, registrando uma reta para sua conquista, encarando desafios, pois ela sabe que não haverá desenvolvimento social e econômico com justiça se não houver igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, direitos e deveres para todos sem discriminação e desigualdades.
No texto “Da liberdade delas” postado na página “abrindo espaços” do blog Balanço feminino, percebe-se uma voz masculina que diz que a liberdade não é só das mulheres, mas dos homens também, onde preconceitos caem, máscaras se quebram. Isso, porque em uma sociedade preconceituosa como a que vivíamos homens não iam para cozinha enquanto suas mulheres saíam para trabalhar. “O orgulho e a arrogância são traços do desejo incomensurável do poder dos homens”, (GOMES,1994, p. 87). Hoje, esses sentimentos estão desaparecendo mais, mesmo havendo muitos machistas, é visto muitos homens em “serviços”, antes destinados só a mulheres. Esta mesma voz também reconhece que a mulher não tinha direitos, eram obrigadas a viver em um casamento, mesmo que não tivesse mais amor, não tinham voz, nem atitudes, nem liberdade de expressar seus sentimentos. Nos dias atuais, a mulher é livre para escolher seus parceiros, e viver sua vida da forma que mais lhe for conveniente.
Berman (1986, p. 23) nos fala que “O brilho e a profundidade da vida moderna, certamente nos dão fortes motivos de orgulho”. Isso se confirma na página “abrindo espaços” onde mulheres como Valentina Tereshkova, Christa Mc Auliffe e Eileen Collins, venceram seus medos, em busca de desafios e emoções em viagens espaciais.
Com o surgimento do modernismo, podemos ver conquistas como estas em que mulheres estão inseridas em ambientes nunca imagináveis. Elas vêm mostrando seus valores femininos, suas competências de trabalho em equipe, que vai contra o antigo individualismo, a cooperação entra no lugar da competição. Hoje, sabemos que há poucos grupos masculinos onde a mulher ainda não tenha conquistado seu lugar. O mais interessante é que, nessa arte de conquista, elas não deixam de aperfeiçoar seu lado sedutor, são femininas, delicadas, charmosas, tudo isso sem serem submissas.
Em uma das reportagens da página “abrindo espaços”, mostra que a Organização dos Estados Americanos (OEA) proclamou o ano de 2010 como o Ano Intermunicipal das Mulheres, com o lema “Mulheres e Poder: por um mundo com igualdade”. É um reconhecimento aos progressos alcançados, desafios e obstáculos que se apresentam para o alcance da plena igualdade entre mulheres e homens. É importante salientar que as experiências que eram passadas através das narrativas contribuíram para a inserção da mulher na sociedade e no mercado de trabalho, uma vez que, a narrativa consiste num ensinamento moral, ou seja, a mulher ter princípios, ser honesta, indo à busca de suas conquistas, porém, sem ultrapassar seus limites.
Elas também estão presentes nas forças armadas, nesse mesmo ano de 2010, foram celebrados os 30 anos da mulher militar na Marinha do Brasil, como aponta a reportagem em “abrindo espaços”. A importância crescente da tecnologia para a guerra moderna exige o recrutamento de pessoas inteligentes e hábeis, qualidade que não faltam às mulheres, abrindo espaços para a presença feminina nas Forças Armadas. “É possível identificar aí o progresso inexorável, a renovação e a reforma, com a perpétua mudança do mundo moderno”. (GOMES, 1994, p. 88). Este é o símbolo da conquista do poder e da glória, inaugurando novas formas e novos meios em que à modernidade podia ser experimentada como uma aventura.
Assim como outras datas, o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas no executivo e legislativo. A partir daí, muitas delas demonstraram seu papel na política, e pela primeira vez na história do Brasil, o Poder Executivo é comandado por uma mulher, Dilma Rousseff, a atual presidente do País.
Além do papel político, a mulher vem se destacando em grande parte dentro da estrutura econômica, como coloca Sullerot (1978):
Diante disto, é inevitável que as mulheres sintam cada vez mais a necessidade de uma identidade social que não seja exclusivamente definida a partir do papel econômico do homem. As mulheres, menos presas ao lar devido à maior facilidade de desempenho das tarefas domésticas e maternidades menos frequentes, e, por outro lado, mais instruídas e preparadas naturalmente desejam utilizar suas capacidades, seus conhecimentos, e sua competência para assegurar a sua própria independência e participar de modo mais completo e influente na vida da sociedade.
Dessa forma, as mulheres estão conseguindo, através de muita luta alcançar seus objetivos, visto que, as dificuldades e preconceitos que elas enfrentam, ainda são muitos, mas com muita persistência, elas estão adquirindo seu lugar na sociedade. Em muitos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nessa história.
Foram muitas as mulheres que lutaram pelos seus direitos e que conquistaram uma posição na sociedade nos últimos anos, dentre os nomes citados, ainda podemos destacar Nísia Floresta, que foi uma das primeiras a se manifestar no Brasil na busca de igualdade pelas mulheres, Bertha Lutz que criou em 1919 a liga pela emancipação feminina, que lutava pelo voto, pela escolha de domicilio e pelo trabalho de mulheres sem autorização do marido, em 2002 a pintora brasileira Sônia Menna Barreto é a primeira artista a ter uma obra incorporada pela Royal Collection, acervo de arte da família real britânica.
Em 2003 a brasileira Marina Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT) do Acre, reeleita senadora com o triplo dos votos do mandato anterior, assume o ministro do Meio Ambiente do governo Lula no dia 10 de janeiro de 2008. E em 2006, foi sancionada a Lei Maria da Penha, que representa a tenacidade, a luta e o poder que habita o interior feminino numa manifestação de sentimento sublime em favor da vida, da igualdade e da justiça. A Lei Maria da Penha é o caminho mais indicado que dispomos para garantir respeito aos direitos das mulheres.
Em todos os setores possíveis as mulheres estão presentes, na política, na academia brasileira de letras, são cantoras, atrizes, jornalistas, motoristas, mecânicas, engenheiras, advogadas, etc. Estão mostrando sua responsabilidade, sem deixar de demonstrar que são femininas, acreditam no amor e esperam encontrar seu complemento através do seu “príncipe”. Elas têm tempo para o trabalho, para a família, e, sobretudo para elas, para cuidar de suas aparências, irem a festas, e viverem a vida, esta é a sociedade do espetáculo onde as mulheres estão inseridas.
A sociedade, atualmente, apresenta múltiplas oportunidades de crescimento profissional, e há muitas pessoas competentes em busca disso. Para se sobressair é preciso ser cada vez melhor nas atividades que lhe são impostas. É preciso conhecer todos os aspectos relacionados com o ramo da empresa que se trabalha, para poder aplicar os conhecimentos em benefício da empresa, podendo gerar assim resultado positivos.
Conforme Shinyashiki (2006),
O que faz a diferença nas organizações é o ser humano, pois as oportunidades de aperfeiçoamento e a moderna tecnologia já estão disponíveis e acessíveis a todos. Através das qualidades pessoais torna-se possível conseguir melhores resultados frente ao concorrido mercado de trabalho.
Então, cabe ao profissional desenvolver e aprimorar suas habilidades de forma que se desenvolvam suas qualidades pessoais, podendo assim conquistar novas oportunidades de trabalho. Diante disto, Shinyashiki expõe alguns atributos que devem estar presentes no ser humano, como: afetividade, sensibilidade, percepção aguçada, versatilidade, entre outras. Estas características são consideradas como a essência necessária para o alcance dos objetivos das organizações. Nota-se que os homens buscam não demonstrar estas particularidades para não parecerem frágeis, enquanto que as mulheres sempre cultivaram isso como um dom, desenvolvendo-as em cada situação em que elas atuam.
Sendo assim, as mulheres vêm sendo um diferencial quando atuam no mercado de trabalho, tornando o local mais harmonioso e desenvolvendo suas funções com um melhor desempenho, já que estas características fazem com que elas tratem os assuntos de forma mais organizada e detalhada.
A partir daí as mulheres estão conseguindo, cada vez mais, conciliar os trabalhos da vida pessoal com a profissional. O que antes era considerado um obstáculo, hoje é encarado como um grande desafio. Sua participação no mundo dos negócios e a própria independência financeira vêm mudando a forma como os produtos e serviços são desenvolvidos e comercializados.
Por fim, percebe-se que a mulher obteve um grande avanço, tanto no setor pessoal, como no profissional, agora, o perfil das mulheres é muito diferente do apresentado no início do século. Além de trabalhar e ocupar cargos de responsabilidade assim como os homens, ela não deixou de realizar as tarefas tradicionais, como a de ser mãe, esposa e dona de casa. Trabalhar fora de casa é uma conquista relativamente recente para as mulheres. Receber seu próprio dinheiro, ser autônoma e ainda ter sua competência reconhecida é motivo de orgulho para todas.
Porém, mesmo com todas estas conquistas, as mulheres ainda enfrentam muitas dificuldades, é preciso que elas tenham um apoio mais reforçado por parte da sociedade e dos homens, muitos deles já estão empenhados nesta batalha, para que acabe com os estereótipos, ainda existentes contra as mulheres. Já está mais do que provado que elas são perfeitamente capazes de cuidar de si, de conquistar aquilo que desejam e de provocar mudanças profundas no decorrer da história da humanidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Balanço Feminino. Disponível em: http://www.tdoponto1.blogspot.com/ , acessado em 03 de janeiro de 2011.
BENJAMIN, Walter. O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. 7. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade/ Marshall Berman; (tradução Carlos Felipe Moisés, Ana Maria L. Ioriatti). – São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
COUTINHO, Afrânio. A Literatura no Brasil. São Paulo: Global, 2004.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Tradução Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
GOMES, Renato Cordeiro. Todas as cidades, a cidade: literatura e experiência urbana/ Renato Cordeiro Gomes; prefácio de Eneida Mana de Souza. – Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
História do Dia Internacional da Mulher. Disponível em <http://www.suapesquisa.com/dia_internacional_da_mulher.htm> acessado em 10 de janeiro de 2011.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único a consciência universal. Rio de janeiro: Record, 2000.
SHIINYASHIKI, Roberto. A Mulher e o Mercado de Trabalho. Disponível em: http://www.shinyashiki.com.br/roberto/web1/destaque_roberto.jsp?ModId=152&CId=487, acessado em 17 de janeiro de 2011.
SULLEROT, Evelyne. A Mulher na Sociedade Atual. Disponível em <http://www.eumed.net/cursecon/libreria/2004/lgs-mem/10.htm> acessado em, 10.01.2011.
REGUILLO, Rossana. Imaginários globais, medos locais: a construção social do medo na
cidade. Lugar Comum – estudos de mídia, cultura e democracia. N.7, 1998.
* Artigo apresentado a Professora Noélia Jesus da Silva, exigido como requisito parcial à aprovação na disciplina Estudo da Ficção Brasileira Contemporânea, do curso de Licenciatura em Letras: Língua Portuguesa (UNEB). 6° semestre.
[1] Estudante do semestre 2008.1, Departamento de Ciências Humanas e tecnologias, UNEB Campus XXIII.